Vista de uma cidade com elementos que remetem à sustentabilidade

Desenvolvimento sustentável pode ser definido como um modelo de crescimento econômico, social e ambiental que visa o consumo saudável de recursos naturais, boas práticas de gestão e compromisso social. A ideia é criar empresas lucrativas e, ao mesmo tempo, sustentáveis. Vamos conhecer as bases dessa metodologia?

Os pilares do desenvolvimento sustentável empresarial 

O desenvolvimento sustentável é estabelecido a partir de três pilares, que agem de forma integrada e complementar. Confira as partes que compõem o tripé da sustentabilidade empresarial:

Social

O pilar social abrange a relação da empresa com os colaboradores e a sociedade, em especial, a comunidade localizada nas imediações da empresa.

O objetivo deste pilar é proporcionar um ambiente laboral saudável e seguro, além de garantir que a sociedade também seja impactada positivamente pelas boas práticas adotadas pela empresa.

Econômico

O crescimento econômico empresarial deve ser baseado em uma gestão responsável, sem exploração de funcionários, sem agressões ao meio ambiente e com transparência em relação ao mercado.

Ambiental

O foco é a proteção e a conservação do meio ambiente. Para isso, a empresa não pode ter o seu crescimento atrelado a problemas ambientais. É responsabilidade da instituição evitar ou minimizar os danos cometidos por suas ações contra o meio ambiente.

Vale destacar que o desenvolvimento sustentável só pode ser assegurado quando os três pilares são aplicados corretamente, simultaneamente e de forma recorrente.

Isso significa que as boas práticas sociais, econômicas e ambientais devem fazer parte da cultura organizacional da empresa e da sua rotina diária de trabalho, além de ser aplicada por todos os setores e colaboradores.

Leia também: Energias renováveis como protagonistas na estratégia dos CFO

A importância do desenvolvimento sustentável para as empresas

O desenvolvimento sustentável é alvo de discussão há bastante tempo, mas muitas empresas só estão se dando conta agora do quanto é importante investir em práticas mais saudáveis de gestão.

Além dos benefícios ao meio ambiente, como redução da emissão de gases poluentes, do consumo energético e da produção de lixo, a empresa também estará contribuindo para uma sociedade mais justa, livre e segura.

Do ponto de vista gerencial, a empresa consegue otimizar seus resultados, reduzir custos e desperdícios, aumentar a valorização do seu produto ou serviço e potencializar a sua competitividade no mercado, atraindo e fidelizando consumidores.

Uma pesquisa realizada pela Bain & Company constatou que 70% dos consumidores entrevistados estão dispostos a pagar mais por um serviço ou produto, desde que a marca invista em sustentabilidade.

A mesma pesquisa apontou que mais de 40% do público busca empregos que possuam algum propósito em suas ações. Para essas pessoas, o salário não é o ponto mais importante.

Por isso, atrair colaboradores engajados e comprometidos com todas as metas da empresa, de operação e de gestão, também é uma vantagem do desenvolvimento sustentável.

A pesquisa também mostrou que empresas que investem em desenvolvimento sustentável são mais bem-sucedidas. Marcas sustentáveis são mais bem-avaliadas por clientes e parceiros, o que acaba melhorando as relações comerciais e, consequentemente, a lucratividade do negócio.

Exemplos de ações sustentáveis no ambiente corporativo 

Quais ações sustentáveis podem ser adotadas no ambiente corporativo? Selecionamos alguns exemplos práticos que podem ser aplicados e aperfeiçoados por empresas dos mais diversos segmentos e tamanhos. Confira:

Pilar Social

  • Inclusão e diversidade na seleção de colaboradores;
  • salários mais justos e igualitários;
  • investimento em segurança do trabalho;
  • trabalho social com a comunidade local.

A Atlas Renewable Energy, por exemplo, desenvolve projetos de educação, capacitando jovens estudantes de comunidades vulneráveis em programação, TI, robótica e empreendedorismo. 

A Atlas recebeu prêmios do IJGlobal e do GRI Infra Awards 2023 pelo seu programa Ed-Mundo. Realizado em parceria com o Instituto de Pesquisas em Tecnologia e Inovação (IPTI), o Ed-Mundo capacita jovens de comunidades vulneráveis em TI, programação e empreendedorismo. O programa formou cinco turmas, com 64 estudantes e uma participação feminina de 49%. No campo do empreendedorismo, foram apresentadas 24 propostas de negócios.

Com iniciativas como o Cloc e a Oficina de Negócios, o Ed-Mundo promove núcleos de programação em escolas públicas e desenvolve o potencial criativo dos alunos. A Atlas planeja ampliar o alcance do programa para outras localidades, consolidando seu legado social e impacto positivo nas comunidades onde atua. Saiba mais sobre o programa.

Pilar Econômico

  • Investimento em economia sustentável;
  • transparência nas finanças;
  • boas relações com fornecedores e parceiros;
  • gestão responsável, com perfil acolhedor e humano.

A Atlas oferece oportunidades de emprego para moradores da comunidade onde está localizada. Além disso, capacita mulheres do entorno para atuação na construção de plantas solares. 

A Atlas capacitou 320 mulheres de Paracatu (MG) para atuarem em setores elétricos e de construção, contratando 72 delas para a construção do complexo solar Boa Sorte. Esse projeto, em parceria com a Hydro REIN e a Albras, gerará 920 GWh anuais, fornecendo 12% da energia para a Albras, maior produtora de alumínio do Brasil. A construção envolveu 2.900 trabalhadores e foi concluída dois meses antes do prazo, destacando a união entre tecnologia e a expertise da Atlas.

O programa “Somos parte da mesma energia” e a Oficina Ecoar também refletem o compromisso da empresa com o desenvolvimento socioambiental. 

A Oficina Ecoar, em parceria com a JANZ.media e a Fundação Conscientearte, treinou 480 pessoas negras de Paracatu em técnicas cinematográficas, resultando na produção de minidocumentários que serão exibidos em julho de 2024. A iniciativa busca proporcionar autonomia e independência às comunidades locais, evidenciando o papel da diversidade na construção de um futuro sustentável. Leia mais sobre o Complexo Solar Boa Sorte.

