Energia limpa para data centers: a ascensão dos PPAs como solução segura

A expansão dos data centers para atender à demanda global da Digitalização e Inteligência Artificial está entre os novos impulsionadores do consumo de energia e precisa de soluções renováveis para mitigar seus impactos.

Responsável por cerca de 1,3% do consumo global de eletricidade em 2022, os data centers estão em plena expansão para atender à demanda por dados da economia digital e impulsionando os contratos de longo prazo de energia renovável (PPA, em inglês).

Dados da Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês) estimam que o consumo de eletricidade dos data centers (excluindo criptomoedas) já supera o de veículos elétricos, podendo representar entre 1,5-3% da demanda até 2026 – isso se aproxima dos 4% dedicados à produção primária de alumínio, um processo muito intensivo em eletricidade.

Toda essa necessidade cria novos desafios às redes elétricas de todo o mundo e aos planos de mitigação dos gases de efeito estufa.

Segundo o Fórum Econômico Mundial, só o uso de inteligência artificial, que ​atualmente representa apenas uma fração do consumo de energia do setor de tecnologia, é estimado em cerca de 2-3% do total de emissões globais. 

É justamente em meio a esses desafios que governos têm imposto regulações e empresas de tecnologia têm buscado alternativas a fim de garantir que a energia usada pelos data centers cause o mínimo impacto possível ao clima do planeta.

Ela precisa ser limpa, competitiva e segura, critérios que são a base dos PPAs.

Ainda de acordo com a IEA, provedores de data centers estão trabalhando para atender suas necessidades de energia com eletricidade livre de carbono, combinando diferentes tecnologias como eólica, solar e armazenamento em baterias, o que tem feito com que o setor impulsione os PPAs.

É o que mostra também um relatório da BloombergNEF (BNEF), publicado no início de 2024. Globalmente, as corporações anunciaram publicamente um recorde de 46 gigawatts (GW) em contratos de energia solar e eólica em 2023, cerca de 12% a mais do que o recorde anterior de 41 GW em 2022. 

Segundo a BNEF, a melhora da economia em regiões importantes como a Europa, juntamente com as metas iminentes de energia limpa das empresas, foram os principais impulsionadores desse crescimento, com destaque para as big techs.

Pelo quarto ano consecutivo, a Amazon foi a maior compradora corporativa de energia limpa do mundo entre um grupo de mais de 200 empresas rastreadas pela BNEF. Em 2023, a companhia anunciou 8,8 GW de PPAs em 16 países e alcançou um portfólio de energia limpa de 33,6 GW – maior que a capacidade instalada do Chile.

Big techs impulsionam PPAs em 2024

Em maio de 2024, a Microsoft firmou o maior PPA renovável da história, para construir 10,5 GW de capacidade de energia solar e eólica nos Estados Unidos e na Europa. 

Na Nova Zelândia, a empresa de telecomunicações Spark assinou um PPA de 10 anos para 63 MW de nova energia solar que começará a fornecer eletricidade em janeiro de 2025.  

Enquanto na Irlanda, a AWS adquiriu 105 MW de um parque eólico perto de Dublin, além de se comprometer com um investimento adicional de 800 MW de novos projetos renováveis em todo o país. 

Brasil na rota dos data centers

Restrições regulatórias nos mercados da Europa e Estados Unidos estão tornando a América Latina em um destino atraente para os data centers. A região combina abundância de recursos renováveis e grandes áreas para instalação dos empreendimentos.

No Brasil, as instalações vêm crescendo a uma taxa média de 20,8% ao ano entre 2013 e 2023, segundo o Brazil Data Center Report produzido pela consultoria imobiliária JLL. O país lidera o setor na América Latina (AL), concentrando cerca de 40% dos novos investimentos na área. 

São 135 instalações do tipo no país, a maioria no estado de São Paulo. Já o México, segundo maior mercado da AL, conta com 50 centros, seguido pelo Chile, com 49.

Recentemente, o governo brasileiro anunciou um estudo para mapear a demanda e possíveis soluções para atender essa expansão. A expectativa é que a evolução da carga prevista para os data centers chegue a 2,5 GW até 2037, considerando apenas novos projetos nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul e Ceará. 

Em agosto, a Atlas Renewable Energy promoveu o evento “O Futuro dos Data Centers na Transição Energética”, onde especialistas debateram a importância da energia limpa para data centers e ressaltaram o papel das renováveis no fornecimento de energia e na transição energética das empresas. 

“É uma discussão para a qual o setor e o país precisam olhar com atenção. A transição energética dos data centers é essencial e um catalisador do crescimento dessa indústria, além de tornar o Brasil em um dos potenciais líderes globais nesse segmento. Hoje, começamos a traçar alguns possíveis horizontes para que essa transformação se torne uma realidade no setor. Tivemos uma excelente oportunidade de mostrar o caminho que temos a percorrer nesse evento. A Atlas está trabalhando para ser líder na oferta de energia renovável aos data centers, com soluções customizadas e de longo prazo”, afirmou Lucas Salgado, Diretor Global de Estratégia e Planejamento Comercial da Atlas Renewable Energy. “Temos a certeza de que somos o parceiro ideal para a indústria de data centers, ajudando-os a alcançar metas de sustentabilidade e competitividade. O Brasil oferece vantagens competitivas significativas, como uma matriz energética diversificada e renovável, além de incentivos regulatórios que favorecem a inovação e a expansão do setor”, finaliza. 

O evento contou com a participação de Camila Ramos, CEO e Fundadora da CELA, Felipe Hildebrand, sócio da Prática de Comunicação, Mídia e Tecnologia da Oliver Wyman, Lucas Salgado, Diretor Global de Estratégia e Planejamento Comercial da Atlas Renewable Energy e Rogerio Piovesan, Diretor de Engenharia e Construção de Data Center da V.tal. O mediador foi Christian Omar, representante da DatacenterDynamics.

Parcerias para energia limpa

Em um mundo cada vez mais digital, é inevitável que os centros de processamento e armazenamento de dados siga em expansão e, com eles, o consumo de energia. Mas é possível mitigar uma parte dos impactos nas emissões de gases de efeito estufa, ao garantir que esta energia seja limpa.

Assim como em todos os outros setores econômicos, o futuro dos data centers passa pela transição energética, e ela precisa ser justa, acessível e segura – e isso requer parcerias. 

Ao firmar um PPA com a Atlas Renewable Energy, empresas de tecnologia garantem muito mais do que energia renovável e descarbonizada. Oferecemos soluções personalizadas que dão previsibilidade de custos e garantia de suprimento, além de cumprir uma série de requisitos dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. 

Acreditamos que o foco em soluções inovadoras, que integrem a expansão tecnológica com a sustentabilidade, é o futuro e estamos prontos para fazer parte de uma economia digital mais verde e resiliente.

Este artigo foi criado em parceria com a Castleberry Media. Na Castleberry Media, estamos dedicados à sustentabilidade ambiental. Ao comprar certificados de carbono para o plantio de árvores, combatemos ativamente o desmatamento e compensamos nossas emissões de CO₂ três vezes mais.