O cenário da transição energética no Brasil

O cenário da transição energética no Brasil

No Brasil, a transição energética caminha a passos largos. Com o intuito de expandir o uso de fontes renováveis de energia e reduzir as emissões de gases poluentes, o país segue apostando em novas tecnologias, políticas públicas e investimentos no setor de energia. A seguir, vamos conhecer mais sobre a transição energética, seus desafios e perspectivas para o futuro.

Panorama atual da matriz energética brasileira

A matriz energética brasileira é considerada uma das mais limpas do mundo devido à diversidade de fontes renováveis que possui, uma característica que se fortalece a cada ano.

Segundo o mais recente Balanço Energético Nacional (BEN), em 2022, cerca de 47,4% de toda a energia consumida no Brasil era proveniente de fontes renováveis. Em 2021, esse percentual era de 45%.

Por outro lado, 52,6% da produção energética ainda é resultado da exploração de fontes não renováveis, como petróleo, gás natural e carvão mineral. 

Os dados mostram a evolução da transição energética, uma movimentação que está, aos poucos, fortalecendo e valorizando as fontes de energia sustentáveis.

Desafios e oportunidades na transição energética 

A posição privilegiada da energia hidrelétrica tem sido alvo de muitas reflexões entre especialistas do setor. Apesar do grande potencial para a produção desse tipo de energia, não é considerado viável que o país seja tão dependente de uma única fonte.

Além da dificuldade na criação de novas usinas, o período de seca reduz a produção energética e abre espaço para as fontes não renováveis, que elevam a produção de gases poluentes e ainda são muito fortes no segmento.

Esses percalços impediriam, a longo prazo, o fornecimento seguro e adequado de energia. Além disso, poderiam travar os avanços na busca pela implantação de ações mais sustentáveis.

Outro desafio é o alto consumo energético do setor de transporte, que chegou a 33%, primeira posição do ranking. Já a indústria consome cerca de 32%, de acordo com o levantamento, ocupando o segundo lugar.

No transporte, algumas estratégias para driblar esse impacto incluem o avanço da mobilidade elétrica com a adesão aos veículos elétricos e a ampliação do uso de biocombustíveis e hidrogênio verde em substituição aos combustíveis fósseis.

Já na indústria, o investimento em automação e em ativos mais eficientes são fatores importantes na gestão do consumo de energia. 

Apesar de todos os desafios encontrados, a transição energética avança, porém ainda longe do seu potencial máximo e na velocidade necessária para atingimento das metas de redução de emissões. O Brasil tem uma oportunidade única de liderar essa transição e ser o grande provedor de energia limpa para o mundo.

No setor privado, o investimento em sustentabilidade também é crescente. Segundo pesquisa divulgada pelo Portal da Indústria, 6 em cada 10 indústrias possuem um setor específico para tratar sobre sustentabilidade.

Além disso, 45% dos gestores afirmam que exigem de seus fornecedores certificados que atestem o seu compromisso com o meio ambiente.

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Políticas governamentais para transição energética 

Criado pelo Governo Federal em 2002, o Proinfa (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica) foi um dos primeiros programas de incentivo à produção de energia limpa. Ele acabou em 2014 e consistia na oferta de incentivos financeiros, linhas de crédito e custeio de pesquisas e projetos voltados para o segmento.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) desenvolve um papel importante na expansão da transição energética. De 2004 até 2022, o órgão já liberou cerca de U$ 35 bilhões em crédito como incentivo à produção de energia solar e eólica. 

A Atlas Renewable Energy recebeu o maior empréstimo em dólares fornecido pelo BNDES, de US$ 447,8 milhões. O valor vai ser usado para a construção da usina solar Vista Alegre, que evitará a emissão de 2,4 milhões de toneladas de CO2 durante seus 20 anos de operação. Saiba mais sobre essa parceria aqui.

Em 2015, o governo brasileiro sancionou a lei 13.097, que garantiu a isenção de impostos embutidos na comercialização de aerogeradores, dispositivos essenciais na produção de energia eólica. A medida foi importante para o avanço do setor.

O mercado livre de energia é uma medida mais recente que oferece ao consumidor a possibilidade de escolher o seu fornecedor através de livre negociação. É, sem dúvida, um dos propulsores atuais mais efetivos no estímulo à produção de energia renovável.

O desconto na Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (TUSD) e na Tarifa de Uso do Sistema de Transmissão (TUST) também é um importante incentivo. Ele é aplicado a consumidores especiais e livres, que compram energia elétrica diretamente de geradores ou comercializadores, não através da distribuidora local.