Pilar Ambiental

Algumas medidas aplicadas pela Atlas incluem a redução do uso do papel, o compartilhamento de veículos e a criação de processos de reciclagem mais eficientes.

Essas e outras ações impedem que mais de um milhão de toneladas de gases poluentes sejam lançados na atmosfera.

Indicadores para medir o impacto do desenvolvimento sustentável nas empresas

Os indicadores são ferramentas criadas para mensurar e avaliar o desempenho da empresa na aplicação e no resultado das práticas sustentáveis.

Por meio desse acompanhamento, é possível comparar estratégias, identificar falhas e fazer ajustes, elevando a eficiência do processo de sustentabilidade. Alguns indicadores que podem ser utilizados são:

  • consumo energético;
  • consumo hídrico;
  • quantidade de empregos gerados na comunidade local;
  • melhoria da qualidade de vida da comunidade;
  • número de acidentes de trabalho;
  • percentual de reciclagem e gestão de resíduos;
  • índices de inclusão e diversidade.

A ideia é levantar dados de antes e depois das novas práticas de desenvolvimento sustentável para que seja possível identificar, de fato, melhorias em todos os âmbitos.

Leia também: O cenário da transição energética no Brasil

Desafios e soluções para implementar práticas sustentáveis nas empresas

Embora ofereça diversas vantagens, a implementação das práticas sustentáveis no ambiente corporativo ainda esbarra em muitos desafios. Dentre eles, podemos citar:

Investimento financeiro

Seja para treinar a equipe, modernizar a empresa, adquirir máquinas eficientes ou garantir salários mais atrativos, a empresa precisa de um aporte financeiro.

A dica para minimizar os custos é começar aos poucos, priorizando o que gera mais impacto negativo e que pode ser solucionado com menos esforço, além de identificar as necessidades vitais do negócio.

Pouco engajamento da equipe

Mudar comportamentos antigos, aderir às novas práticas, reconhecer a própria responsabilidade são algumas barreiras enfrentadas pelo gestor em relação à sua equipe de trabalho.

A orientação é investir em capacitação e treinamento, com foco em conscientização. Além disso, é importante selecionar colaboradores engajados e dispostos a vestir a camisa da empresa.

Objetivos imediatistas

A sustentabilidade precisa de dedicação diária e deve estar incluída na cultura organizacional da empresa. Não deve ser vista como uma tendência ou uma fase, mas como um processo contínuo, com muitas vantagens a médio e longo prazo, e com um custo-benefício que vale a pena o investimento.

A implementação de práticas sustentáveis pode ser facilitada com o apoio de outras empresas. Por isso, é importante buscar parcerias que contribuam com as metas de sustentabilidade do seu negócio.

Atlas Renewable Energy: soluções sustentáveis para a sua empresa

O desenvolvimento sustentável ainda não é uma característica comum a todas as empresas, mas esse cenário tende a ficar mais positivo com o passar do tempo. 

A Atlas contribui para um mundo corporativo mais saudável, oferecendo soluções em eficiência energética e aplicando todos os pilares do desenvolvimento sustentável em sua própria rotina de trabalho.

Conheça as soluções que a Atlas pode oferecer para a transição energética do seu negócio.

Vista de aerogeradores instalados em colinas

As fontes de energia renováveis são uma opção segura e vantajosa para as empresas que desejam reduzir seus custos com eletricidade e aumentar sua competitividade em um contexto cada vez mais desafiador para o segmento industrial.

A seguir, vamos conhecer o impacto das fontes de energia renováveis no setor industrial, quais são suas vantagens e as tendências para o futuro do segmento.

O cenário das fontes de energia utilizadas na indústria

O setor industrial tem aumentado seus investimentos em eletrificação, modernizando suas operações e adotando tecnologias mais eficientes. No entanto, essa tendência também implica em um maior consumo de eletricidade por parte dessas empresas.

A indústria brasileira já é a maior consumidora de energia do país, absorvendo aproximadamente 40% de toda a produção energética nacional, segundo dados do Portal da Indústria.

Esses números representam um ponto de atenção, já que, no Brasil, as maiores fontes geradoras de energia são não renováveis, como carvão, petróleo e gás natural.

As fontes não renováveis são prejudiciais ao meio ambiente, altamente suscetíveis à volatilidade de preços internacionais e têm uma expectativa de oferta finita. Além disso, diretrizes ambientais governamentais, como a Corporate Sustainability Due Diligence Directive (CSDDD) da União Europeia, e a pressão de consumidores por um consumo mais sustentável são incentivos para novas soluções de energia de baixa emissões.

Para a indústria, as fontes renováveis são uma forma moderna, simples e sustentável de melhorar e transformar processos produtivos, aumentando a competitividade e o impacto ambiental positivo.

Fontes de energia renováveis X fontes de energia não renováveis

As fontes de energia não renováveis, como petróleo, carvão e gás natural, são extraídas a partir de recursos finitos que se esgotam com o tempo. A exploração e uso dessas fontes geram diversos impactos econômicos e ambientais significativos, que se manifestam de várias formas na gestão industrial.

A extração de fontes não renováveis envolve processos intensivos e custosos, tanto em termos financeiros quanto ambientais. A exploração de petróleo e carvão, por exemplo, requer infraestrutura pesada, tecnologias avançadas e grandes investimentos. 

Além disso, esses processos frequentemente resultam em danos ambientais, como a degradação de ecossistemas, a contaminação de solos e águas e a emissão de gases poluentes. Essas emissões contribuem significativamente para o efeito estufa e as mudanças climáticas, aumentando a pressão regulatória e os custos com multas e impostos ambientais para as indústrias.

Na gestão industrial, o uso de fontes não renováveis também implica em desafios contínuos de abastecimento e volatilidade de preços.

Como os recursos são finitos e sujeitos a flutuações de mercado, as empresas enfrentam incertezas no planejamento de longo prazo e precisam investir em estratégias de mitigação de risco, como estoques de segurança ou contratos futuros, o que pode aumentar os custos operacionais.

Em contrapartida, as fontes de energia renováveis, como a solar, eólica, biomassa e biogás, apresentam uma série de vantagens que as tornam uma opção mais atrativa e sustentável para as indústrias

Produzidas a partir de recursos infinitos, que não se esgotam, essas fontes são consideradas limpas, pois causam pouco ou nenhum impacto ambiental durante a extração ou manipulação. 

