A adoção de energia renovável está aumentando à medida que o mundo traça um caminho em direção a um futuro de baixo carbono e emissões net zero. Somente na América Latina, a capacidade eólica e solar cresceu 50% em 2021, e a região está a caminho de ver cerca de 18 GW de energia eólica, solar e de armazenamento entrarem em operação até o final de 2022. Mas para que o setor de energias renováveis atinja o seu potencial de energia para a economia limpa do futuro, é vital implementar as políticas e estruturas regulatórias corretas. Neste mergulho profundo, analisamos as melhores práticas observadas nas Américas e destacamos a importância da formulação de políticas positivas para um futuro net zero.

Estabelecendo metas de energia renovável

Um passo fundamental para a expansão das energias renováveis em muitos países é simples: o estabelecimento de metas. As metas de energia renovável para governos nacionais, autoridades locais e regionais e empresas são um importante indicador da direção da trajetória e ajudam a proporcionar certeza aos investidores. As metas podem exigir que uma certa parcela de energias renováveis seja alcançada ou estabelecendo metas específicas de implantação de tecnologia, por exemplo, ou até mesmo estabelecer objetivos para redução de CO₂ e a eliminação gradual de combustíveis fósseis, conduzindo assim a mudança para energias renováveis.

As contribuições determinadas nacionalmente (NDCs) que estão no centro do Acordo de Paris contêm inúmeras metas de energia renovável, mas nem sempre vão longe o suficiente: até agora, 182 partes incluíram componentes de energia renovável em suas NDCs, das quais apenas 144 tinha uma meta quantificada e apenas 13 partes se comprometeram com uma porcentagem de energias renováveis em suas matrizes energéticas em geral.

Nas Américas, os signatários da iniciativa Renováveis na América Latina e no Caribe (RELAC) – incluindo Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, Equador, Guatemala, Haiti, Honduras, Paraguai, Peru e Uruguai –  estabeleceram o objetivo de gerar 70% de energia a partir de fontes renováveis até 2030, enquanto os EUA estabeleceram recentemente uma meta para alcançar um setor elétrico livre de carbono até 2035.

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Traduzir essas metas em mudanças tangíveis requer uma ação política ousada.

Um exemplo disso é o Chile, que estabeleceu sua meta de energia renovável como obrigatória sob a lei 20698, com penalidades claras para o não cumprimento e um mecanismo de monitoramento e aplicação. 

Enquanto isso, na Colombia, para alcançar uma matriz energética mais ecologicamente correta, o Ministério de Minas e Energia aprovou recentemente a resolução 40.715, que determina que, a partir de 2023, pelo menos 10% das compras de eletricidade no mercado atacadista de energia devem ser provenientes de fontes renováveis por meio de contratos de longo prazo.

Garantindo a igualdade de condições 

Embora as pesquisas da Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA) tenham demonstrado que as energias renováveis não só são competitivas com os combustíveis fósseis, mas também podem reduzi-las significativamente quando novas capacidades de geração de eletricidade são necessárias, políticas distorcidas significam que a energia renovável ainda não é a opção economicamente mais benéfica em alguns mercados. Um exemplo disso é o fornecimento contínuo de subsídios para combustíveis fósseis na Colômbia: um artigo recente do Overseas Development Institute descobriu que o governo colombiano forneceu pelo menos 5.610 bilhões de pesos (cerca de US$ 1,7 bilhão) em subsídios à produção e consumo de combustíveis fósseis em 2019.

Algumas energias renováveis também enfrentam desafios na competição com alternativas de combustíveis fósseis devido a custos iniciais maiores do que os incumbentes de combustíveis fósseis. Como as energias renováveis oferecem benefícios como maior segurança energética e redução das emissões de gases de efeito estufa que não são necessariamente precificadas pelo mercado, os formuladores de políticas precisam trabalhar para criar condições equitativas.

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Vários governos nas Américas desenvolveram sistemas de precificação do carbono para refletir o impacto real dos combustíveis fósseis, alguns implementando um imposto sobre o carbono e outros criando sistemas de comércio de emissões (ETS). 

Outro exemplo de formuladores de políticas trabalhando para nivelar o campo de jogo está no México. Sob a Lei Geral da Mudança Climática, foi criado um fundo para canalizar recursos financeiros públicos, privados, nacionais e internacionais para apoiar as ações de combate às mudanças climáticas, com áreas prioritárias que incluem projetos de eficiência energética e desenvolvimento de energias renováveis. 

 Incentivando a eletrificação 

O transporte tem a maior dependência de combustíveis fósseis de qualquer setor e foi responsável por 37% das emissões de CO2 dos setores de uso final em 2021, de acordo com a  Agência Internacional de Energia (IEA). Existe uma grande oportunidade para incentivar uma mudança para as opções de transporte menos intensivas em carbono, como veículos elétricos (EVs) e posicioná-los como os maiores usuários de eletricidade renovável globalmente, impulsionando a implantação de mais usinas de energia renovável. Mas fazer isso significa garantir que mecanismos sejam criados para não apenas apoiar o uso de VE, mas também permitir que eles sejam fabricados e vendidos.

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O planejamento integrado da mobilidade elétrica e da produção, transmissão e distribuição de eletricidade renovável pode ajudar a fortalecer a transição energética.

No Chile, no âmbito da Estratégia Nacional de Eletromobilidade, o governo estabeleceu um conjunto de medidas e incentivos para a transição para a eletromobilidade.

Até 2035, 100% dos veículos leves e médios, 100% dos transportes públicos e 100% das grandes máquinas móveis vendidas terão emissões zero. Até 2040, 100% das vendas de máquinas móveis menores, incluindo máquinas agrícolas, florestais e de construção, terão emissões zero. E até 2045, 100% das vendas de transporte de carga e ônibus intermunicipais serão livres de emissões.

Enquanto isso, nos EUA, sob o Plano Americano de Empregos, há uma proposta de investimento de US$ 174 bilhões para promover o mercado americano de VEs. Como parte do plano, os consumidores receberão descontos e incentivos fiscais na compra de VEs, enquanto programas de subsídios e incentivos serão estabelecidos para os setores público e privado para construir uma rede nacional de 500.000 carregadores de VEs até 2030. O plano também se compromete a substituir 50.000 veículos de transporte a diesel e eletrificar pelo menos 20% da frota nacional de ônibus escolares, bem como eletrificar a frota federal, incluindo o Serviço Postal dos Estados Unidos.

Apoiando a inovação

Truques inteligentes de engenharia estão levando a eficiência da energia renovável para perto de seu máximo teórico. Na Atlas, utilizamos painéis bifaciais, que captam os raios solares de ambos os lados, por exemplo, e eletrônicos que permitem que os painéis acompanhem o movimento do sol no céu diurno, permitindo captar quase toda a luz solar disponível. Mas ainda existem algumas tecnologias que estão mais distantes do mercado, e atividades de pesquisa e desenvolvimento são necessárias para continuar a aumentar a eficiência e o impacto das energias renováveis. Muito disso é financiado pelo setor privado – como em nosso laboratório de P&D no Chile – mas há um papel contínuo para o apoio do setor público.

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Em alguns países, os formuladores de políticas estão trabalhando para identificar tecnologias prioritárias ou áreas prioritárias de inovação, construindo sinergias com outras áreas de inovação.

O Departamento de Energia dos EUA (DOE) anunciou recentemente uma oportunidade de financiamento de US$ 420 milhões para seus Centros de Pesquisa de Fronteira Energética (EFRC). Este financiamento promoverá avanços nas soluções climáticas por meio de pesquisa em estágio inicial sobre tecnologia de energia limpa, manufatura avançada e de baixo carbono e ciência da informação quântica para contribuir com a meta nacional de se tornar uma economia de emissão zero até 2050. A oportunidade de financiamento é patrocinada pelo Gabinete de Ciências Básicas da Energia no Gabinete de Ciências do Departamento.

Enquanto isso, o orçamento do presidente dos EUA para o ano fiscal de 2022 inclui US$ 400 milhões para um novo Escritório de Demonstrações de Energia Limpa para continuar trazendo tecnologias inovadoras para o mercado.

Aproveitando o financiamento e os instrumentos políticos 

Os formuladores de políticas têm inúmeras ferramentas à disposição para apoiar a implantação de eletricidade renovável, reduzir o custo do financiamento e diminuir os riscos do comprador, desde contratos de longo prazo aos produtores de energias renováveis ou prêmios fixados administrativamente, até cotas e esquemas de certificados verdes negociáveis e subvenções de capital. Nos últimos anos, vimos como os leilões se tornaram uma ferramenta rentável para os formuladores de políticas para garantir a quantidade de energia visada a baixos custos de transação, enquanto as instituições financeiras públicas ofereceram instrumentos financeiros que mitigam os riscos e reduzem os prêmios de risco exigidos pelos agentes privados.

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Um leilão de energia renovável é um processo de aquisição competitivo que permite aos países atrair os projetos de energia renovável com melhor custo-benefício em seu mercado doméstico. Os leilões ajudam os formuladores de políticas a obter reduções de custos sustentáveis, estimulando o investimento privado, criando empregos locais, reduzindo a corrupção no processo de aquisição e diminuindo as emissões.

A Colômbia, que pretende contribuir com 4 gigawatts de energia renovável para sua matriz energética total, concedeu recentemente 11 projetos solares e forneceu cerca de 4.800 empregos verdes em um leilão renovável realizado em outubro de 2021. Os contratos de 15 anos estão firmados com nove empresas geradoras e 53 comercializadores com um preço médio ponderado de alocação de 155,8 pesos por kWh. Com esta nova capacidade instalada, a quota de energia renovável não convencional deverá passar de 0,2% em 2018 para mais de 15% em 2023.

A estrutura financeira para projetos maiores de energia sustentável envolve uma gama de capital próprio, dívidas, seguros e outros instrumentos de transferência de risco, e é aqui que ao financiamento público podem desempenhar um papel.

Em fevereiro deste ano, o Banco do Nordeste do Brasil, maior banco regional de desenvolvimento da América Latina, forneceu US$ 76 milhões em financiamento para a construção da usina solar Lar do Sol – Casablanca II, em Pirapora, Minas Gerais.

