Centros de dados impulsionados por energia renovável: o futuro digital do México
A explosão da demanda elétrica dos data centers está redefinindo as prioridades de investimento: o acesso à energia renovável, competitiva em custo e escalável deixou de ser vantagem para se tornar pré-requisito para operar no México.
Hoje, o México é o segundo maior mercado de data centers da América Latina, atrás apenas do Brasil, com 350 MW de capacidade operacional instalada e um portfólio de projetos que pode elevar esse número a 704 MW nos próximos anos.
O crescimento do setor é impulsionado pelo nearshoring digital, pelas tecnologias emergentes e pelo aumento da demanda por armazenamento. A Associação Mexicana de Data Centers projeta que, até 2029, os data centers representarão 5,2% do PIB mexicano (USD 73,536 bilhões), incluindo efeitos multiplicadores em telecomunicações, serviços de nuvem, empregos especializados e modernização tecnológica.A Research and Markets prevê que o investimento de capital em data centers no México aumentará de USD 1,06 bilhão em 2024 para USD 2,27 bilhões em 2030, o que implica uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 13,53%. Algumas projeções são ainda mais otimistas: segundo a Mordor Intelligence, o mercado mexicano de data centers era de aproximadamente 357,8 MW em 2024 — exigindo investimentos de USD 4,590 bilhões — e deverá chegar a 480,4 MW em 2029 (CAGR de 6,07%), com investimentos crescendo 7,71% para USD 6,656 bilhões nesse ano.

https://www.mordorintelligence.com/es/industry-reports/mexico-data-center-market
Grande parte dessa capacidade está concentrada em Querétaro, que hoje abriga dois terços da infraestrutura nacional, com 230 MW de capacidade operacional. Baixo risco sísmico, conectividade robusta de fibra óptica e estabilidade política consolidaram seu status como o principal hub do país.
O investimento previsto de USD 5 bilhões da Amazon Web Services soma-se a uma lista já estabelecida que inclui KIO Networks, Microsoft, Oracle e Google. Além disso, o governo estadual também destinou USD 300 milhões para reforçar a rede elétrica local.
Ao mesmo tempo, outras regiões estão se desenvolvendo. Monterrey, por exemplo, combina infraestrutura industrial, proximidade com os Estados Unidos e talento técnico, atraindo operadoras como a Equinix. Hubs emergentes em Guadalajara e na região de Bajío também estão surgindo, impulsionados por eventos especializados como o Summit Data Center 2024.
A Associação Mexicana de Data Centers estima que 18 novos projetos atrairão USD 8,5 bilhões em investimentos na próxima década. Contudo, esse boom enfrenta um obstáculo crucial: o suprimento de energia. Data centers são grandes consumidores de eletricidade; sem fontes confiáveis, contínuas e acessíveis, os planos de expansão podem naufragar. Por isso, a energia renovável surge como aliada estratégica para sustentar o crescimento do setor.
Intensidade energética dos data centers: quem sustentará o crescimento?
Os data centers enfrentam um dilema que pode definir o futuro digital: enquanto seu consumo de energia dispara, a disponibilidade de fontes limpas e sustentáveis ainda não acompanha o ritmo. Esse descompasso energético está se tornando o gargalo mais crítico para a expansão do setor.
Em 2024, o consumo global dos data centers atingiu 415 TWh, cerca de 1,5% de toda a demanda elétrica mundial. A Agência Internacional de Energia (IEA) projeta que esse uso mais do que dobrará, ultrapassando 945 TWh em 2030, patamar ligeiramente superior ao consumo elétrico total atual do Japão.
Esse salto, impulsionado pela expansão da inteligência artificial, da computação em nuvem, do armazenamento em dispositivos conectados e da automação industrial, eleva substancialmente a demanda por energia.
Em tese, essa eletricidade deveria vir de fontes renováveis — não apenas para reduzir custos operacionais de longo prazo, mas também para minimizar o impacto ambiental em comparação com fontes fósseis.
Segundo a IEA, as renováveis, principalmente solar e eólica, já respondem por 27% da eletricidade consumida pelos data centers, e essa participação deve chegar a 50% até 2030.
A trajetória acompanha as tendências globais de geração. Em 2024, as renováveis forneceram 32% da eletricidade mundial, superando o recorde de 30% registrado em 2023. A adição de 585 GW à capacidade global, impulsionada principalmente pela energia solar (451,9 GW), elevou a capacidade instalada para 4.448 GW.
No plano local, um dos principais entraves ao crescimento dos data centers no México é a disponibilidade limitada de fontes renováveis na matriz elétrica nacional. Mais de dois terços da eletricidade do país são gerados a partir de combustíveis fósseis, com o gás natural respondendo sozinho por cerca de 60%. Essa realidade dificulta o acesso à energia limpa para empresas de tecnologia que assumiram compromissos globais de neutralidade de carbono e pretendem operar exclusivamente com fontes renováveis.