A geração de energia a partir de fontes renováveis não emite gases poluentes, o que contribui para a redução do efeito estufa e ajuda a mitigar as mudanças climáticas.

Além do benefício ambiental, a adoção de energias renováveis oferece uma produção mais sustentável e econômica. As tecnologias associadas a essas fontes têm se tornado cada vez mais acessíveis e eficientes, reduzindo os custos de instalação e operação.

Para as indústrias, isso significa um alto retorno econômico e uma maior previsibilidade nos custos de energia, já que os recursos renováveis não estão sujeitos à mesma volatilidade de preços que os combustíveis fósseis.

A transição para uma economia de baixo carbono, embora desafiadora, pode ser facilitada pela contratação de energia renovável, que pode ser realizada de forma simples e ágil.

As vantagens incluem não apenas a conformidade com regulamentações ambientais, mas também o alinhamento com a demanda crescente de consumidores, financiadores e governos por práticas sustentáveis. 

As indústrias que adotam fontes renováveis estão melhor posicionadas para atender a essas expectativas e para se beneficiar das oportunidades associadas à economia verde.

Leia também: Como as tecnologias inovadoras conduzem o futuro das energias renováveis

Vantagens das fontes de energia renováveis na indústria 

Será que vale a pena investir em fontes de energia renováveis? Conheça alguns dos seus benefícios:

Sustentabilidade ambiental 

As fontes de energia renováveis não produzem gases causadores do efeito estufa (GEE). Logo, não agridem a natureza e nem promovem alterações climáticas, como elevação da temperatura e baixa qualidade do ar.

Além disso, a implantação de novos projetos renováveis gera empregos e impactos sociais e ambientais positivos para as comunidades no entorno dos projetos.

Viabilidade econômica 

Para algumas empresas, a busca pela transição energética, reduzindo o uso de fontes não renováveis e substituindo por fontes sustentáveis, esbarra na falta de recursos financeiros.

Entretanto, a compra de energia renovável é uma excelente oportunidade para aumentar a sustentabilidade ambiental e financeira tanto no curto como médio e longo prazo.

Independência energética 

A independência energética é uma das vantagens que mais têm chamado a atenção da indústria. Atualmente, o segmento depende das fontes tradicionais de energia.

O objetivo da transição energética é diversificar o consumo de energia, optando por fontes alternativas, conforme a necessidade da empresa e de acordo com os investimentos que ela consegue realizar.

Para a indústria, é muito importante construir uma matriz energética diversificada, uma vez que ela poderá usar as fontes de energia de forma personalizada e conforme as suas demandas individuais.

Tecnologias emergentes e inovações no uso de energias renováveis na indústria

Conheça as tecnologias emergentes e as inovações que estão permitindo o processo de transformação e eficiência energética da indústria:

Energia solar

A energia solar fotovoltaica é gerada a partir da luz do sol. Os raios são capturados pelos painéis solares para serem transformados em energia elétrica.

A produção de energia solar é uma das soluções desenvolvidas pela Atlas Renewable Energy, com o objetivo de promover o consumo consciente e eficiente de energia elétrica.

Energia Eólica

A energia eólica é obtida através da transformação do vento, tarefa executada pelas turbinas eólicas, também chamadas de aerogeradores.

É uma das fontes renováveis que mais crescem no mundo, principalmente no Brasil, que é considerado um país com enorme potencial para produção de energia eólica.

A Atlas também tem investido na produção desse tipo de energia e, recentemente, inaugurou a sua primeira usina eólica no estado de Minas Gerais.

Biomassa e biogás

Biomassa é o nome dado aos resíduos orgânicos que também servem como fonte de energia renovável. Bagaço de cana, madeira e outras matérias orgânicas, em vez de irem para o lixo, são transformadas em calor, energia e combustível.

Além de serem consideradas fontes limpas de energia, a biomassa e o biogás são ferramentas importantes na gestão de resíduos, pois reduzem a quantidade de material descartado, diminuindo o tamanho dos lixões e as suas implicações na natureza.

Baterias

As baterias são componentes cruciais para o armazenamento de energia renovável, permitindo o uso eficiente de eletricidade gerada por fontes intermitentes, como solar e eólica. 

A capacidade de armazenamento permite que a energia gerada seja utilizada mesmo quando as condições de geração (sol ou vento) não são ideais, garantindo uma fonte constante e confiável de energia para a indústria.

Políticas de incentivo à energia renovável e seu impacto na indústria

Disposto a reduzir o uso de combustíveis fósseis e amenizar os impactos negativos dessa prática, o Brasil está desenvolvendo diversas estratégias com o objetivo de incentivar o consumo de fontes de energia renováveis pela indústria.

Uma delas é a concessão de selos e certificações que atestam a procedência da energia consumida, uma medida que valoriza a empresa e eleva a sua competitividade.

Outras práticas incluem a ampliação do público atendido pelo Mercado Livre de Energia e a redução do preço de tecnologias, máquinas e equipamentos mais eficientes e com menor consumo energético.

Conheça outros subsídios:

  • Proinfa: Programa de Incentivo às Fontes Renováveis;
  • Incentivo ao uso do Biodiesel;
  • Desconto no TUSD e TUST: concedido ao comprador livre de energia;
  • Créditos de carbono para compensação da emissão de gases;
  • Isenção para consumo de etanol hidratado.

Leia também: Entenda as vantagens da contratação de energia renovável para a sua empresa

Tendências para energias renováveis na indústria 

As fontes de energia renováveis estão se popularizando, sendo o tipo de energia que mais cresce internacional e nacionalmente. Além disso, estão estimulando a descoberta de outras tecnologias, modelos de negócio e soluções com o mesmo objetivo.

Dentre as chamadas tecnologias emergentes em desenvolvimento, destacamos o hidrogênio verde, um vetor energético com grande potencial de crescimento, e a energia oceânica, que utiliza a força das ondas e das marés para produzir calor e eletricidade.

O Mercado Livre de Energia também está crescendo no segmento industrial, principalmente por atender duas demandas muito atuais: a independência energética e a diversificação da matriz energética.

Trata-se de um espaço competitivo e de livre negociação onde as empresas produtoras e consumidoras de energia podem discutir sobre compra, produção e venda de energia renovável.