A Atlas Renewable Energy é a principal investidora e operadora da planta de autoprodução, que ajudará a abastecer com eletricidade uma instalação de uma empresa química brasileira.

A planta ocupará cerca de 700ha e terá uma capacidade instalada de 239MWp com 460.000 painéis solares. Sua geração anual de energia será o equivalente ao fornecimento de energia para cerca de 261.662 residências. Além disso, a usina evitará a emissão de aproximadamente 40.500 toneladas de CO₂ por ano, o que equivale a retirar 16.200 veículos das ruas de São Paulo

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Proporcionando o acesso à rede 

Em muitos países, uma parcela muito pequena da capacidade concedida em rodadas de leilões chega à operação comercial dentro do prazo estabelecido, e esses atrasos geralmente estão relacionados à conectividade com a rede de transmissão. Problemas específicos podem ocorrer onde os projetos de energia renovável estão em locais remotos devido à boa disponibilidade de recursos, mas onde a infraestrutura da rede pode ser inexistente ou inadequada – como na Península de Guajira, na Colômbia.

Além disso, novas instalações de energia renováveis podem enfrentar custos excessivos de conexão com as redes de transmissão e distribuição de eletricidade, o que, por sua vez, pode prejudicar a competitividade. Ao apoiar o desenvolvimento da rede e promover o acesso à energia limpa em áreas isoladas e carentes, os formuladores de políticas podem promover o uso mais amplo de energia renovável.

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Ao estabelecer regras claras que regem os custos de conexão à rede, os formuladores de políticas podem permitir que as operadoras privadas se conectem de forma não discriminatória e determinem níveis justos de custos.

Em 2021, o governo colombiano viabilizou um novo mecanismo para os Operadores de Rede do Sistema Interligado Nacional (SIN) levarem eletricidade a partes isoladas do país por meio de sistemas de geração de energia que não estão conectados ao SIN através de redes físicas de distribuição. A eletricidade será fornecida através de micro redes isoladas e soluções isoladas individuais, principalmente com geração baseada em fontes de energia renováveis não convencionais.

Nos EUA, o DOE lançou recentemente a Iniciativa “Construindo uma Rede Melhor” para catalisar o desenvolvimento nacional de novas e atualizadas linhas de transmissão elétrica de alta capacidade, empregando mais de US$ 20 bilhões em ferramentas de financiamento federal. Enquanto isso, o DOE também anunciou US$ 15,5 milhões em financiamento para apoiar a implantação de energia solar em comunidades carentes.  

Superando barreiras não econômica 

Mesmo onde as condições de recursos e mercado são favoráveis, outras barreiras ao progresso rápido podem existir, tais como a escassez de habilidades ou barreiras administrativas, como dificuldades na obtenção de consentimento de planejamento ou outras licenças. Por meio de esquemas para aumentar as habilidades relevantes na indústria de energia, nas cadeias de suprimentos e na aceleração dos processos burocráticos, os formuladores de políticas podem ajudar a garantir a implantação rápida da energia renovável.

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Há vários exemplos nas Américas de governos agindo para reduzir a carga administrativa sobre o desenvolvimento de energia renovável, sem comprometer a consulta pública e a avaliação de impacto.

Nos EUA, o programa SolarAPP+, liderado pelo Laboratório Nacional de Energia Renovável (NREL), juntamente com as autoridades locais e a indústria solar, reduziu o tempo de licenciamento nos departamentos municipais de várias semanas para questão de horas, agilizando assim as instalações solares e reduzindo custos.

Na Colômbia, a emissão do Decreto 829 de 2020 para o procedimento simplificado de incentivos fiscais para energias renováveis não convencionais, significou a facilitação de benefícios fiscais para empresas, que agora podem acessar seus incentivos em 45 dias em vez de 3 meses. Esses incentivos incluem dedução de renda, isenção de IVA e isenção de impostos.  

Por que a formulação cuidadosa de políticas é importante

Não existe uma solução única para a política de energia renovável e, à medida que os formuladores de políticas avaliam uma variedade desconcertante de instrumentos, desde padrões de portfólio renovável até tarifas de alimentação e créditos fiscais, a única constante é a necessidade urgente de garantir que a energia renovável pode atingir seu potencial de alimentar a economia sustentável do futuro.

A Atlas Renewable Energy tem um longo histórico de trabalho para permitir que os países das Américas alcancem suas metas de energia renovável. Ao se envolver ativamente com o setor público e privado, tendo a comunidade e as partes interessadas no centro de sua estratégia, a empresa trabalha todos os dias para oferecer um futuro mais limpo.

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Por que a COP27 é mais relevante do que nunca?

Também conhecida como Conferências das Partes (COP), a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas ocorre todos os anos desde 1995. Ela é divulgada como um evento importante no calendário político global, abrindo espaço para políticos, especialistas, partes interessadas do setor privado e grupos da sociedade civil encontrarem maneiras de enfrentar a questão da mudança climática.

No entanto, apesar de terem se reunido todos os anos nos últimos 27 anos, os líderes mundiais não conseguiram conter o aquecimento global, como evidenciado pelo fato de que as temperaturas da superfície global aumentaram constantemente em 0,2 °C por década nos últimos 30 anos.

De 1990 a 2019, o efeito de aquecimento total dos gases de efeito estufa adicionados pelos seres humanos à atmosfera da Terra aumentou 45%.Fonte

Notavelmente, a COP27 viu menos líderes mundiais presentes em comparação à cúpula do ano passado, o que leva muitos a questionar não apenas a eficácia desse tipo de reunião política mas também a disposição dos políticos de todo o mundo de realmente reconhecer a importância da ação climática.

De quem é a responsabilidade?O Acordo de Paris (assinado por 196 partes durante a COP21 de 2015, em Paris) é talvez a medida mais reconhecida tomada pelos membros da COP a fim de estabelecer regras básicas e metas específicas que precisam ser cumpridas tanto em nível nacional quanto internacional. É importante ressaltar que o Acordo de Paris também incluiu a capacidade dos países de cooperar na redução de suas emissões de gases de efeito estufa.

A mudança climática é uma emergência global que vai além das fronteiras nacionais. É uma questão que requer cooperação internacional e soluções coordenadas em todos os níveis. Nações Unidas

A cooperação entre as nações é imperativa para enfrentar essa questão global, mas é de vital importância reconhecer a discrepância de causa e efeito entre os países: a maioria das emissões de gases de efeito estufa vem de nações desenvolvidas, enquanto os países em desenvolvimento, que menos contribuíram para o aquecimento global, estão pagando o preço mais alto por se encontrarem na linha de frente dos desastres naturais.

Perdas, danos e justiça climática

Com a COP27 realizada no Egito, os participantes da conferência não puderam deixar de se concentrar nos mercados em desenvolvimento, que, apesar de estarem entre os menores emissores de gases de efeito estufa, são alguns dos mais vulneráveis. Geralmente, os países que suportam o peso das catástrofes relacionadas  ao clima (inundações, secas, incêndios), não dispõem dos recursos necessários para se recuperar.

É por isso que um dos pontos de discussão mais importantes durante a COP27 foi a ideia de que as nações desenvolvidas devem fornecer apoio financeiro a fim de resolver esse desequilíbrio. Apesar da oposição de longa data dos EUA e da UE, a conferência foi encerrada com um acordo inovador para fornecer financiamento de “perdas e danos” para países vulneráveis duramente atingidos por desastres climáticos – marcando um passo importante na direção certa em prol da justiça climática.

“Este resultado nos leva adiante”, disse Simon Stiell, secretário executivo de Mudanças Climáticas da ONU. “Determinamos um caminho a seguir em uma conversa de décadas sobre o financiamento de perdas e danos – deliberando sobre como lidamos com os impactos nas comunidades cujas vidas e meios de subsistência foram arruinados pelos piores impactos das mudanças climáticas”.

Os objetivos que mais importam

Embora a mudança climática seja uma questão global, os países são responsabilizados individualmente por meio de suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs). O Acordo de Paris não define especificamente as ações que cada país deve tomar a fim de cumprir suas NDCs, e sim estipula que todos devem fornecer uma atualização sobre seu progresso a cada cinco anos.

As referências para o progresso estão aí, mas as linhas são tênues o suficiente para que países como a Suíça encontrem maneiras de financiar projetos verdes fora de suas próprias fronteiras e recebam crédito pela redução de emissões, sem necessariamente mudar suas próprias políticas ou reduzir sua pegada nacional.

Ao permitir essas táticas, que confundem colaboração internacional com responsabilidade nacional, a COP e o Acordo de Paris correm o risco de perder credibilidade. Muitos governos participantes já enfrentam acusações de greenwashing de think-tanks, ONGs e grupos da sociedade civil. É importante enfatizar o papel que a sociedade civil desempenha, acima de tudo, na responsabilização dos atores maiores, pois só se poderá dizer que a real mudança ocorreu quando a sociedade civil se beneficiar.

Uma abordagem ESG é a única maneira de medir o impacto duradouro, uma vez que visa o benefício da sociedade, tanto quanto o do meio ambiente e os resultados econômicos. Fazer promessas não é mais suficiente – é hora de uma ação real. Leia mais aqui sobre como as empresas podem evitar o greenwashing e agir para uma mudança real.

Do compromisso à prática

De acordo com o Climate Action Tracker, uma análise científica independente que acompanha a ação climática dos governos e a mede em relação aos compromissos assumidos nos Acordos de Paris, apenas 21 países apresentaram seus compromissos climáticos nacionais atualizados uma semana antes da COP27.

Se quisermos continuar contando com mecanismos como a COP e o Acordo de Paris, é importante questionar sua eficácia. Operando em uma área cinzenta, o Acordo é legalmente vinculante, mas não há penalidades para os países que não cumprem suas metas.

A crise geopolítica de 2022 certamente levou os governos a adotar mais fontes de energia alternativas, e vimos algumas medidas históricas em apoio à energia verde (principalmente o IRA de Biden). No entanto, muitos países da UE também aumentaram a produção de energia a carvão, além de firmarem  novos acordos com países da África para explorar novos campos de gás.

