Aliança para a transição deve unir O&G e geradores renováveis
Apenas 1% do investimento global em energia limpa é proveniente da indústria de óleo e gás. Com PPAs renováveis, o O&G pode ser muito mais relevante na transição. A América Latina está cheia de oportunidades.
De acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês), os produtores de petróleo e gás respondem por apenas 1% do investimento total em energia limpa globalmente e mais de 60% desses recursos vem de apenas quatro empresas, de milhares de produtores ao redor do mundo hoje.
Isso mostra que, apesar de estar no centro das discussões climáticas, a indústria de petróleo e gás como um todo ainda é uma força marginal na transição energética global.
Para acelerar a adoção de energia renovável em suas operações, essa indústria precisará diversificar seu portfólio, algo que começa a ocorrer entre as grandes empresas do setor. Nos últimos anos, observamos um movimento de algumas petroleiras no sentido de se tornarem “empresas de energia”, combinando suas expertises em gestão de projetos e operações.
De acordo com a McKinsey, essas companhias deverão explorar alianças estratégicas a fim de maximizar a eficiência e facilitar essa transição energética, de forma a se posicionarem para atender às novas demandas por produtos descarbonizados.
Este é um cenário desafiador, mas repleto de oportunidades, explica Fábio Bortoluzo, country manager para o Brasil da Atlas Renewable Energy.
“O grande desafio para as empresas petroleiras é realizar essa transição energética de uma maneira econômica, mas que também colabore com a mitigação da mudança climática”, resume Bortoluzo.
“Há uma pressão crescente de toda a sociedade para reduzir o uso de combustíveis fósseis e migrar para novos combustíveis que impactam menos o clima. Ao mesmo tempo, uma parte significativa da economia mundial depende desses combustíveis fósseis, seja para transporte, consumo de energia ou processos industriais. Então, a preocupação da transição energética também é uma preocupação econômica”, destaca.”
Isso se torna ainda mais relevante entre países emergentes, que historicamente contribuíram menos para as emissões de gases de efeito estufa (GEE), e agora precisam encontrar um equilíbrio entre continuar crescendo economicamente, garantir o acesso da população aos bens de consumo e evitar que os altos custos da descarbonização se convertam em inflação.
A América Latina, com destaque para o Brasil, está em uma posição privilegiada para oferecer soluções ao setor de óleo e gás que possam mitigar o impacto climático de forma econômica.
O executivo da Atlas Renewable Energy destaca como exemplos a capacidade eólica e solar da região.
“Por exemplo, o Brasil, que já tem a sua matriz elétrica quase 90% renovável, tem experimentado um crescimento significativo nas áreas de solar e eólica. No Chile, que é uma potência solar, também há um potencial eólico no sul do país. Colômbia, México, América Central, toda a América Latina, em geral, possuem bons recursos renováveis”, afirma.
“Mas não basta ter bons recursos, é preciso ter bons projetos, algo que é um diferencial da parceria com a Atlas Renewable Energy”, afirma Bortoluzo.
“Temos uma equipe de desenvolvimento altamente qualificada, com extensa experiência em todos esses territórios, além do conhecimento necessário para garantir um bom fornecimento. Não basta ter uma boa geração e um bom projeto; é preciso garantir que essa energia chegue com qualidade nos centros de consumo”.
Além disso, a equipe da Atlas Renewable Energy trabalha para customizar os contratos de fornecimento de energia com as necessidades do cliente – desde o perfil de consumo até a região abrangida, passando por questões contábeis e financeiras.
“Oferecemos tudo que um cliente precisa para ter a melhor solução para o seu caso, seu perfil de consumo, balanço e realidade”, garante Bortoluzo.
Novas demandas, novas formas de contratar energia
A IEA aponta que, embora não exista um plano único de mudança, há um elemento essencial que deve estar presente em todas as estratégias de transição das petroleiras: a redução das emissões das próprias operações (escopo 1 e 2). A agência calcula que a produção, o transporte e o processamento de petróleo e gás são responsáveis por quase 15% das emissões globais de GEE relacionadas à energia – o equivalente às emissões de GEE do setor de energia dos Estados Unidos.