Esse desconto é um incentivo regulatório para promover a migração desses consumidores para o mercado livre de energia.

Energias renováveis em ascensão 

Apesar de ainda ser a maior fonte de energia elétrica, as hidrelétricas vêm ganhando a companhia de fontes renováveis como solar e eólica, que já representam 15,8% da geração no país.

Energia solar

A energia solar é um dos pilares da matriz energética brasileira e seus avanços são visíveis. Segundo dados do Ministério de Minas e Energia, atualmente, existem 18 mil usinas solares no Brasil.

A expansão dos parques solares fez com que a capacidade de produção chegasse a 37 Gigawatts em 2023. Atualmente, o país é o 6° maior produtor de energia solar em todo o mundo.

Consequentemente, o país experimenta uma redução na produção de GEE (Gases de Efeito Estufa), objetivo global, discutido e buscado incessantemente pelos grandes líderes mundiais.

Hoje, o Brasil ainda está entre os 10 países que mais produzem GEE, mas em uma posição melhor em comparação com anos anteriores. Estamos no 9° lugar, mas já estivemos entre os 5 maiores produtores de gases poluentes. Sem dúvidas, um progresso considerável e que ainda está em construção.

Energia eólica 

No Brasil, temos cerca de 954 usinas eólicas, de acordo com dados do Ministério de Minas e Energia. Sua participação na matriz energética chega a 2,3%, segundo o BEN de 2023.

A energia eólica tem um desempenho muito satisfatório na economia e deve acelerar ainda mais a transição energética, em razão do enorme potencial do país na produção de energia gerada pelo vento. Além disso, é uma fonte que está contribuindo para a redução de gases poluentes.

Transição energética e novas tecnologias

Os avanços em tecnologia têm sido fundamentais para impulsionar a transição energética, destacando-se novas soluções como o hidrogênio verde, o desenvolvimento de baterias avançadas e a eletrificação de processos industriais e da mobilidade.

O hidrogênio verde, produzido a partir de fontes renováveis como a energia solar e eólica, surge como uma alternativa promissora. Ele pode ser utilizado como combustível limpo em diversas indústrias, reduzindo significativamente as emissões de carbono. 

As baterias também têm evoluído rapidamente, tornando-se mais eficientes e acessíveis. Elas não apenas permitem o armazenamento de energia renovável para uso posterior, mas também são essenciais para a eletrificação de veículos e processos industriais.

A eletrificação de processos industriais é outro ponto-chave. Substituir combustíveis fósseis por eletricidade gerada a partir de fontes renováveis pode reduzir drasticamente as emissões de gases de efeito estufa. Por isso, novas tecnologias estão sendo integradas nas fábricas, promovendo uma produção mais limpa e eficiente.

Por fim, a eletrificação da mobilidade está transformando o transporte. Carros, ônibus, caminhões e trens elétricos estão se tornando cada vez mais comuns, impulsionados pela queda nos custos das baterias e pelo aumento da infraestrutura de recarga. Esses veículos não apenas reduzem a poluição do ar, mas também diminuem a dependência de combustíveis fósseis, contribuindo para uma matriz energética mais sustentável.

Além de aumentarem a sustentabilidade ambiental, essas tecnologias também apresentam vantagens econômicas e operacionais, contribuindo com a transição para uma economia de baixo carbono.

Leia também: Como as tecnologias inovadoras conduzem o futuro das energias renováveis

Perspectivas futuras para a transição energética

O Brasil possui condições favoráveis para ser uma potência mundial em energia verde, graças à sua vasta extensão territorial e abundantes recursos de vento e sol. Com esses atributos, o país tem o potencial de se estabelecer como o “green power house” do mundo, desenvolvendo uma indústria verde robusta e se tornando um fornecedor global de energia sustentável.

Para alcançar essa meta, o governo brasileiro planeja aumentar significativamente os investimentos em energias eólica e solar, visando que essas fontes renováveis representem 90% da expansão da geração de energia no país. Essa estratégia não apenas ajudará o Brasil a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa, mas vai melhorar sua posição nos rankings de produtores de GEE.

Além disso, o Brasil pode liderar novas indústrias emergentes, como a adoção de tecnologias de baterias e o desenvolvimento de hidrogênio verde.

A transição energética é uma transformação urgente, e o Brasil tem todas as condições para se destacar nesse cenário global, contribuindo para um futuro mais sustentável e competitivo.

Atlas Renewable Energy: soluções em energia limpa

A Atlas oferece diversas soluções para a produção e consumo de energia limpa, contribuindo para a transição energética tão almejada pelo Brasil e por outros países em todo o mundo.

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