Tudo isso apesar das advertências da Agência Internacional de Energia de que qualquer desenvolvimento de mais combustíveis fósseis levará definitivamente a um colapso climático.

No entanto, há motivos para otimismo. De acordo com dados recentes divulgados pelo think-tank de energia Ember, o crescimento da demanda global de eletricidade foi atendido inteiramente pela energia renovável no primeiro semestre de 2022, demonstrando que o mundo pode ser alimentado sem combustíveis fósseis – desde que exista a vontade de fazer isso.

Do público ao privado

À medida em que os governos não cumprem suas promessas, o setor privado está decididamente mudando para iniciativas sustentáveis. Cada vez mais os investidores estão buscando estabilidade, o que os obriga a olhar para questões e fatores além da análise financeira tradicional.

O conceito de financiamento sustentável anda de mãos dadas com a avaliação do impacto ambiental e social. A mudança climática aparece com destaque dentro das considerações de financiamentos sustentáveis, pois há muitos fatores de risco envolvidos quando se trata de aquecimento global. Isso pode incluir riscos físicos, como danos causados por eventos relacionados ao clima. Embora estes possam ser difíceis de quantificar, diz-se que as perdas de seguro decorrentes de desastres naturais relacionados ao clima são quatro vezes maiores do que há 40 anos.

Não é de se admirar que um número crescente de empresas influentes esteja aderindo à iniciativa RE100, um movimento corporativo global de energia renovável.

Em geral, os investimentos globais em energia deverão aumentar 8% em 2022, com a maioria deles sendo direcionados para a energia verde.  Mas, embora  a COP26  tenha sido vista como a conferência para transferir mais peso dos governos para o setor privado.

Principais exemplos

No caminho rumo ao net zero, acreditamos que é importante ser crítico, mas também observar as boas práticas. Projetos como os abaixo estão liderando pelo exemplo, afetando a mudança em nível regional e inspirando mudanças em escala global.   

PaísProjetoO que o diferencia
EquadorDireitos da NaturezaO primeiro país do mundo a reconhecer os direitos da natureza em sua constituição, abrindo um precedente para que outros façam o mesmo.
União EuropeiaA Lei Europeia do ClimaTorna legalmente vinculante o compromisso da UE de alcançar a neutralidade climática até 2050 e estabelece uma meta intermediária de reduzir as emissões líquidas de gases com efeito de estufa, em pelo menos 55% até 2030, em comparação com os níveis de 1990.
Estados UnidosPlano de Emergência do Presidente para Adaptação e Resiliência, PREPAREOs Estados Unidos estão aumentando rapidamente seu apoio à programação de adaptação e resiliência para ajudar mais de meio bilhão de pessoas nos países em desenvolvimento a se adaptarem e gerenciarem os impactos das mudanças climáticas.

Seguindo em frente

Um dos benefícios de ter uma cúpula global para a mudança climática é como ela estabelece, em um cenário mundial, o apelo por uma ação climática urgente. Metas como o net zero até 2050, por exemplo, solidificam uma narrativa que coloca o futuro à nossa porta.

O fato é que as temperaturas continuam subindo. Também é fato que o setor de energia tem um grande impacto no clima, pois é responsável por cerca de dois terços de todas as emissões de gases de efeito estufa. Além disso, as necessidades energéticas continuam crescendo.

Uma estratégia de energia limpa é, portanto, uma maneira segura de cumprir as metas nacionais (públicas e privadas) e internacionais de net zero. Por que não trabalhar com a Atlas para atingir essas metas?

A Atlas Renewable Energy foi concebida com sustentabilidade em seu núcleo. Ela desenvolve, constrói, financia e opera projetos de energia renovável limpa que permitem que as empresas alimentem suas operações de forma sustentável.

Com uma variedade de serviços, desde contratos de compra de energia renovável (PPAs) até  certificados de energia renovável (RECs), a Atlas ajuda grandes consumidores de energia em todos os setores a gerenciar sua transição para o net zero e acompanhar seu desempenho em relação a metas ambientais e de emissões de longo prazo.

Para saber mais sobre a abordagem da Atlas Renewable Energy e como ela pode alinhar sua empresa com o net zero, entre em contato através do e-mail  contacto@atlasren.com

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O Brasil é o maior mercado de energia elétrica da América Latina e um dos maiores em capacidade de geração de energia elétrica do mundo. O atual cenário de energia elétrica no Brasil é uma combinação de mercados regulados e livres, juntamente com um mercado de energia de reserva que contém inúmeras complexidades – mas também várias oportunidades. Uma delas é a autogeração – a produção de energia elétrica para consumo próprio das empresas.

Dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) do Brasil mostram que, desde 2009, a capacidade instalada de autogeração no Brasil mais que dobrou, para mais de 25,3 GW, e por um bom motivo: a autogeração permite às empresas cortar custos, reduzir riscos de falta de abastecimento e aumentar a sustentabilidade de suas atividades.

Lucas Salgado, gerente comercial sênior da Atlas Renewable Energy, explica a tendência e mostra como as empresas com operações no Brasil podem aproveitar a autogeração para atingir suas metas estratégicas de energia, sem a necessidade de se tornarem especialistas no mercado de energia elétrica.

P: Quais são os benefícios da autogeração de eletricidade?

R: No Brasil, a autogeração tem um benefício econômico muito claro, incluindo economia em encargos setoriais como CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), CCC (Conta de Consumo de Combustíveis) e Proinfa. As empresas também podem se beneficiar da energia incentivada e ter 50% de desconto nas tarifas de transmissão ou distribuição (ver gráfico abaixo). Este imposto incide sobre o consumo de eletricidade, e a taxa varia conforme a região e o nível de tensão. Isso pode representar uma economia de até 25% na tarifa de energia de uma empresa. Além dos benefícios econômicos, a autogeração pode permitir que as empresas alcancem suas metas de sustentabilidade, uma vez que estão apoiando a transição energética ao investir em energia renovável e podem se beneficiar de créditos de carbono ou certificados de energia renovável (RECs).

Q: Como funciona a autogeração de energia no Brasil?

A: Autogeradores industriais são grandes consumidores de energia que constroem usinas elétricas que atendem total ou parcialmente suas próprias demandas. No Brasil, isso tem ocorrido frequentemente com empresas mineradoras que administram suas próprias usinas hidrelétricas e termelétricas para alimentar suas operações, embora nos últimos anos tenha ocorrido uma transição para complexos eólicos e fotovoltaicos. Atualmente, os consumidores podem estabelecer parcerias de propósito específico com produtores de energia elétrica que lhes permitem tornar-se acionistas de um projeto de eletricidade, tornando-os autogeradores por direito próprio. Um modelo que já beneficiou empresas de diversos setores, como metalurgia, química, varejo e centros de dados, como mostram os recentes PPAs celebrados pela Atlas com a Albras e a Unipar Carbocloro.

P: Como funcionam essas parcerias para fins específicos?

R: Essencialmente, elas criam uma estrutura pela qual a Atlas e o cliente co-investem juntos em uma empresa, e a Atlas pode lidar com o EPC e o financiamento até atingir o COD do projeto com segurança com base no histórico da Atlas e alojado em nosso portfólio.

P: Em que fase da construção e desenvolvimento de um projeto de energia renovável as empresas podem entrar em uma parceria de autogeração?

R: Elas podem entrar em qualquer fase do projeto e a decisão de em que ponto do projeto o off-taker irá investir, dependerá de sua avaliação de risco. Estamos preparados para apoiar o off-taker em qualquer momento de sua decisão neste processo.

P: As empresas precisam ser grandes consumidoras de energia para se beneficiar da autogeração?

R: Nossos clientes ainda tendem a ser grandes consumidores em setores de mineração e produtos químicos, e também estamos vendo crescimento no setor de hidrogênio verde. Normalmente, os projetos variam de 400 a 700 megawatts de capacidade de energia. No entanto, usando a estrutura de parceria, a Atlas pode oferecer autogeração a consumidores menores. Com isso, estamos democratizando o acesso ao mercado de autogeração, permitindo que ele ganhe escala.

P: As empresas precisam estar localizadas fisicamente perto da usina?

R: Não, a usina não precisa estar no local, e também não precisa estar no mesmo mercado de preços dentro do Brasil. Podemos oferecer um portfólio em qualquer estado ou preço de mercado que melhor se adapte ao cliente – um exemplo é o projeto de PPA de autogeração da Albras que assinamos recentemente. Nesse caso, o cliente está localizado no norte do Brasil, enquanto nossa usina fotovoltaica está no sudeste do país.

Gerenciamos os riscos para eles e entregamos a energia em seu mercado de preços. Nossas soluções são feitas sob medida com base em nosso portfólio de desenvolvimento. Por exemplo, projetos de energia solar em diferentes regiões podem suprir as necessidades de energia de diferentes instalações industriais, assim como também podemos realizar permuta de longo prazo tanto dentro de nosso portfólio interno de energia quanto com tradings para dar ao cliente o que ele precisa, que costuma ser 100% de energia renovável no mesmo preço de mercado de suas plantas industriais.

Outro fator interessante para nossos clientes é o aspecto ESG e de sustentabilidade que incorporamos em cada um de nossos projetos. Isso significa que, como autogeradores em parceria conosco, além de os clientes serem investidores em um projeto de energia renovável, eles também estão apoiando iniciativas que impactam positivamente sua comunidade e fazem parte de todos eles por meio de nossos serviços ESG.

P: O que as empresas precisam ter em mente ao escolher um parceiro para um projeto de autogeração?

R: Em primeiro lugar, ter um parceiro que entenda o cenário jurídico e regulatório é absolutamente vital. As mudanças legais propostas no horizonte podem impactar a capacidade das empresas de aproveitar os benefícios da autogeração, portanto há realmente uma janela de oportunidade aqui, mas as empresas precisam agir rapidamente. Em segundo lugar, é fundamental estabelecer uma parceria com uma empresa com um forte histórico de implementação. Uma empresa capaz de desenvolver, financiar e construir um grande cluster renovável.