A infraestrutura elétrica existente ainda não está plenamente alinhada a essa demanda. Como consequência, muitas empresas recorrem a alternativas — como os certificados de energia limpa (CELs) ou esquemas de autoabastecimento — para cumprir seus critérios ESG sem comprometer suas operações.
No entanto, a mudança já começou. A Comissão Federal de Eletricidade (CFE) anunciou um investimento de USD 23,4 bilhões até 2030 para fortalecer as capacidades de geração, transmissão e distribuição, com forte ênfase em energia renovável. No atual sexênio presidencial, a capacidade instalada deverá crescer 29.074 MW, dos quais 6.400 MW serão aportados por investidores privados, principalmente em tecnologias limpas.
Esse novo paradigma energético abre oportunidades. À medida que a infraestrutura renovável se expande, o setor, e os data centers, passarão a ter acesso a contratos de fornecimento elétrico mais competitivos, sustentáveis e confiáveis.
Estratégias de aquisição inteligente: o papel decisivo dos PPAs limpos
Uma das estratégias mais eficazes de assegurar energia limpa, estável e previsível é firmar contratos de compra de energia renovável de longo prazo (PPAs). As empresas de tecnologia que operam data centers já respondem por mais de 30% da capacidade renovável contratada por meio de PPAs corporativos globalmente. Esses números refletem uma clara preferência por contratos que ofereçam estabilidade de custos, rastreabilidade e confiabilidade de fornecimento, atributos que as renováveis conseguem entregar.
A Atlas Renewable Energy é uma líder regional nesse modelo. Com mais de 8,4 GW de ativos em operação, a empresa estruturou acordos de longo prazo em diversos setores, inclusive data centers.
No fim de 2024, a Atlas anunciou a construção da usina Draco Solar (579 MWp) no Brasil para atender a V.tal e outras indústrias. Em 2025, assinou um acordo com a ODATA para fornecer 100% de energia renovável para seus data centers no Chile, com o respaldo da certificação I-REC.
Além disso, a Atlas Renewable Energy lançou recentemente seu projeto BESS del Disierto, o maior sistema de baterias stand-alone da América Latina, que combina uma usina solar de 200 MW com 800 MWh de armazenamento. A instalação pode fornecer energia limpa e estável por até quatro horas consecutivas, somando 280 GWh anuais.
Como resultado deste megaprojeto, a Atlas fornecerá energia limpa à EMOAC (subsidiária da Copec) por um período de 15 anos, destinando boa parte dela ao transporte público elétrico, permitindo a operação de cerca de 2.500 ônibus elétricos e mais de 27 estações de recarga elétrica Da mesma forma, fornecerá outro PPA à CODELCO, a gigante estatal de mineração chilena, com 375 GWh anuais de energia limpa a partir de 2026, também por 15 anos.
Ao integrar geração renovável, armazenamento em baterias e contratos de longo prazo, a Atlas Renewable Energy mostra como os data centers podem catalisar a inovação energética. Da adoção de tecnologias de backup limpas ao uso de IA para otimizar cargas, essas instalações estão elevando o patamar de eficiência e sustentabilidade na América Latina.
Diante do crescimento exponencial dos data centers, a grande questão é como garantir um fornecimento de energia elétrica competitivo, confiável e de baixo carbono. As renováveis, alavancadas por PPAs com armazenamento, oferecem a solução mais alinhada aos objetivos globais de descarbonização, eficiência operacional e critérios ESG. Empresas como a Atlas estão posicionando a região não apenas como destino de investimento digital, mas como referência em infraestrutura energética limpa e resiliente.
Energia como estratégia—data centers diante de uma nova fronteira
O México consolida sua liderança digital, mas a competitividade futura dependerá de mais do que conectividade e capacidade instalada. Em um setor onde disponibilidade e eficiência energética são essenciais, o acesso estável à energia limpa, confiável e escalável torna-se imperativo de negócios.
A transição energética não é um desafio secundário; trata-se do novo eixo estrutural do desenvolvimento dos data centers. Soluções como PPAs renováveis com armazenamento, já adotados na América Latina por empresas como a Atlas Renewable Energy, mostram que o crescimento digital não precisa comprometer metas de carbono nem custos operacionais.
Investir em infraestrutura energética inteligente hoje é apostar na resiliência, rastreabilidade e posicionamento futuro dos data centers em um mercado cada vez mais exigente. E o México, em tudo o que precisa para alcançar isso.
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Este artigo foi criado em parceria com a Castleberry Media. Na Castleberry Media, estamos dedicados à sustentabilidade ambiental. Ao comprar certificados de carbono para o plantio de árvores, combatemos ativamente o desmatamento e compensamos nossas emissões de CO₂ três vezes mais.