O Mercado Livre de Energia contribui para um consumo energético consciente, sustentável, sem excessos e sem desperdícios, o que também reduz os custos da indústria.

Atlas Renewable Energy: soluções em energia renovável

A Atlas Renewable Energy é referência no segmento de fontes de energia renováveis. Com atuação sólida na produção e comercialização de energia solar e eólica, a empresa orgulha-se de estar contribuindo para um futuro energético mais sustentável e acessível para todos.

Conheça as soluções que a Atlas pode oferecer para a transição energética do seu negócio.

Com o aumento da demanda por dados, as telecons precisam ser estratégicas no consumo de energia e as renováveis combinam o melhor dos mundos: redução da pegada ambiental e dos custos operacionais.

O setor de telecomunicações, conhecido pelo elevado consumo de energia devido à operação contínua de infraestruturas, enfrenta um desafio crescente com o aumento da demanda por dados. 

Um levantamento da consultoria Statista mostra que a quantidade de dados digitais criados ou replicados em todo o mundo aumentou mais de trinta vezes na última década, passando de dois zetabytes em 2010 para 64 zetabytes no ano passado – e deve ultrapassar os 180 zetabytes em 2025, com um crescimento médio anual de quase 40% ao longo de cinco anos. 

IoT (Internet das Coisas), desenvolvimento do 5G e uso intensivo de redes sociais estão por trás deste boom no tráfego de dados.

Isso significa uma aceleração sem precedentes no consumo de energia e possíveis impactos sobre ambições climáticas. 

Globalmente, as TICs (Tecnologia da Informação e Comunicação) já são responsáveis por 3 a 4% das emissões de CO2, o dobro do setor de aviação, de acordo com o Boston Consulting Group (BCG)

Ainda segundo o BGC, a demanda por dados móveis deve aumentar 60% nos próximos anos, o que pode fazer com que a indústria seja responsável por um recorde de 14% das emissões mundiais de CO2 até 2040. E 90% desse volume está associado ao consumo de energia.

É por isso que a adoção de energias renováveis chega como uma solução estratégica para reduzir o impacto ambiental, junto com outra vantagem importante: elas reduzem os custos operacionais, especialmente no Brasil, que conta com ótimas condições para geração eólica e solar a preços competitivos.

O próprio 5G pode ser um aliado. A análise do BCG destaca que a implementação do 5G pode diminuir a intensidade energética do setor em até 70%, desde que associada às renováveis, o que também significa redução de custos.

 Telecons brasileiras apostam em renováveis

Segundo o Anuário Estatístico de Energia Elétrica 2024 da EPE, na classe comercial, o setor é o quinto maior consumidor de energia elétrica no Brasil, com 4.322 gigawatt-hora (GWh), representando 4,8% do segmento. 

Não é por acaso que as principais operadoras de telecomunicações no Brasil têm trabalhado para zerar suas emissões através de iniciativas como a geração distribuída com sistemas de armazenamento de bateria, PPAs e certificados de energia renovável para substituir geradores a diesel.

No Brasil, a empresa Telefónica pretende reduzir 90% das suas emissões de escopo 1 e 2 (operações e consumo de energia) até 2030, além de 56% em toda a sua cadeia de valor. O plano de ação climática da empresa conhecida pela operadora Vivo inclui desde a implementação de redes mais eficientes como fibra e 5G, até maior adoção de energias renováveis e redução do uso de combustíveis fósseis.

A Claro, com o programa Energia da Claro, tem investido em usinas de energia que utilizam fontes renováveis – hidrelétricas, solar, biogás e cogeração – para descarbonizar o seu consumo. A operadora também compra energia no mercado livre de parques eólicos. O objetivo é usar somente energia limpa em suas operações de grande porte.

Já a Tim quer ser uma empresa “carbono zero” até 2040 e “eficiência energética e uso de fontes renováveis de energia, sempre que viável economicamente” é um dos caminhos listados pela operadora para alcançar essa ambição.

O Plano ESG 2024-2026 mantém as metas relacionadas ao tema: ser uma empresa “carbono zero” (escopos 1, 2 e 3) até 2040, ser “carbono neutro” (escopos 1 e 2) e reduzir as emissões do escopo 3 em 42% até 2030, tendo 2023 como ano-base.

A seguir, apresentamos três motivos porque a adoção de energias renováveis é vantajosa para as telecons:

  • Eficiência operacional e redução de custos

As energias solar e eólica reduzem a dependência de combustíveis fósseis e os custos associados, como a cotação do barril de petróleo no mercado internacional e a variação do dólar. A Agência Internacional para Energias Renováveis (Irena) aponta que 86% da capacidade das energias renováveis contratadas em 2022 teve custos mais baixos do que a eletricidade produzida a partir dos combustíveis fósseis.

No caso da Claro, por exemplo, a geração renovável atende 70% do consumo da empresa em baixa tensão. Isso abastece mais de 25 mil unidades consumidoras e mais de 70% das antenas da Claro.

Com contratos de longo prazo no mercado livre, a transição para fontes renováveis também pode proteger as empresas de telecomunicações contra a volatilidade dos preços de energia do mercado regulado, onde as hidrelétricas respondem por mais de 50% da oferta de eletricidade. Crises hídricas recentes mostraram os riscos associados à dependência de uma única fonte e como diversificar as opções pode resultar em economias significativas a longo prazo. Confira o guia de PPA da Atlas Renewable Energy

  • Reputação corporativa e demanda dos consumidores

A sustentabilidade é uma crescente preocupação entre os consumidores. Segundo um relatório sobre o futuro da telefonia móvel elaborado pela GSMA, uma associação internacional que representa mais de 750 operadores de telefonia móvel no mundo, 73% dos consumidores consideram o meio ambiente em suas decisões de compra. Assim, a adoção de energias renováveis não só melhora a eficiência operacional, como também fortalece a reputação corporativa, tornando as companhias mais atrativas para consumidores e investidores.

  • Contribuição para metas climáticas

A utilização de energias renováveis é crucial para que o setor de telecomunicações alcance suas metas de sustentabilidade e contribua para a redução das emissões globais de CO2. Com iniciativas como a geração distribuída, uso de baterias, PPAs e certificados de energia renovável, as TICs podem avançar em direção a operações mais verdes e sustentáveis.