Esta também é uma parceria de longo prazo. Alguns dos principais aspectos a serem observados são a capacidade de seu produtor gerenciar seus riscos energéticos e que o projeto possa ser implementado no prazo. Na Atlas, nossa abordagem é envolver toda a empresa no processo. Nossa equipe financeira conversa com a equipe financeira do cliente; nossa equipe jurídica conversa com a equipe jurídica do cliente e assim por diante. Esta é uma joint venture e é preciso haver alinhamento e confiança entre ambos os lados.

Não importa se você é uma grande multinacional ou um pequeno consumidor de energia, você precisa ter toda a sua operação envolvida nesse processo porque pode haver questões contábeis, legais e regulatórias. É um processo complexo, mas, com o parceiro certo, os benefícios que ele pode trazer definitivamente fazem com que valha a pena.

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No ano passado, as vendas do Certificado Internacional de Energia Renovável (I-REC) no Brasil mais que dobraram para 9,5 milhões, contra 4 milhões em 2020. A Atlas Renewable Energy analisa a tendência e explica o que as empresas precisam saber antes de usar o I- RECs para atingir seus objetivos de sustentabilidade. 

“Estamos recebendo um número crescente de consultas de empresas internacionais e nacionais com operações no Brasil sobre I-RECs”, afirma Felipe Maldonado, analista comercial da Atlas Renewable Energy, que detém um dos maiores portfólios de energia solar do Brasil, com quase 1,6 GW de projetos contratados. Recentemente, tornou-se o primeiro desenvolvedor solar do país a oferecer RECs brasileiros que promovem todos os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.

“Essas consultas se dividem em dois grupos principais: as empresas que já conhecem os I-RECs e querem adquiri-los e as que buscam orientação”, diz Maldonado. Ele acrescenta que as empresas estão particularmente interessadas em entender como os I-RECs podem ajudá-las a atingir suas metas de sustentabilidade e como elas diferem de outros instrumentos, como os créditos de carbono.  

I-RECs são apenas parte da solução

Embora possa ser tentador para os executivos pensar que a simples compra de I-RECs é suficiente para se tornar “verde”, isso está longe de ser o caso. Numerosos órgãos reguladores em todo o mundo, desde a Securities Exchange Commission nos Estados Unidos até a Autoridade Monetária de Cingapura, estão reprimindo a chamada lavagem verde corporativa, impondo normas de divulgação em relatórios ambientais, sociais e de governança (ESG) tão vigorosamente quanto defendem regras para outros relatórios corporativos. Não há atalhos aqui, mas os I-RECs devem – e podem – ser usados como parte de uma estratégia de ação climática integrada mais ampla. 

“O primeiro passo é fazer um inventário de carbono para saber o nível de emissão de CO2 da sua empresa”, diz Maldonado. Munidas dessas informações, as empresas podem então tomar medidas para reduzir sua pegada de carbono, por meio de mudanças nas práticas de produção, transporte e fabricação, por exemplo. Para grandes usuários de eletricidade, fazer a mudança para energias renováveis através de uma parceria com a Atlas é uma maneira óbvia de reduzir as emissões. “Onde entram os I-RECs – e outros instrumentos como os créditos de carbono – é para aquelas emissões que são impossíveis de serem reduzidas”, explica Maldonado.

Globalmente, o mercado I-REC ainda está em um estágio relativamente incipiente, mas a demanda está aumentando à medida que mais e mais empresas se comprometem com 100% de consumo de energia renovável e com os objetivos de divulgação para o clima, estabelecidos pelo CDP e pela RE100.

“Embora ainda não seja obrigatório para as empresas neutralizar sua pegada de carbono, muitos líderes empresariais estão adotando medidas proativas para alinhar sua estratégia ambiental com as melhores práticas globais”, diz Maldonado, acrescentando que o crescente risco à reputação e a pressão dos clientes estão levando um número cada vez maior de empresas a procurarem formas de reduzir suas emissões de CO2. “Nossa abordagem na Atlas é fazer parcerias com essas empresas para ajudá-las a alavancar os I-RECs para atingir seus objetivos”. 

Evitando a lavagem verde

Esses objetivos incluem o cumprimento das metas externas e internas de energia renovável, bem como dar substância real às reivindicações ambientais – ajudando-os a evitar a lavagem verde. “Um I-REC evita as emissões geradas pelo uso de 1 MWh”, diz Maldonado. Em 2021, cada 1MWh de energia consumida no Brasil criou 120 kg de emissões de carbono – acima dos cerca de 50 kg em 2020. Esse grande aumento foi causado pelo aumento da geração termelétrica como resultado da pior seca em quase um século, que viu a capacidade hidrelétrica do país cai à medida que as barragens secavam. 

“Em um país como o Brasil, onde os efeitos das mudanças climáticas já são tão visíveis, as empresas que levam a sério o combate às suas emissões podem fazer uma declaração importante por meio do uso dos I-RECs, que lhes permitem fazer certas afirmações sobre seu impacto climático,” diz Maldonado, acrescentando que várias empresas buscam fazer isso para fortalecer o valor de sua marca e ganhar uma vantagem competitiva na futura economia de baixo carbono. “No entanto, é vital fazer isso da maneira certa. Antes de fazer qualquer reclamação, eles precisam contratar uma consultoria para verificar se estão usando o número apropriado de I-RECs para compensar suas emissões. Ao fazer isso, a empresa – e seus clientes – podem garantir que estão alinhados com a orientação do Escopo 2 do GHG Protocol”. 

Ganhando a adesão interna

Dado o atual cenário econômico e geopolítico global, convencer unidades de negócios já sobrecarregadas a investir em I-RECs ou realizar atividades voluntárias de ação climática é muitas vezes um desafio para os responsáveis pela sustentabilidade nas grandes empresas. “De forma esmagadora, as equipes ESG enfrentam desafios no desenvolvimento de um roteiro para atingir o net-zero”, diz Maldonado. “A administração quer relatar suas emissões de carbono e reduzir suas pegadas, e eles querem demonstrar credibilidade para investidores, clientes, sociedade civil e outras partes interessadas, mas encontrar uma maneira de fazer isso e, ao mesmo tempo, liderar a empresa em tempos desafiadores, muitas vezes representa uma barreira”.

No entanto, as empresas não precisam fazer isso sozinhas. Várias empresas de consultoria podem ajudá-las a desenvolver uma estratégia I-REC que melhor corresponda aos seus objetivos.

“Para empresas que não possuem experiência interna em contabilidade de GEE, o contato para obter isso tende a ser através de um corretor ou de uma empresa de consultoria. Estes intermediários garantem que seus clientes comprem I-RECs para ajudar a compensar suas emissões adequadamente, tirando a incerteza do processo”, diz Maldonado. “À medida que as conversas internas evoluem e os executivos dentro das empresas se tornam mais familiarizados com os detalhes mais específicos da descarbonização, eles tendem a nos contatar diretamente através de suas equipes internas de ESG ou sustentabilidade.”

Contribuindo para um futuro mais sustentável para o Brasil

À medida que mais e mais empresas com operações no Brasil buscam maneiras tangíveis de cumprir seus compromissos de energia renovável, os I-RECs estão demonstrando seu valor como a maneira mais confiável de contabilizar, rastrear e atribuir a propriedade de energia renovável, bem como incentivar a geração de mais eletricidade limpa, fornecendo um sinal de demanda para mercado.


Em parceria com a Castleberry Media, estamos comprometidos em cuidar do nosso planeta, portanto, esse conteúdo é responsável com o meio ambiente.

O setor de mineração é um dos maiores consumidores mundiais de energia. À medida que as energias renováveis se tornam mais acessíveis, é hora de fazer um balanço do que as empresas de mineração têm a ganhar fazendo a troca.

Este tema foi justamente o foco da participação mais recente da Atlas na convenção anual da Prospectors and Developers Association of Canada, um evento líder para a indústria mineradora mundial. Representando mais de 6.000 membros em todo o mundo, o PDAC trabalha para apoiar um setor mineral competitivo, responsável e sustentável. Com essas palavras-chave em mente, o diretor comercial da Atlas, Renato Valdivia, argumenta que “tanto as indústrias de energia renovável quanto de mineração compartilham certos objetivos e incentivos fundamentais”. Abaixo, vemos como ambas as indústrias podem se ajudar a cumprir essas metas.  

As energias renováveis fazem sentido comercial

Do ponto de vista empresarial, os profissionais de energia renovável apontam principalmente para a redução dos custos operacionais. De acordo com um estudo realizado pela Deloitte, a incorporação de renováveis pode reduzir os custos operacionais em 25% nas operações de mineração existentes e em até 50% para novas minas. Dado que o uso de energia constitui cerca de 30% dos custos operacionais totais para a maioria das minas, vale a pena considerar estratégias de longo prazo que possam acomodar as crescentes necessidades energéticas da maneira mais sustentável e econômica.  

As energias renováveis permitem soluções sob medida

Talvez o obstáculo mais significativo quando se trata de integrar energias renováveis tenha a ver com percepções atrasadas sobre a confiabilidade das fontes de energia verde e a complexidade de navegar em contratos de compra de energia (PPAs). O benefício de garantir um contrato independente de energia renovável, no entanto, está precisamente na capacidade de ajustar os PPAs às necessidades energéticas específicas, em vez de depender apenas de fontes de energia que criam seus próprios problemas em termos de desperdício e gerenciamento de riscos.

É vital entender como os PPAs sob medida podem fornecer soluções de maior valor levando em conta as características únicas de um determinado local, em combinação com o perfil de demanda de cada mina. Uma mentalidade “de tamanho único” nunca será capaz de otimizar os gastos com energia, o custo, os riscos e as metas de sustentabilidade. 

As emissões de carbono vêm com um pedágio

O setor de mineração é responsável por 4 a 7% das emissões globais de gases de efeito estufa. Indiscutivelmente mais do que qualquer outro setor, as empresas mineradoras enfrentam uma pressão incrível por parte dos governos, investidores e da sociedade para reduzir as emissões. Essa pressão toma a forma de marcos regulatórios para tributar as emissões de carbono, que continuarão a impactar os grandes consumidores de energia, a menos que tomem medidas em direção a fontes de energia mais limpas. 

Segundo o Banco Mundial, os instrumentos de precificação de carbono já foram adotados em 40 países, enquanto em outros foram implementados a nível regional e local.

