Como as Petroleiras Podem se Descarbonizar Através de Contratos de Compra de Energia (PPAs)?
Contratos de fornecimento de energia renovável, conhecidos como Power Purchase Agreements (PPAs), apresentam-se como uma opção estratégica fundamental para empresas petrolíferas, possibilitando o alcance de metas ambientais com preços competitivos e estáveis.
A transição energética avança em escala global de forma sem precedentes. Segundo uma análise da BloombergNEF, os investimentos em energia limpa registraram um aumento expressivo de 17% em 2023, atingindo US$ 1,77 trilhão, dos quais mais de US$ 600 bilhões foram direcionados para fontes de energia renovável.
Esta transformação paradigmática é impulsionada por diversos atores, incluindo importantes forças econômicas globais como as empresas petrolíferas, que demonstram interesse não apenas em energia eólica e solar fotovoltaica, mas também em fontes emergentes como o hidrogênio.
Corporações globais como a Shell estabeleceram metas ambiciosas para redução das emissões líquidas de suas operações. A multinacional anunciou o objetivo de reduzir pela metade suas emissões de gases de efeito estufa até 2030, em comparação com os níveis de 2016, meta que já alcançou 60% de progresso. Para atingir este objetivo, a Shell planeja investir entre US$ 10 bilhões e US$ 15 bilhões em soluções energéticas de baixo carbono no período de 2023 até o final de 2025.
A Petrobras, em seu plano estratégico 2024-2028, também anunciou iniciativas substanciais para a incorporação de energia renovável. De seu orçamento de US$ 102 bilhões, aproximadamente 11% serão destinados a investimentos em projetos de baixo carbono, com ênfase particular no consumo de energia eólica e fotovoltaica.
De maneira análoga, outra importante empresa petrolífera sul-americana, a Ecopetrol, em 2021, comprometeu-se a atingir emissões líquidas zero de carbono até 2050. Até 2030, planeja reduzir as emissões em 25%, em comparação com sua linha base de 2019. A empresa visa incorporar 1.000 MW de energia renovável não convencional até 2030.
“As empresas petrolíferas, em geral, estão implementando estrategicamente a transição energética em suas operações, impulsionadas pela necessidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa através da substituição de energia poluente por energia limpa”, observa Lina Beltrán, Diretora Comercial da Atlas Renewable Energy.
Ela explica que estas estratégias são criadas para “manter a competitividade no mercado global, fortalecer o capital reputacional e garantir a segurança no fornecimento de energia.”
PPAs: O Caminho Estratégico para Descarbonização e Competitividade
Os contratos de compra de energia renovável (PPA) são uma solução eficiente para que as empresas reduzam suas emissões de carbono. Com prazos estabelecidos e preços geralmente mais atrativos que os valores do mercado diário de energia, as empresas geradoras firmam acordos com companhias consumidoras.
Conforme relatório da Bloomberg, a adoção de contratos PPA cresceu a uma taxa média de 33% entre 2015 e 2023, representando centenas de bilhões de dólares em investimentos na transição energética. No último ano, os acordos de energia solar e eólica atingiram níveis recordes de 46 GW, um aumento de 12% sobre o recorde anterior de 41 GW em 2022.
O relatório atribui este crescimento ao fortalecimento das condições econômicas em regiões-chave, além do aumento do crescente compromisso das empresas com o consumo de energia limpa. As Américas tiveram um papel central, com aproximadamente 45% (20,9 GW) dos PPAs corporativos assinados, seguidas pela Europa com 33% (15,4 GW).
Beltrán explica que as empresas petrolíferas demonstram interesse crescente neste mecanismo de contratação. A Diretora Comercial da Atlas Renewable Energy destaca dois modelos complementares. O primeiro é o PPA de autoconsumo para energia renovável, um contrato onde uma empresa instala uma fonte de energia, como painéis solares, em suas instalações para gerar sua própria energia, diretamente conectada à sua rede interna.
“Este modelo é muito atraente para as petrolíferas porque oferece benefícios em termos de preço da energia, que é competitivo em comparação à energia da rede, já que há uma economia de transporte e distribuição,” analisa Beltrán.
Entretanto, ela aponta uma limitação: “Muitas vezes, uma empresa consumidora de energia não possui espaço suficiente próximo às operações para instalar uma capacidade que atenda toda a sua demanda.”
Nesses casos, Beltrán menciona o segundo modelo de PPA, que envolve o consumo de energia da rede elétrica, proveniente virtualmente de uma instalação de energia renovável que não está próxima da empresa consumidora.
“Essa é a forma de incorporar renováveis nas operações das petrolíferas. Esses contratos são normalmente de longo prazo, o que também permite às empresas garantir estabilidade de preço e previsibilidade de custos de energia no futuro,” destaca a executiva.
Atlas, um parceiro de destaque
É importante destacar que um PPA não é um contrato padronizado, mas sim um acordo personalizado, que responde às necessidades energéticas das empresas consumidoras. Ele pode variar em volume de energia contratada, prazo e tipo de moeda, que pode ser local ou em dólares americanos.
Nesse sentido, Beltrán ressalta a experiência e a capacidade técnica e financeira da Atlas Renewable Energy na promoção de PPAs, com 28 projetos de energia renovável que somam mais de 8,4 GW, tornando-a um dos maiores portfólios de energia solar da América Latina.
“Além de nossa experiência no desenvolvimento, financiamento, construção e operação de projetos de energia renovável, nos destacamos por trazer inovação em nossas ofertas e versatilidade nas soluções personalizadas para cada um de nossos clientes. Nesse sentido, podemos gerar valor para as petrolíferas através da gestão de risco para o desenvolvimento, construção e operação de seus projetos de energia renovável. Temos um amplo portfólio de projetos em desenvolvimento, que pode ser uma oportunidade para as petrolíferas iniciarem ou expandirem sua incursão neste setor. Também contamos com fortes capacidades de financiamento,” enfatiza Beltrán.
No caso da Colômbia, a executiva menciona que a Atlas Renewable Energy possui um extenso portfólio de projetos solares que somam cerca de 2 GW. “Isso representa uma oportunidade para que as petrolíferas explorem o portfólio e identifiquem quais desses projetos são mais competitivos para elas”, afirma Beltrán.
Conclusão
Empresas de diversos setores estão incorporando cada vez mais as energias renováveis para descarbonizar seus processos produtivos, e as petrolíferas não estão alheias a esse cenário. Um número crescente de empresas do setor estabelece metas de incorporação de energias renováveis em seus consumos.
Nessa linha, os contratos de compra de energia renovável (PPA) tornam-se uma opção ideal, não apenas por se tratar de energia limpa, mas também por seus preços competitivos em comparação com os valores do mercado diário de energia, além de serem acordos de longo prazo, que evitam a exposição às volatilidades do mercado.
Com sua vasta experiência no setor de energias renováveis, a Atlas Renewable Energy oferece diversas opções para que as petrolíferas possam concretizar seus planos de descarbonização.
Este artigo foi criado em parceria com a Castleberry Media. Na Castleberry Media, estamos dedicados à sustentabilidade ambiental. Ao comprar certificados de carbono para o plantio de árvores, combatemos ativamente o desmatamento e compensamos nossas emissões de CO₂ três vezes mais.