Visão de futuro

Integrar energias renováveis nas operações das empresas de telecomunicações é uma resposta às pressões ambientais e econômicas e também uma estratégia inteligente para o futuro. As empresas que liderarem essa transição estarão melhor posicionadas para enfrentar os desafios operacionais e regulatórios, ao mesmo tempo em que atendem às expectativas dos consumidores e contribuem para um planeta mais sustentável.

Este artigo foi criado em parceria com a Castleberry Media. Na Castleberry Media, estamos dedicados à sustentabilidade ambiental. Ao comprar certificados de carbono para o plantio de árvores, combatemos ativamente o desmatamento e compensamos nossas emissões de CO₂ três vezes mais.

Placas fotovoltaicas e aerogeradores instalados em um campo

A autoprodução de energia é uma alternativa que vem sendo vista com mais atenção pelas empresas que buscam eficiência energética e redução de custos em suas atividades operacionais. Produzir a energia que consome é uma prática sustentável e economicamente viável, além de atender a vários critérios estabelecidos pelo ESG, uma metodologia que cobra uma participação corporativa mais responsável no âmbito econômico, social e ambiental. Neste artigo, vamos entender como esses conceitos se relacionam.

A autoprodução de energia para empresas 

A autoprodução de energia acontece quando uma empresa produz a energia que consome. Ou seja, ela é o seu próprio fornecedor.

Esse modelo é muito adotado pela indústria, que tem um custo energético bastante elevado, e está disponível para as empresas que fazem parte do Mercado Livre de Energia, espaço de negociação autônoma de energia.

Na autoprodução, a empresa pode gerar energia por meio de fontes não renováveis, como o petróleo e o carvão mineral. Contudo, as fontes renováveis são as opções mais viáveis, especialmente do ponto de vista ambiental, um dos pilares do ESG.

A Atlas Renewable Energy oferece um modelo de autoprodução de energia, no qual os clientes tornam-se sócios dos projetos de energia renovável. Eles precisam estar no Mercado Livre de Energia.

Neste conceito, a empresa desenvolve e constrói usinas solares ou eólicas, e os clientes participam como investidores. Com isso, eles não apenas compram a energia gerada, mas também possuem uma parte da infraestrutura, compartilhando os benefícios financeiros do projeto.

Este modelo permite que os clientes garantam um fornecimento de energia a preços competitivos e estáveis, ao mesmo tempo em que contribuem para a sustentabilidade e a redução das emissões de carbono.

A Atlas cuida de todo o processo, desde o desenvolvimento e construção até a operação e manutenção das usinas, enquanto os clientes aproveitam a energia limpa e os retornos do investimento, alinhando seus objetivos corporativos de sustentabilidade com vantagens econômicas tangíveis.

A energia solar e a eólica são as fontes alternativas mais utilizadas na autoprodução, principalmente devido ao baixo impacto ambiental.

As chamadas fontes limpas geram menos gases poluentes causadores do efeito estufa, têm um custo mais acessível e contribuem para uma produção industrial mais competitiva.

Com uma geração sustentável de energia, as vantagens da autoprodução se expandem e se intensificam. Conheça alguns dos benefícios evidenciados nessa combinação:

  • Redução de tarifas;
  • Isenções fiscais;
  • Previsibilidade de gastos;
  • Pouca ou nenhuma produção de carbono;
  • Redução do risco de mercado;
  • Estímulo à transição da matriz energética;
  • Maior autonomia e eficiência energética.

Leia também: Energias renováveis como protagonistas na estratégia dos CFO

A importância do ESG para as empresas

O ESG, abreviação em inglês para Ambiental, Social e Governança, é um conceito criado para orientar as empresas na execução de boas práticas de gestão e responsabilidade social.

Essa abordagem se baseia em três pilares básicos: 

  1. Meio ambiente: destaca o comprometimento da empresa na proteção e no cuidado com o meio ambiente;
  2. Social: se refere ao tratamento justo dado aos colaboradores e também à responsabilidade da empresa com a comunidade que a cerca;
  3. Governança: estímulo à ética nos negócios e ao combate à corrupção, dentre outras práticas ilegais.

Ao trabalhar temas tão relevantes para a economia, sociedade e meio ambiente, o ESG oferece às empresas a chance de transformar e melhorar esses setores, servindo como modelo para outras organizações.

Em contrapartida, as empresas que aderem ao ESG constroem uma reputação corporativa valiosa, bastante requisitada no mercado e que é fundamental na captação de investimentos e na busca por mais competitividade.

A relação entre a autoprodução de energia e o ESG 

A autoprodução de energia atende a todos os parâmetros estabelecidos pelo ESG, uma vez que consegue diversificar seus benefícios e distribuí-los entre os três pilares. Veja a seguir:

Ambiental

A redução do impacto ambiental está no topo das vantagens promovidas pela autoprodução de energia. Ao optar por fontes renováveis, a empresa reduz as emissões de carbono, um dos grandes causadores do aquecimento global. 

Um meio ambiente utilizado de maneira sustentável conserva a sua biodiversidade e mantém a preservação dos seus ecossistemas, garantindo um espaço mais seguro e longevo para todos usufruírem.

Social

Em relação à responsabilidade social, a autoprodução de energia também faz a sua parte gerando empregos na região onde as usinas estão instaladas.

A Atlas Renewable Energy, por exemplo, realiza projetos sociais nas comunidades em que atua, incentivando práticas sustentáveis, capacitando jovens e estimulando a participação das mulheres na indústria de energias renováveis.

Governança

Já na governança, a transparência e a participação dos colaboradores são algumas características estimuladas pela indústria de energia renovável.

A integração de pessoas favorece o compartilhamento de ideias e reforça a importância do comprometimento e participação de todos na construção e gestão de projetos.

Desafios e oportunidades na autoprodução de energia

As vantagens da autoprodução de energia são inegáveis, mas os desafios também existem, sendo importante conhecê-los para saber como lidar com eles.

Dentre os gargalos da produção individual de energia, podemos destacar a questão burocrática e todos os trâmites legais que a empresa deve atender para que consiga executar suas atividades adequadamente.