A sugestão de Valdivia seria começar com a eletrificação como a primeira estratégia para reduzir a pegada de carbono. “O hidrogênio verde pode substituir combustíveis fósseis, caso a eletrificação não seja uma opção”, diz ele. “Em última análise, precisamos substituir completamente o uso de combustíveis fósseis se quisermos chegar ao net zero. Isso exige que o setor de energias renováveis e o setor de mineração trabalhem em conjunto para encontrar soluções sistêmicas que possam gerar sinergias de longo prazo.”

Os Investidores favorecem as energias renováveis (os consumidores também)

A necessidade de mudança sistêmica de longo prazo é evidente quando consideramos que cada vez mais investidores institucionais estão se comprometendo a apoiar estratégias livres de combustíveis fósseis. Como tal, a capacidade das mineradoras de reduzir sua pegada de carbono anda de mãos dadas com potenciais parcerias comerciais. As empresas de mineração estão, portanto, em uma posição única para desempenhar um papel essencial na aceleração de transições inovadoras na produção, gerenciamento e distribuição de energia.

Uma observação da conferência anual do PDAC é a crescente consciência do papel central que os minerais desempenham na economia moderna e como a transição verde impulsionará um crescimento mais acentuado da demanda por certos elementos, como cobre e lítio. Isso aponta para um modelo de negócio nascente para o setor de mineração, que trabalha para e com o desenvolvimento de novas tecnologias de energia renovável. O desafio é encontrar formas de equilibrar a expansão com uma alocação eficiente de capital e contenção de custos – entretanto, uma estratégia de sustentabilidade abrangente, onde um componente renovável (e a otimização do projeto das operações em torno da maximização de seu uso) ao planejar uma nova mina ou expandir uma operação existente serviria para liberar o acesso a esquemas preferenciais de financiamento verde e reduzir o risco percebido pelo investidor. 

Da mesma forma, as empresas de mineração precisam considerar a crescente demanda dos consumidores por cadeias de suprimentos para fornecer commodities verdes. Clientes maiores como Volvo e Mercedes estão cimentando essas demandas ao assumir compromissos de aço verde, que devem entrar em vigor nos próximos cinco anos.

É crítico para os negócios.

A mudança para a energia renovável invariavelmente está sob o guarda-chuva de preocupações ambientais, sociais e de governança mais significativas.  Devido à sua escala e intervenção, os projetos de mineração tendem a gerar muita atenção em relação ao ESG.

As minas exigem licenças para operar, que, por sua vez, estão condicionadas a estratégias de ESG. Nesta perspectiva, as energias renováveis oferecem mais do que simples economias de custos. Elas também fazem parte de estratégias que preservam a licença social de uma mina.

O modelo de negócios da Atlas sempre foi sobre encontrar maneiras de fornecer soluções de energia limpa inovadoras e feitas sob medida para grandes consumidores de energia, atuando como agentes de mudança e guardiões da justiça social nas comunidades que tocamos. Trata-se de levar o conceito de sustentabilidade além da energia limpa em direção a um modelo abrangente de crescimento econômico que se esforça para a regeneração em vez da exaustão.  Garantir o triplo resultado é, em última análise, o retorno mais significativo do investimento.

Embora os benefícios sociais e ambientais possam ser mais difíceis de quantificar, eles criam valor para os acionistas.

Um novo modelo de mineração

O desafio para a indústria de mineração é determinar como fornecer os minerais que o mundo precisa para prosperar e, ao mesmo tempo, tornar suas operações parte da solução para enfrentar as mudanças climáticas.

Responder a essa pergunta requer disposição para repensar os processos operacionais e liderança suficiente para transformar toda uma indústria.

As tendências atuais indicam que o movimento em direção às energias renováveis está em ascensão. Os líderes do setor de mineração não devem demorar a seguir este curso, ou podem encontrar-se em uma curva de custo mais alta, tentando alcançar os concorrentes.

É através das lentes das estratégias de energia renovável que as mineradoras podem se posicionar como atores-chave no espaço de tecnologia e inovação, atraindo o interesse de uma força de trabalho especializada e investidores com visão de futuro – ao mesmo tempo em que atendem as comunidades onde operam.

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À medida que um número crescente de empresas em todo o mundo publica compromissos para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa, a fim de atingir o net zero, a pressão aumenta para garantir que elas cumpram seus compromissos. Os Certificados Internacionais de Energia Renovável (I-RECs) podem fornecer uma maneira certificável de provar as ações corporativas a fim de reduzir as emissões de escopo 2. A Atlas Renewable Energy explica como isso é possível.

O escrutínio dos investidores e dos órgãos reguladores do risco climático está aumentando, e os consumidores e funcionários empregados estão cada vez mais considerando a sustentabilidade em suas decisões. Assumir compromissos ambíguos já não é mais suficiente. De fato, as mudanças propostas nas regras da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA sobre relatórios de risco significam que as empresas precisarão fornecer relatórios detalhados de seus riscos relacionados ao clima, emissões e planos de transição ao net zero. Medidas semelhantes também estão em andamento na União Europeia, Hong Kong, Japão, Nova Zelândia e Reino Unido.

Entre as regras propostas estão uma melhoria nos relatórios sobre emissões do Escopo 2, que são as emissões geradas pela energia que uma empresa consome. Quase 40% das emissões mundiais de gases de efeito estufa podem ser atribuídas à geração de energia, o que significa que tomar medidas para reduzir as emissões do Escopo 2 é vital para limitar o aumento da temperatura global.

Alcançar isso significa combater a pegada de carbono do uso de energia elétrica. Embora as medidas de conservação de energia e melhorias de eficiência representam tarefas fáceis de serem cumpridas pelas empresas para começar a reduzir suas emissões, a verdadeira ação vem da mudança para a energia limpa. Ao usar e produzir energia renovável, as empresas podem tomar medidas concretas para as mudanças climáticas e atender as expectativas cada vez mais rigorosas de investidores, reguladores e consumidores.

Entretanto, muitas empresas ainda não conseguem se abastecer de energia renovável diretamente.

Por exemplo, isso pode ser devido ao não muito grande da demanda de energia nas inúmeras pequenas e dispersas instalações de uma empresa, o que torna mais desafiadora a execução de contratos de compra de energia. Isto pode ser resultado da falta de disponibilidade de energia renovável em países nos quais a empresa possui instalações, ou devido ao tipo de mercado de energia elétrica, ou de regulamentações no local onde a empresa opera.

Embora todos os mercados venham a se desenvolver eventualmente nessa direção, as empresas precisam de uma solução imediata.

Em locais com pouca ou nenhuma oportunidade de adquirir quantidades de energia elétrica renovável a preços econômicos, e quando uma empresa atinge o limite da redução da demanda de energia e da produção de energia renovável que pode alcançar, a compra de certificados de atributo de energia (EAC) lhes permite superar a última etapa em direção a energia 100% renovável. Isso lhes permite reduzir as emissões do Escopo 2, reivindicar atributos ambientais de eletricidade renovável e cumprir compromissos e metas de sustentabilidade.

Os tipos de EACs disponíveis em cada mercado são diferentes, mas para a maioria dos clientes da Atlas, o esquema I-REC é o mais relevante.

O padrão I-REC é um método internacionalmente reconhecido para a alocação de atributos de energia elétrica. Cada I-REC representa a propriedade exclusiva de 1 MWh de energia renovável, que foi produzida e injetada na rede.

Mas para que as compras de I-REC contribuam para o cumprimento das metas de redução de emissões do escopo 2, é de vital importância usá-las corretamente.

O papel dos EACs nos relatórios de emissões de escopo 2 foi questionado recentemente, após um estudo publicado na Nature Climate Change por uma equipe de pesquisadores, que constatou que as reivindicações ambientais de algumas empresas eram exageradas porque a quantidade de energia relatada nos certificados nem sempre era igual ao que elas estavam declarando publicamente.

Em resposta, a Science Based Targets Initiative (SBTi), uma parceria entre o CDP, o Pacto Global das Nações Unidas, o World Resources Institute (WRI) e o World Wide Fund for Nature (WWF), incentiva o uso de EACs com base na orientação do Escopo 2 do Protocolo de Gases de Efeito Estufa (GHGP), e destacou a necessidade de aumentar a transparência sobre como as empresas cumprem suas metas.

Os I-RECs servem para aumentar a transparência do setor de energia e fornecer clareza sobre o uso de energia renovável entre os consumidores finais. O Padrão I-REC garante que os certificados emitidos cumpram com os principais padrões internacionais de sustentabilidade e responsabilidade de carbono, incluindo o GHGP, CDP e RE100, e cumpram as expectativas das partes interessadas sobre as melhores práticas do setor. 

Mas para que as empresas façam a diferença sob a orientação do Protocolo GHG Scope 2, elas precisam ter um impacto adequado sobre as emissões. A orientação do GHG é clara quanto a isso; quando se trata de relatar as emissões do Escopo 2, há uma abordagem “baseada em localização” que reflete a intensidade média de emissões das redes locais nas quais ocorre o consumo de energia e uma abordagem “baseada no mercado” que reflete as emissões da geração de energia elétrica que as empresas escolheram propositalmente, permitindo que elas usem seu poder de compra para acelerar a implantação de energia renovável.

Isso significa que as empresas devem comprar I-RECs de lugares de geração localizados dentro da mesma jurisdição do mercado de energia em que adquirem a energia que utilizam.

O que também é extremamente importante é a verificação por terceiros. Não basta mais apenas fazer afirmações infundadas. Trazer entidades externas ajuda a garantir que um sistema I-REC esteja sendo usado corretamente e que as reivindicações de uma empresa sobre a energia que ela utiliza sejam confiáveis. Para tornar suas reivindicações críveis, as empresas devem solicitar que um terceiro faça as verificações e se o número e o tipo correto de I-RECs foram usados.

Ao utilizar os I-RECs corretamente, as empresas podem fazer uma escolha consciente, transparente e baseada em evidências para reduzir suas emissões de escopo 2, e permitir o desenvolvimento de mais instalações de energia elétrica renovável.