Para se alinhar ao objetivo global de limitar o aquecimento do planeta a 1,5 °C até 2100, essas emissões precisam ser reduzidas em mais de 60% até 2030 em relação aos níveis atuais, e a intensidade das emissões das operações globais de petróleo e gás deve se aproximar de zero até o início da década de 2040, de acordo com a IEA.
Esse esforço exigirá uma série de investimentos em eficiência, capacidade renovável, eletrificação de plataformas e novos produtos.
A Atlas Renewable Energy tem acompanhado atentamente esses desenvolvimentos, com o objetivo de colaborar com as iniciativas do setor.
“As empresas podem substituir algum insumos, como o próprio petróleo e gás, por energia elétrica, ou otimizar o consumo atual de energia elétrica. Há também um desafio e uma oportunidade de eletrificar a sua cadeia. Além disso, podemos ajudar as petroleiras que estão ingressando no mundo de combustíveis renováveis a acelerar esse processo de viabilidade econômica financeira”, afirma Fábio Bortoluzo.
PPAs renováveis
Os contratos de longo prazo de compra de energia (PPAs – Power Purchase Agreement) são uma alternativa para promover a substituição de insumos fósseis por renováveis com competitividade, uma vez que os preços são pré-negociados, garantindo também previsibilidade para as empresas de óleo e gás.
No Brasil, as petroleiras têm à disposição algumas opções da modalidades de PPA.
No PPA clássico, por exemplo, o cliente compra a energia de acordo com um determinado, enquanto a Atlas Renewable Energy é responsável por gerar, injetar na rede e gerenciar os contratos auxiliares de energia para cobrir o perfil de consumo do cliente.
Há também um crescente interesse pela autoprodução, onde o cliente é sócio do parque fotovoltaico. Como co-investidor, ele tem participação parcial nos riscos do projeto, mas, ao final, ele deixa de pagar certos encargos do sistema elétrico previstos na regulação brasileira, o que confere competitividade aos grandes consumidores.
Uma terceira possibilidade é o arranjo de energia proprietária: o cliente adquire o parque ao final da construção e compra a energia no custo. Nesta modalidade, a Atlas Renewable Energy gerencia todo o desenvolvimento do projeto.
“Esta última opção, como é capital intensivo, pode ser mais interessante para petroleiras, pois elas são gestoras de grande capital e possuem know-how em transações de compra de ativos. No entanto, elas se beneficiariam de um parceiro que sabe gerenciar tanto o ativo fisicamente quanto o seu portfólio de energia, mitigando riscos que não são parte do dia a dia de uma petroleira”, explica Bortoluzo.
Um horizonte de oportunidades
Eletrificação, eficiência, bateria, hidrogênio, novos combustíveis são alguns, entre muitos exemplos, de caminhos a serem seguidos e que, juntos, fornecem um pacote de oportunidades para petroleiras no Brasil e na América Latina responderem à pressão global por redução de emissões.
A grande questão é a velocidade com que esses grupos se moverão para entrar no mercado de energia limpa.
Para o country manager da Atlas Renewable Energy no Brasil, a chave para o sucesso está na colaboração e na busca por parceiros realmente engajados e comprometidos com a qualidade dos projetos.
“É preciso especialização. O parceiro de energia renovável tem que estar cada vez mais aperfeiçoando a sua capacidade técnica de desenvolver projetos bons, construí-los e operá-los, assim como a gestão de portfólio e elaboração de produtos. Isso permitirá ao parceiro petrolífero focar na sua Inteligência de engenharia para melhorar os seus processos de descarbonizar e desenvolver novos combustíveis. Esse é o futuro dessa parceria”, conclui.
Este artigo foi criado em parceria com a Castleberry Media. Na Castleberry Media, estamos dedicados à sustentabilidade ambiental. Ao comprar certificados de carbono para o plantio de árvores, combatemos ativamente o desmatamento e compensamos nossas emissões de CO₂ três vezes mais.