Outro ponto importante está na regularização fundiária, que é necessária para a construção das usinas de energia do novo produtor. A estrutura física e técnica da empresa também é um fator a ser avaliado e sua organização deve ser feita sob supervisão de uma equipe especializada.

Para driblar esses e outros obstáculos, a empresa deve fazer uma análise honesta e clara da sua situação atual, dos seus objetivos e dos recursos disponíveis para investir. Assim, tomará decisões mais seguras.

Além disso, é importante ficar atento às oportunidades que estão em plena expansão e disponíveis no Mercado Livre de Energia.

Nesse espaço de negociação, a empresa pode escolher entre gerar energia individualmente, formar grupos com o mesmo objetivo ou adquirir energia de empresas terceirizadas.

Leia também: A IA e seu impacto nas energias renováveis

O futuro da autoprodução de energia

A livre negociação e a autoprodução de energia são tendências que devem se fortalecer nos próximos anos, alcançando empresas de todos os portes e segmentos.

Além de ser uma demanda ambiental, econômica e social urgente, a eficiência energética também é um fator fundamental para fortalecer e diferenciar as empresas em um mercado tão acirrado.

Atualmente, o Brasil busca inúmeras estratégias para melhorar a sua colocação na transição da matriz energética, com uso de fontes renováveis de energia, muito mais limpas e eficientes.

Para isso, o país tem realizado investimentos e pesquisas com foco em desenvolvimento de projetos, ferramentas e novas tecnologias, além de expansão de empresas que desejam participar dessa migração.

Hoje, é impossível falarmos de crescimento industrial e eficiência energética sem citar os recursos tecnológicos e a automação, responsáveis pela simplificação de processos e pela otimização das operações.

Nesse quesito, as tecnologias emergentes, como a Inteligência Artificial, a telemetria, o Machine Learning, a robótica e a Internet das Coisas (IoT), são elementos cruciais de transformação e modernização industrial.

Essas e outras tendências também devem continuar fortalecendo o ESG, afinal, uma empresa não deve ser só lucrativa. Ela também precisa ser responsável e sustentável.

Atlas: solução em eficiência energética e desenvolvimento industrial

A Atlas Renewable Energy oferece soluções para produção eficiente de energia, sempre alinhada com práticas sustentáveis e seguras para o meio ambiente, colaboradores e comunidade.

Conheça as soluções que a Atlas pode oferecer para a transição energética do seu negócio.

Ilustração de H2 no meio de uma floresta

O hidrogênio verde vem ganhando destaque por causa do seu potencial como uma fonte renovável de energia, com muitas vantagens, em especial, a versatilidade e a sustentabilidade. A seguir, conheça as perspectivas para o futuro do hidrogênio verde no Brasil e no mundo.

Fundamentos do hidrogênio verde

O hidrogênio é um combustível obtido com a separação das moléculas de oxigênio e hidrogênio presentes na água. Esse processo químico, chamado de eletrólise, é impulsionado com a força da energia elétrica.

No caso do hidrogênio verde, a energia utilizada é proveniente de fontes renováveis, como hidro, solar, eólica e biomassa.

O fato de não gerar gases poluentes na atmosfera é o que faz com que o hidrogênio seja chamado de “verde”, o que significa que ele também é sustentável, eficiente e menos danoso ao meio ambiente.

Quando obtido de fontes não renováveis, o hidrogênio ganha outras cores em sua classificação. O hidrogênio marrom é derivado do carvão mineral enquanto o hidrogênio cinza é produzido com gás natural.

Ao contrário dos combustíveis limpos, os combustíveis fósseis, como o carvão mineral e o gás natural, contribuem com a produção exorbitante de gases poluentes.

Leia também: O cenário da transição energética no Brasil

Aplicações e setores-chave para o hidrogênio verde 

Conheça as principais aplicações e os setores-chave para o hidrogênio verde:

Fertilizantes

Atualmente, quase toda a produção de fertilizantes nitrogenados é feita a partir de combustíveis fósseis, o que representa um desafio significativo para a sustentabilidade ambiental.

O Brasil, sendo um dos principais produtores agrícolas do mundo, enfrenta a necessidade de importar uma quantidade considerável de fertilizantes, incluindo amônia, de países como Rússia, Irã e Trindade e Tobago. Essa dependência externa ressalta a urgência de explorar alternativas mais sustentáveis para a produção de fertilizantes.

Nesse contexto, o uso de hidrogênio verde emerge como uma solução promissora. Ao invés de depender exclusivamente de gás natural e carvão, empresas estão direcionando esforços para utilizar o hidrogênio na produção de amônia e outros fertilizantes nitrogenados. Essa transição oferece vantagens significativas, não apenas em termos de redução das emissões de carbono, mas também em termos de segurança energética e autonomia para o Brasil, um país eminentemente agrícola.

A adoção do hidrogênio verde na produção de fertilizantes é de particular importância para o Brasil, que importa cerca de 90% da amônia utilizada na agricultura. 

Ao investir em tecnologias que promovem a produção local de fertilizantes sustentáveis, o país não apenas reduz sua dependência de recursos externos, mas também contribui para a mitigação das mudanças climáticas e para a construção de uma economia mais verde e resiliente.

Transporte sustentável 

A eletrificação dos veículos é uma tendência de consumo acompanhada pelas empresas. O hidrogênio verde ocupa um papel importante nesse processo de transformação.

Atualmente, já é possível usar o combustível para viagens de algumas horas, um experimento que deve ser aprofundado e expandido nos próximos anos. No Brasil, por exemplo, é alta a expectativa para o primeiro VLT movido totalmente a hidrogênio verde.

A expectativa é que, em breve, o novo combustível seja uma das soluções com melhor custo-benefício para estimular a mobilidade de longo alcance e para uso em transportes pesados, especialmente os que atuam no setor de cargas, minas e energia.

Indústria pesada 

A indústria é um dos segmentos que mais produzem gases poluentes. Por isso, investir em sustentabilidade nos seus processos é essencial.

Nas refinarias de petróleo, o hidrogênio verde já é utilizado de forma intensiva na produção de materiais refinados, como o diesel e a gasolina. Nas siderúrgicas, a produção do aço vem utilizando o combustível em substituição ao gás natural. Já na indústria química, o hidrogênio verde está, aos poucos, substituindo o hidrogênio marrom, além de atuar como ingrediente na fabricação de amônia.