As empresas são responsáveis por abordar suas emissões do Escopo 2 de acordo com a ciência climática atual. Embora possa ser complexo, com a orientação adequada isso pode ser alcançado. Para saber mais sobre como desenvolver uma estratégia equilibrada que garanta um impacto real e evite a “manipulação verde”, entre em contato com a Atlas Renewable Energy hoje mesmo.

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Na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2021 (COP26), realizada em novembro, os países apresentaram ambiciosas metas de redução de emissões para 2030 que se alinham com o alcance do net zero até meados do século.

Para cumprir esses compromissos, os grandes usuários corporativos de energia estarão desempenhando um papel fundamental. Hoje, um movimento crescente em direção aos polos industriais net zero, oferece uma oportunidade única para que as corporações em todo o mundo se alinhem às metas do Acordo de Paris – bem como aumentem a adoção de energia renovável.

Desde o polo aeroespacial em Queretaro, México, até o polo automotivo em Detroit, Michigan, as empresas têm se co-localizado em ecossistemas dinâmicos há décadas. Compartilhando recursos, problemas e soluções, os polos industriais atuam como motores de crescimento econômico, ao mesmo tempo em que aumentam as oportunidades de maior eficiência.

Agora, à medida que a luta contra as mudanças climáticas se torna mais urgente, esses polos industriais co-localizados podem ser alavancados de uma nova maneira: reduzir as emissões a zero.

Como funcionam os polos industriais net zero?

Os setores energéticos e industriais são responsáveis por até dois terços do CO₂ mundial (cerca de 22 gigatoneladas por ano), de acordo com um novo relatório da Accenture em colaboração com o Fórum Econômico Mundial.

Se as empresas localizadas dentro de um polo industrial podem trabalhar juntas para aproveitar ao máximo as novas tecnologias e processos limpos e, ao mesmo tempo, manter ou aumentar a produtividade, aumentar as credenciais verdes de seus produtos e melhorar o ambiente, elas podem se tornar parte da solução – em vez de parte do problema.

O que isso parece na prática, varia drasticamente dependendo da região e do tipo de indústria.

Porém, em sua essência, os polos industriais net zero são um conjunto de instalações, fábricas e infraestrutura interligada dedicada à redução e eliminação de gases de efeito estufa através da aplicação de energia limpa e tecnologia de controle de emissões.

Através da geração de energias renováveis no local, fontes de carbono zero ​​compartilhadas, armazenamento e micro redes, os polos industriais podem aproveitar as oportunidades apresentadas pela energia limpa para reduzir as emissões e permitir que as empresas localizadas nos locais cumpram suas próprias metas internas de sustentabilidade. E devido à configuração do polo industrial, se a demanda de energia não puder ser suprida por fontes renováveis no local, as empresas podem agrupar a demanda por contratos de compra de energia renovável (PPAs).

Polos industriais net zero na atualidade

Os polos industriais net zero ainda são um conceito relativamente novo, mas que está ganhando terreno à medida que cidades e nações buscam alcançar essa meta até 2050, ou antes, com o menor custo possível para seus cidadãos e empresas.

Um exemplo é o Parque Industrial de Suzhou. Situado em Jiangsu, na China, é um dos maiores e mais modernos parques industriais do mundo. Espalhado por uma área de 288 km² e abrigando mais de 4.000 empresas, o parque industrial oferece uma gama de soluções econômicas, de baixo carbono e de energia e infraestrutura net zero que permitem que as empresas lá localizadas rastreiem e melhorem sua eficiência energética e suas emissões, de acordo com suas próprias metas de sustentabilidade.

Enquanto isso, no Reino Unido, onde o governo se comprometeu a entregar quatro polos industriais de baixo carbono até 2030 e pelo menos um polo industrial totalmente net zero até 2040, há inúmeros exemplos promissores.

Um deles é o polo industrial Humber, em Yorkshire. Lar de indústrias como refino, petroquímica e manufatura, este é o polo industrial mais intensivo em carbono do país, emitindo 12.4 milhões de toneladas por ano. O plano é criar uma infraestrutura compartilhada de captura e armazenamento de carbono ao lado da primeira usina de energia de emissões negativas do mundo, que permitirá que as indústrias da região produzam produtos químicos de baixo carbono. Há também o potencial de incorporar a produção de hidrogênio verde, fazendo uso do aumento do fornecimento de energia renovável a partir do vento do mar na região de Humber.

À medida que esses projetos começam a amadurecer, o interesse também cresce nos EUA e na América Latina – um estudo recente do Center for Global Energy Policy da Universidade de Columbia identificou oportunidades para net zero em Houston.

Colocando isso em prática

Embora os polos industriais ne -zero sejam uma ótima ideia em teoria, na prática, eles são menos simples de implementar. A maioria das empresas, cidades e estados não têm a capacidade de iniciar uma transformação net zero a partir de um quadro limpo, e a adaptação de sistemas legados para eficiência energética e carbono net zero envolve custos significativos. Além disso, nem todos os grandes emissores de carbono estão localizados em polos industriais, portanto, a criação de polos industriais com net zero é apenas parte do caminho para resolver os problemas.

No entanto, acreditamos que o movimento do polo industrial net zero apresenta uma excelente oportunidade para facilitar e promover a adoção de energia renovável, à medida que as empresas trabalham arduamente para cumprir suas metas climáticas. E para aquelas empresas que ainda não têm a oportunidade de aderir a um polo industrial, já existem alternativas.

Uma das alternativas mais eficazes para as empresas que buscam atingir os objetivos de redução de emissões são os Certificados de Energia Renovável (RECs). Em todo o mundo, cerca de 70% das empresas com metas net zero já utilizam RECs como parte de suas estratégias de aquisição de eletricidade renovável. O uso de RECs permite que uma empresa afirme que usa eletricidade renovável de uma fonte de baixa ou zero emissões e, como eles fornecem flexibilidade na aquisição de energia verde de qualquer lugar de um determinado país, mesmo empresas localizadas em regiões sem recursos energéticos renováveis abundantes podem se beneficiar.

Outra opção é através de PPAs, que permitem que os consumidores corporativos comprem uma certa quantidade de energia renovável de um ativo específico sob um acordo de preços pré-determinado. Cerca de 45% das empresas com metas de net zero assinam esses acordos como parte de suas estratégias de aquisição de energia renovável, e seu uso está crescendo à medida que cada vez mais empresas buscam aproveitar os benefícios da energia renovável para alcançar suas metas de sustentabilidade.

No entanto, apenas os RECs e PPAs não levarão as empresas à neutralidade de carbono. Operações diárias como o uso de água, produção de embalagens e uso de equipamentos não elétricos têm uma pegada de carbono, e é por isso que esses polos industriais são tão atraentes: por meio de infraestrutura compartilhada e da tecnologia de captura de carbono, eles permitem novos modelos de negócios que podem contribuir para prevenir os piores efeitos das mudanças climáticas provocada pelo homem.

No entanto, até que os polos industriais net zero se tornem uma realidade global generalizada, a próxima melhor opção para os grandes emissores é analisar seriamente suas estratégias de uso de energia e considerar a implementação de PPAs, RECs e outras ferramentas a fim de definir suas trajetórias no caminho para net zero.

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Sempre que o dinheiro estiver envolvido, especialmente com contratos, as coisas podem ficar complicadas. E se acrescentarmos condições voláteis, como a recente pandemia, guerra, crise climática e inflação, as coisas ficam ainda mais difíceis. Essas condições têm sérios efeitos colaterais, sendo um deles a volatilidade da moeda. De acordo com um artigo do DailyFX de 2021, a volatilidade da moeda é “caracterizada por mudanças frequentes e rápidas nas taxas de câmbio e no mercado cambial“. Basicamente, isso significa que o valor da moeda é imprevisível e praticamente impossível de controlar.

Os preços da eletricidade também entram nessa questão. Essa imprevisibilidade é  muitas vezes o motivo para empresas e proprietários de projetos de energia renovável garantirem um contrato de compra de energia ou PPA. No entanto, há sinais de que a volatilidade atual do mercado pode impactar esses contratos ao longo prazo. Por exemplo, um relatório recente da Pexapark destacado na Reuters afirmou que a recente volatilidade dos preços da energia terá um impacto duradouro no mercado de PPA de energia limpa, o que inclui menos contratos de longo prazo.

Mas, apesar da recente volatilidade, os PPAs ainda podem fornecer uma fonte de estabilidade. De acordo com um artigo de Martijn Duvoort da DNV, “os PPAs têm sido uma ferramenta valiosa no financiamento da transição energética até hoje, particularmente nos EUA, América Latina e, recentemente, nos países nórdicos. Com o governo eliminando gradualmente os subsídios e tarifas de transmissão, novos projetos de energia renovável estarão muito mais expostos às flutuações da abertura do mercado. Os PPAs ajudam a mitigar os riscos associados a tais flutuações e se tornarão uma ferramenta ainda mais importante para incentivar o investimento em novos projetos”.

Então, para onde vamos a partir daqui? Vamos começar pelo início.

Contratos de Compra de Energia: Conceitos Básicos

A PPA é um contrato entre um consumidor e uma unidade geradora de energia ou um portfólio da mesma. Existem duas categorias principais de PPAs: PPAs de entrega física e PPAs virtuais (às vezes chamados de PPAs financeiros). A duração habitual do contrato é entre 10 e 20 anos. A negociação do PPA é complexa; requer assessores jurídicos e, ocasionalmente, técnicos, e o tempo normal de negociação é de 3 a 9 meses.

Dado que as redes de energia conectam as unidades de geração com a demanda, um PPA não se limita aos ativos de geração no local; na maioria das vezes, a geração de energia está localizada fora do local, e às vezes nem mesmo dentro da mesma região. O processo de PPA pode começar com projeto de energia totalmente novo que está pronto para ser construído (incluindo a localização, tamanho e conexão com a rede que já está acordada) ou um projeto existente que tem capacidade de geração disponível não comprometida em PPAs anteriores. Para PPAs corporativos, empresas como a Atlas Renewable Energy podem ajudar, especialmente à medida que cresce a necessidade de experiência internacional.