Há um espaço significativo para a indústria brasileira se descarbonizar, convertendo o consumo de combustíveis fósseis para soluções de eletrificação via hidrogênio. Essa transição pode reduzir drasticamente as emissões de gases poluentes, promovendo um futuro mais sustentável e alinhado com as metas globais de redução de carbono.

Geração de energia 

O hidrogênio verde pode ser armazenado tanto na versão líquida quanto na versão gasosa. Ele pode, ainda, ser absorvido por outros materiais e transportado de um ponto a outro do país.

A fácil adaptação e a versatilidade permitem que o hidrogênio verde seja guardado para uso em situações emergenciais, na carência ou ausência de energia, e como complemento de baterias, por exemplo.

Desafios enfrentados pelo hidrogênio verde 

Apesar das muitas vantagens do hidrogênio verde, a produção e o consumo do combustível em grande escala ainda esbarram em alguns desafios, como a viabilidade econômica, o arcabouço regulatório e uma maior escala da indústria.

O hidrogênio verde é obtido por meio da eletrólise, que demanda muita energia elétrica e técnica para ser executado com o máximo de eficiência.

Essas características elevam os custos envolvidos na produção, consumo, transporte e armazenamento do hidrogênio e requerem novas soluções como o transporte via amônia ou via eletricidade, através do sistema interligado nacional. As pesquisas e os investimentos também são fundamentais para endereçar esses desafios e fomentar o seu avanço.

É o que muitos países têm feito, estimulados não só pelos benefícios climáticos do hidrogênio verde, mas também pelos impactos econômicos no desenvolvimento de uma nova indústria, na geração de empregos e na maior independência energética.

Além da adequação aos novos requisitos de emissões e sustentabilidade para a indústria, pelos mercados internacionais como a União Europeia.

Leia também: Energias renováveis como protagonistas na estratégia dos CFO

Iniciativas globais e investimentos

O que o mundo está fazendo para ampliar a produção e o consumo do hidrogênio verde? Confira:

Projetos e iniciativas

A criação de projetos e iniciativas para fomentar a economia derivada do hidrogênio verde é uma parceria que envolve o governo de vários países e também instituições privadas.

A União Europeia, por exemplo, está estudando a capacidade do hidrogênio verde de auxiliar na fabricação de alumínio e aço. O bloco econômico também está realizando investimentos na área em outros mercados, como no Brasil.

Pesquisadores vêm discutindo o uso do hidrogênio verde na fabricação do ferro em substituição ao carvão mineral, uma alternativa que reduziria significativamente a poluição e as emissões de gases poluentes pela indústria.

No Brasil, em 2022, o Conselho Nacional de Política Energética criou um programa para desenvolver a economia gerada pelo hidrogênio verde — Programa Nacional de Hidrogênio (PNH2).

Investimentos e perspectivas de mercado 

No final de 2023, a Fortescue anunciou um investimento de 5 bilhões na produção de hidrogênio verde no Nordeste do Brasil, região com maior potencial para energias renováveis.

De acordo com a Deloitte Consultoria, cerca de 9 trilhões de dólares deverão ser injetados no Brasil nos próximos anos para ampliar as pesquisas sobre hidrogênio verde, seja por iniciativas públicas ou privadas.

Apesar dos obstáculos, a expectativa para o fortalecimento do hidrogênio verde no mercado é grande e muito positiva. Ainda assim, é preciso reiterar a necessidade de ações estratégicas rígidas, como:

  • definição de marcos regulatórios seguros;
  • investimentos reais em logística de transporte de hidrogênio verde;
  • incentivos fiscais para reduzir os custos das fontes renováveis, tornando-as competitivas em comparação com as fontes convencionais;
  • definição de metas para consumo de produtos feitos a partir de hidrogênio verde.

Seja na geração de energia, na mobilidade sustentável, na transformação da indústria, na criação de tecnologias e na formação de novos negócios, o hidrogênio verde será, em breve, o centro das atenções.

Atlas Renewable Energy: solução em energia sustentável

O hidrogênio verde é o combustível do futuro, mas já está transformando o nosso presente.  Por isso, a Atlas está na vanguarda dos estudos e do desenvolvimento de soluções inovadoras para o hidrogênio verde.

Oferecemos tanto fornecimento de energia renovável para a produção de hidrogênio quanto apoio à adequação das empresas e grandes consumidores nessa transição importante. 

Venha conhecer nossas soluções e prepare sua empresa para investir no futuro sustentável do hidrogênio verde.

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Os CFOs lideram uma revolução rumo à sustentabilidade: os contratos de compra de energia renovável tornaram-se peças centrais em suas estratégias financeiras e ambientais.

O papel do Chief Financial Officer (CFO) evoluiu significativamente, impulsionado pela transformação digital e pelo crescimento do setor financeiro. A capacidade de se relacionar com todos os stakeholders e de compreender as regulamentações é fundamental nas decisões de um CFO.

O CFO moderno transcende a expertise técnica: seu papel diversificou-se, tornando-o um profissional estratégico e multifacetado. Mais do que se concentrar apenas em números e finanças, espera-se que os CFOs possuam competências interpessoais que lhes permitam cultivar a colaboração e a empatia. Um artigo recente da revista Forbes descreve o CFO como o “copiloto” do CEO, destacando seu papel integral na liderança corporativa.

Os CFOs de hoje enfrentam o desafio de não apenas lidar com as áreas táticas e estratégicas tradicionais, mas também demonstrar flexibilidade e visão de futuro para antecipar cenários. Essa adaptabilidade é essencial, dada a crescente complexidade do ambiente de negócios.

Em uma era de digitalização acelerada, a EY América Latina enfatiza a importância dos CFOs adotarem novas tecnologias para impulsionar a eficiência e a rentabilidade das empresas. Essencialmente, os CFOs são cada vez mais responsáveis pela geração de valor, um conceito-chave para a sustentabilidade empresarial.

A Importância das Políticas ESG na Tomada de Decisão dos CFOs

A alavancagem financeira sempre foi fundamental para o crescimento das empresas. Agora, há um componente adicional: o acesso ao crédito das empresas depende cada vez mais de seu compromisso com as políticas ESG (Governança ambiental, social e corporativa).