Principais benefícios do PPA

Como um mecanismo que possibilita mudanças positivas, o PPA, em sua essência, visa fornecer segurança de preços da energia elétrica — fixando custos de energia competitivos para o cliente e proporcionando estabilidade no fluxo de caixa para o ativo de geração, o que é fundamental para garantir o financiamento — e é por isso que as garantias são tão cruciais nesses acordos. No entanto, os PPAs também podem ser usados para promover as metas de sustentabilidade de uma corporação, comprometendo-se a comprar apenas energia renovável de projetos de energia renovável que serão construídos e operados com propósitos específicos (um conceito chamado “adicionalidade”). Como resultado, as empresas podem reduzir sua pegada de carbono e fazer parcerias com empresas de geração de energia renovável com fortes e reconhecidas credenciais ambientais, sociais e de governança, beneficiando assim o meio ambiente, as comunidades e outras partes interessadas relacionadas ao projeto de energia renovável.

Além disso, para ajudar a compensar as mudanças em curso, a volatilidade da moeda e as flutuações de preços mencionadas anteriormente, um PPA tem a capacidade de se proteger contra futuros aumentos de preços, permitindo que os proprietários de empresas fechem um preço fixo por unidade de eletricidade durante o período do contrato.

Simplificando o processo de PPA

Quando uma empresa decide que está pronta para se vincular a um PPA, as seguintes etapas podem ajudar a facilitar esse processo:

  • Começar mais cedo em vez de mais tarde. Mesmo com os preços voláteis existentes, os PPAs podem levar vários meses para serem negociados. E, tipicamente, o projeto que se comprometerá a entregar a energia será construído com um propósito específico, o que pode acrescentar mais 1 a 2 anos até a conclusão.  Portanto, é melhor começar agora, caso ocorram ainda mais mudanças que afetem o preço total.
  • Realizar pesquisas sobre o mercado existente na América Latina, políticas estaduais para PPAs nos Estados Unidos e fornecedores disponíveis (especificamente sobre sua reputação e histórico — ver referências!).
  • Contrate um consultor experiente com um histórico estabelecido para orientar o processo, bem como um consultor jurídico qualificado e consultores técnicos e financeiros para a fase de negociação.
  • Esteja preparado para fazer perguntas críticas sobre o PPA relacionado a preços, indexação, garantias de comprador e vendedor, duração, data de início, data de operação comercial e riscos.
  • Envolver as partes interessadas que farão parte do PPA ou que serão potencialmente afetadas por ele.
  • Obter aprovação, conforme necessário, da alta administração, de um parlamento ou órgão legislativo, de um órgão regulador ou de outra entidade governamental anfitriã.
  • Uma vez aprovado e assinado, continuar monitorando o mercado à medida que o mesmo evolui, bem como o valor do ativo. Especificamente, é essencial criar uma estratégia para esse processo e realizar uma avaliação ”mark to market” que é uma avaliação realista da situação financeira, com base no valor dos ativos e passivos à medida que os preços evoluem.

Riscos dos PPA

Em qualquer contrato, há um certo grau de risco. Mesmo com os PPAs que existem desde a década de 80, há riscos que as partes envolvidas precisam planejar e estar cientes. Noah Lerner, do Fórum de Financiamento de Energia Limpa, discute alguns desses riscos, bem como a base, a forma e os riscos operacionais em seu artigo de 2020, “Navegando pelo Risco: Um Guia para PPA Corporativo“.

Um risco adicional e considerável para a estruturação de PPAs é a moeda sob a qual o contrato é feito. Um artigo da Greentech Media afirma que existem vários riscos cambiais que os envolvidos em um PPA precisam estar cientes, incluindo desvalorização da moeda local, disponibilidade de financiamento e conversibilidade (ou seja, conversão da moeda local para dólares americanos ou outra moeda forte).

A conversão para uma moeda que reflita o fluxo de caixa da empresa é uma forma de ajudar a diminuir esses riscos. Um exemplo de utilização de financiamento internacional mais competitivo em dólar foi o recente PPA de 15 anos da Atlas Renewable Energy com a Dow para a usina de Jacaranda – projeto solar multimegawatt no Brasil com um cliente que exporta sua produção, portanto, recebe fluxos de caixa em dólares. O contrato foi garantido com financiamento em dólares americanos (67 milhões de dólares, para ser exato). Como resultado, o projeto pode cumprir suas metas de obter energia limpa 24 horas por dia (graças a uma característica comercial adicional que permite ao cliente receber energia elétrica 24 horas por dia) para suas operações comerciais, além de se beneficiar de uma maior certeza de preço.

Durante tempos voláteis, os PPAs devem evoluir

A volatilidade existe no mundo agora mais do que nunca, e pode ter efeitos de longo alcance. Os preços da eletricidade parecem mudar diariamente. E para regiões como a América Latina, a flutuação do valor da moeda está dificultando o financiamento de projetos de energia renovável no nível contratual. Agora, pode parecer que os riscos são abundantes, mas mesmo em tempos altamente incertos, existem soluções.

O essencial é que os PPAs forneçam valor. Esses acordos estão na vanguarda da implantação de energia renovável em todo o mundo. No entanto, para isso, eles devem ser estruturados da maneira correta para que todas as partes tenham a certeza do preço e o melhor resultado financeiro de que precisam no longo prazo.

Mas, como tudo, os PPAs devem evoluir — à medida que as condições e as moedas mudam, surgem tecnologias e novas opções de compra ou contratação. Enquanto o setor de energia renovável continua crescendo, os preços relacionados a ele podem variar, tornando-se mais complexos. Como resultado, os PPAs devem se adaptar estrategicamente a essas condições em constante mudança para não apenas continuar a servir os proprietários e investidores, mas também ajudar o mundo a fazer a transição para um futuro de energia limpa (e financeiramente viável).

Em parceria com a Castleberry Media, estamos comprometidos em cuidar do nosso planeta, portanto, esse conteúdo é responsável com o meio ambiente.

A próxima iteração da internet está tomando forma rapidamente, mas torná-la realidade exigirá grandes quantidades de energia. Garantir que o futuro cenário digital não se torne um pesadelo ambiental significa optar por energias renováveis, acelerar a transição energética e adotar uma estrutura de  emissões mais baixas.

Executada em redes que usam mecanismos de consenso como blockchain, o Web3 é uma nova versão descentralizada da internet que visa dar aos indivíduos mais controle sobre seus dados e experiências. Enquanto isso, o metaverso é um mundo digital e imersivo ainda a ser realizado que permite que os usuários interajam digitalmente, seja usando cripto-carteiras para fazer compras ou fones de ouvido de realidade virtual para explorar experiências.

Embora ambos sejam espaços digitais e virtuais, eles estão muito ligados ao mundo físico – graças à energia necessária para alimentá-los.

Apesar de toda sua promessa futurista, os blocos básicos de construção do novo cenário digital são computadores e servidores, e uma postagem recente no blog da Intel sugere que nossa infraestrutura global de computação precisará ser 1.000 vezes mais poderosa do que é hoje para sustentá-la confortavelmente – e isso tem um alto custo ambiental.

Em um estudo realizado em 2019, pesquisadores da Universidade de Massachusetts calcularam que o treinamento de um grande modelo de aprendizagem – por exemplo, um que permite que as máquinas trabalhem com linguagem natural em um ambiente virtual – produz 284 mil quilos de dióxido de carbono que aquece o planeta, ou cinco vezes as emissões ao longo da vida de um carro médio.

Na Universidade de Lancaster, pesquisadores travaram um cenário para descobrir o que aconteceria se apenas 30% dos jogadores de computador se mudassem para plataformas virtuais baseadas em nuvem até 2030, e descobrissem que as emissões de carbono aumentariam quase em um terço.

Enquanto isso, as criptomoedas, que sustentarão transações no novo mundo online, tornaram-se notórias por sua intensidade de energia, com a Universidade de Cambridge descobrindo que a mineração de criptomoedas pode consumir até 121,36 terawatt-hora por ano, ou mais do que o consumo anual de energia da Argentina ou dos Emirados Árabes Unidos, enquanto o New York Times calcula que o bitcoin consome cerca de 0,5% de toda a energia do mundo inteiro.

No atual mix energético, onde a maioria da eletricidade em todo o mundo ainda vem de fontes não renováveis, o enorme aumento no uso de energia provocado pelo Web3 significa um desastre para o planeta.

Em todo o mundo, mudanças climáticas irreversíveis já estão em andamento, desde temperaturas mais quentes até tempestades e secas mais severas. De acordo com o relatório do IPCC de 2022, divulgado no início deste ano, a humanidade tem uma “janela estreita para agir”, e se quisermos garantir um futuro habitável, cortes profundos nas emissões de gases de efeito estufa precisam acontecer agora.

O caminho verde para o futuro

Entretanto, antes de descartar imediatamente o metaverso e a Web3 como um desastre ambiental esperando para acontecer, vale a pena notar o que a Big Tech está fazendo para conciliar seus próprios objetivos de sustentabilidade com a criação de um cenário digital totalmente imersivo. A Amazon Web Services (AWS), que fornece soluções de computação em nuvem para quase um terço de todos os aplicativos de web hoje, diz que vai alimentar suas operações com energia 100% renovável até 2025. O Google prometeu usar energia livre de carbono 24 horas por dia, 7 dias por semana em todos os seus centos de dado até 2030. A Microsoft pretende zerar o uso de carbono até 2030, além de interromper o uso de diesel em seus geradores. Enquanto isso, a Meta – que mudou seu nome do Facebook para demonstrar o quanto acredita no metaverso – diz que até 2030 atingirá zero de emissões em suas próprias operações e em sua cadeia de valor.

Além disso, a energia limpa está sendo cada vez mais usada para alimentar as atividades de criptomoedas, onde um relatório do Cambridge Centre for Alternative Finance descobriu que quase 40% da mineração de proof-of-work, (que é a utilizada para validar criptomoedas e minerar novos tokens), é alimentada por energia renovável. Isso se deve, em parte, ao fato de que a energia renovável agora é mais barata do que os combustíveis fósseis na maioria dos mercados ao redor do mundo, enquanto os combustíveis fósseis só devem se tornar mais caros com o tempo. Outro sinal positivo pode ser encontrado no Acordo Climático Cripto, inspirado no Acordo de Paris. Os signatários do pacto, orientado pelo setor, prometeram mudar para fontes de energia renovável até 2025 e chegar a zero, eliminando completamente as emissões de gases de efeito estufa, até 2040.

Essa proliferação de compromissos já está superando a transição do nosso mundo para a energia renovável, impulsionando a demanda para que uma porcentagem maior da rede seja proveniente de recursos limpos.

Para atender a essa demanda, um mundo digital descentralizado precisa de fontes de energia descentralizadas. As fazendas de criptomoedas precisarão ser co-localizadas com a geração renovável e mineração quando houver abundância de energia. Os centros de dados já estão firmando acordos diretos de compra de energia corporativa (PPAs) com fornecedores de energia renovável, permitindo-lhes aumentar seu uso real de energia limpa mais rapidamente do que se dependessem apenas da rede elétrica. As atividades de mineração digital têm flexibilidade de localização, como tem sido demonstrado pela redistribuição de sua atividade em resposta a mudanças regulatórias, o que significa que as atividades de mineração digital podem buscar as melhores localidades geográficas em termos de energia renovável abundante e competitiva.

Preparando o caminho para um futuro sustentável

Garantir que o metaverso e o Web3 sejam alimentados por energia limpa permite que o poder verdadeiramente transformador do novo mundo online entre em vigor. Indivíduos que pensam e se preocupam com o futuro do planeta já estão projetando novas formas radicais para que pessoas e empresas sejam mais sustentáveis através da nova tecnologia – desde moedas digitais de crédito de carbono para permitir que qualquer pessoa acesse mercados de negociação de carbono até tokens não fungíveis que financiam o plantio de manguezais suficientes para sequestrar 20 milhões de toneladas de carbono nos próximos 25 anos.

Embora seja verdade que – como as coisas estão hoje – a adoção em larga escala do metaverso e da Web3 levaria as emissões a níveis perigosos, todos os indicadores apontam para as empresas envolvidas optando por combater esses desafios ambientais. A única opção viável para alimentar o futuro mundo online são as energias renováveis, e esse enorme aumento na demanda impulsiona a enorme adoção de energia limpa, acelerando a transição energética para um futuro melhor e mais sustentável.

Em parceria com a Castleberry Media, estamos comprometidos em cuidar do nosso planeta, portanto, esse conteúdo é responsável pelo meio ambiente.

Entre as maiores empresas de tecnologia do mundo, acordos de energia limpa e metas climáticas tornaram-se uma fonte de rivalidade. Hoje, cinco das dez maiores empresas de tecnologia do mundo por capitalização de mercado são alimentadas por energia  100% renovável. Entretanto, está surgindo uma divisão entre retardatários e líderes, onde alguns dos maiores consumidores de eletricidade têm a menor participação no uso de energia renovável.

As empresas de soluções digitais e dados têm uma oportunidade sem precedentes de fazer uma contribuição importante e essencial para o esforço climático global. Lançado na Conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas de 2021, ou COP26, o Tech for our Planet challenge  (programa de desafio Tech para o nosso Planeta) destacou como as inovações, da inteligência artificial ao blockchain e big data, podem ajudar o mundo a cumprir as metas líquidas zero.

De fato, de acordo com um relatório recente da União Internacional de Telecomunicações, a tecnologia digital poderia ajudar a reduzir as emissões de carbono do mundo em cerca de 17%.

Mas com centros de dados e cadeias de suprimentos sedentos por energia que abrangem o planeta, a menos que todas as empresas de tecnologia do mundo sejam alimentadas por energia limpa, o setor nunca conseguirá criar ações climáticas em escala.

Escolhendo um futuro sustentável

Após passar por um escrutínio crescente nos últimos anos sobre seu impacto ambiental, os principais gigantes da tecnologia deram grandes passos para reduzir sua pegada de carbono, com ações como redução de resíduos, reciclagem de hardware e fornecimento responsável da cadeia de suprimentos. No entanto, de longe, o aspecto mais impactante das estratégias de sustentabilidade dessas empresas é a transição para a energia renovável.

Entre as empresas mais influentes, o Google prometeu alimentar suas operações inteiramente com energia livre de carbono até 2030 e, desde 2017, tem suprido 100% de seu uso global de eletricidade com compras de energia renovável. Enquanto isso, a Microsoft anunciou recentemente que até 2030 terá 100% de seu consumo de eletricidade suprido com compras de energia com zero de carbono. É uma história semelhante à do Facebook, que alcançou sua meta de adquirir 100% de energia renovável para apoiar suas operações globais em 2020.

Essas empresas de tecnologia têm conseguido alcançar esses objetivos aproveitando sua enorme capacidade de investimento.

Em 2019, o Google assinou a maior compra corporativa de energia renovável da história, com um pacote de contratos de 1.600 megawatts (MW) que incluiu 18 novos acordos de energia. Hoje, seu portfólio mundial de energia produz mais eletricidade do que lugares como Washington D.C. ou países inteiros como a Lituânia ou o Uruguai usam a cada ano. O Facebook também é um dos maiores compradores corporativos de energia renovável, com contratos atuais em vigor de mais de 6,1 gigawatts (GW) de energia eólica e solar em 18 estados e cinco países. E nos últimos 12 meses, a Microsoft assinou novos contratos de compra de aproximadamente 5,8 GW de energia renovável em 10 países em todo o mundo.

Mas mesmo para empresas com um poder de fogo financeiro um pouco menor, tornar-se totalmente renovável não só é possível, como em muitos casos pode representar uma economia de custos. Graças aos avanços tecnológicos que levaram a eficiência das instalações solares para perto do seu máximo teórico – como painéis bifaciais que capturam raios de ambos os lados, e aos avanços da eletrônica que permitem que os painéis solares rastreiem o sol à medida que ele se move pelo céu diurno – aproveitar o sol é cada vez mais rentável.

Até 2030, a adoção da computação em nuvem deve aumentar exponencialmente, de US$ 1,3 bilhão em 2019 para US$ 12,5 bilhões, segundo a BloombergNEF. Em última análise, a energia renovável agora é mais barata do que os combustíveis fósseis em muitos mercados, e como a eletricidade é o principal gasto das empresas de tecnologia, ao usar energia solar ou eólica, elas poderão manter os custos baixos mesmo quando a demanda por seus serviços, como centros de dado, aumentar substancialmente.

Espaço para melhorias

As estimativas da contribuição do setor de tecnologia para as emissões globais de gases de efeito estufa variam de 1,4% a 2,3%. Ao contrário de setores como aviação ou transporte marítimo, grande parte de sua pegada de carbono depende do consumo de eletricidade – em vez da queima de combustíveis fósseis – o que torna relativamente simples descarbonizar. E aproveitar essa oportunidade de baixo custo terá um impacto considerável: de acordo com uma pesquisa da Ericsson, se o setor de tecnologia fizer a mudança para fontes de energia renovável, poderá reduzir suas emissões globais em até 80%.

Embora a Big Tech esteja a caminho de energia 100% renovável, alguns dos maiores usuários de energia do setor ainda dependem de energia convencional para a maioria de suas necessidades de eletricidade. E como os cientistas alertam que as emissões globais devem ser reduzidas pela metade até 2030 a fim de evitar os piores impactos das mudanças climáticas, isso tem que mudar – e rapidamente.

Uma questão é que a geração variável de energia renovável nem sempre está alinhada com o tempo de consumo de eletricidade do comprador – o que significa que eles têm que recorrer a alternativas emissoras de carbono, como a geração de eletricidade através de carvão ou gás.

Resolver isso significa pensar em soluções criativas, e a Big Tech está fazendo isso cada vez mais. Uma onda recente de compromissos das empresas para atender sua demanda de eletricidade, hora a hora, com fontes de eletricidade livres de carbono, é um grande movimento positivo na direção certa.

Embora este seja um desenvolvimento recente, a Atlas acredita que este é o início do próximo passo para alcançar a transição para as energias renováveis, que é algo que a Atlas deseja facilitar. Através de recursos avançados de estruturação desenvolvidas no ano passado, a Atlas agora consegue fornecer soluções de acordo com o perfil da demanda de carga para os consumidores de energia. Isso é alcançado através do projeto adequado de um portfólio de projetos de energia renovável no qual a Atlas pode entregar a demanda esperada nos hubs onde os requisitos de carga estão localizados.

À medida que acionistas e investidores estabelecem metas de descarbonização, e os consumidores clamam por mudanças, demonstrar liderança em energia limpa tornou-se central para a estratégia corporativa em todo o setor de tecnologia – e o setor de energia renovável está crescendo para enfrentar o desafio.

Com novas opções de financiamento e modelos de negócios que reduzem as barreiras à entrada, a adesão à energia 100% limpa, não está mais restrita aos principais gigantes da tecnologia. Graças aos contratos de compra de energia corporativa (PPA), contratos de longo prazo sob os quais uma empresa concorda em comprar eletricidade diretamente de um gerador de energia, a oportunidade está agora disponível para todos os participantes, em todo o setor de tecnologia darem um passo vital em direção a um futuro com emissões líquidas zero.

Como a Atlas pode ajudar

Sem uma transição para a energia renovável, não há uma maneira sustentável das empresas do setor de tecnologia continuarem com suas operações com alto consumo de eletricidade. Combater as mudanças climáticas e reduzir as emissões de carbono é uma das questões mais importantes do nosso tempo, e as empresas do setor devem agir agora.

A Atlas Renewable Energy foi concebida tendo a sustentabilidade em seu núcleo. Ela desenvolve, constrói, financia e opera projetos de energia limpa em todas as Américas que permitem que as empresas alimentem suas operações de forma sustentável.

Com uma variedade de serviços, desde contratos de compra de energia renovável (PPAs) até certificados de energia renovável (RECs), a Atlas ajuda grandes consumidores de energia em todos os setores a fazer a mudança para a energia verde e gerenciar sua transição para emissões líquidas zero.

Para saber mais sobre a abordagem da Atlas Renewable Energy e como ela pode ajudar sua empresa a atingir suas metas de sustentabilidade, envie um e-mail para contacto@atlasren.com

Em parceria com a Castleberry Media, estamos comprometidos em cuidar do nosso planeta, portanto, esse conteúdo é responsável pelo meio ambiente.