Até recentemente, a sustentabilidade ambiental ou social de uma empresa era avaliada apenas pelas agências de classificação de crédito. Hoje, é uma exigência dos investidores institucionais. “Alguns dos grandes gestores de ativos, especialmente aqueles com fundos passivos (como Vanguard, State Street, BlackRock) e alguns ativos, desenvolveram equipes especializadas e metodologias internas para atribuir suas próprias classificações de sustentabilidade”, indica o banco BBVA.

Os investidores agora avaliam as políticas de sustentabilidade das empresas. A adesão a essas políticas permitirá uma participação mais efetiva no mercado de capitais, segundo o Conselho Empresarial Colombiano para o Desenvolvimento Sustentável (Cecodes). Portanto, os princípios ESG devem estar no cerne da estratégia de todo CFO.

Quais instrumentos financeiros estão relacionados às medidas de sustentabilidade? “Há uma variedade crescente de produtos para empresas que atendem aos padrões ESG”, confirma o Banco Santander. Quatro desses produtos incluem:

  • Fundos de investimento sustentáveis: organizações que alocam recursos em projetos após avaliar diversos critérios, como esforços de inovação e melhorias na eficiência energética ou nas condições sociais.
  • Green bonds e social bonds: títulos de dívida destinados a financiar projetos ambientais ou socialmente responsáveis.
  • Capital de risco social: fundos que investem em empresas com a missão de resolver problemas sociais ou ecológicos, buscando tanto retornos econômicos quanto sociais ou ambientais.
  • Empréstimos verdes: produtos financeiros desenvolvidos para financiar projetos que preservem o meio ambiente, como a produção de eletrodomésticos mais eficientes ou veículos menos poluentes.

PPAs de Energia Renovável Corporativos: Um Ativo-Chave para os CFOs

Iniciativas que promovem a transição energética (de combustíveis fósseis para energias limpas) são cada vez mais relevantes para investidores e, gradualmente, para consumidores também.

Por exemplo, a redução das emissões de CO2 será decisiva para o comércio de algumas empresas com a Europa. De fato, a Comissão Europeia está em processo de adotar um Mecanismo de Ajuste de Carbono na Fronteira (CBAM) que impedirá a importação de bens produzidos com mais CO2 do que o permitido nos mercados internos da União Europeia, um dos padrões mais rigorosos do mundo.

Portanto, se uma mineradora que extrai cobre produzir mais toneladas de CO2 do que o permitido pelas políticas ambientais da UE, o cobre extraído não poderá ser vendido em nenhum dos 27 países da UE. Diante disso, muitas empresas latino-americanas precisarão aumentar seu consumo de energias renováveis, que são menos poluentes.

Os CFOs estão cientes dessas mudanças? Javier Bustos acredita que sim. Bustos é o CEO da Associação de Consumidores de Energia Elétrica Não Regulados (ACENOR), que agrupa empresas chilenas consideradas ‘clientes livres’ em termos de serviço elétrico (ou seja, sua potência conectada é superior a 500 kW e, portanto, podem gerar sua própria eletricidade ou contratar o fornecimento diretamente de geradores).

“As empresas estão buscando cada vez mais o acesso ao fornecimento de energia elétrica renovável [por meio de contratos bilaterais de compra de energia (PPAs)], com o objetivo de cumprir suas próprias metas de redução da pegada de carbono, bem como para competir internacionalmente”, observa Bustos sobre os preços mais baixos encontrados nas energias renováveis.

“Recentemente, vimos como grandes clientes elétricos industriais e de mineração renegociaram ou assinaram novos contratos para garantir que recebam fornecimento renovável”, diz Bustos. “Na ACENOR, estimamos que pelo menos 60% da energia contratada por nossos associados já seja renovável e continue crescendo a cada ano.”

Para Bustos, é recomendável que as empresas que se qualificam como clientes livres “continuem impulsionando a contratação de energia renovável, pois a perspectiva do CFO é muito relevante para incorporar esse tipo de fornecimento ao portfólio de consumo”.

Estabilidade, preços competitivos e descarbonização para atingir metas ESG: o CEO da ACENOR observa que as grandes empresas preferem fechar contratos de PPA em vez de ficarem expostas às flutuações dos preços do mercado ou dependerem do fornecimento de uma distribuidora de energia elétrica.

Quais são os prazos? “Aproximadamente um terço dos contratos de clientes livres no Chile têm duração de pelo menos 15 anos. O restante são predominantemente contratos de 5 a 10 anos”, responde.

Pontos-Chave: Um Guia Prático para os Desafios da Sustentabilidade

Em resumo, é recomendável que o Chief Financial Officer considere os critérios ESG ao formular sua estratégia. Um artigo publicado pela consultoria PWC destaca quatro dimensões dos papeis desses altos executivos e sua relação com as políticas de sustentabilidade:

Visionário estratégico: o CFO entende e orienta a relação entre pessoas, ecossistemas e rentabilidade para identificar riscos e oportunidades em sustentabilidade e integrá-los a uma estratégia de longo prazo.

Colaborador inclusivo: o CFO constroi redes entre unidades de negócios, fornecedores, vendedores e outros stakeholders para manter um compromisso com a sustentabilidade.

Catalisador da transformação: o CFO alinha a estratégia de negócios, a empresa como um todo e sua cultura com uma agenda sustentável comum.

Comunicador firme: o CFO tem acesso a informações financeiras e não financeiras da organização; portanto, pode criar um programa de sustentabilidade credível com informações confiáveis.

Outro aspecto crítico é que os CFOs identificaram todos os stakeholders relevantes de uma empresa, além dos acionistas.

“Atualmente, os CFOs reconhecem que não são apenas os acionistas que exigem informações financeiras e não financeiras relacionadas com questões ESG; também as partes que têm um impacto interno ou externo na organização”, afirma a PWC.

Conclusão

Questões ambientais e sociais requerem um forte compromisso das empresas na concepção de políticas ESG (governança ambiental, social e corporativa). Para tanto, os diretores precisam da capacidade de se adaptar rapidamente às novas tendências, incluindo a promoção da transição energética.

Nesse contexto, os contratos de fornecimento de energia renovável são uma ferramenta estratégica para os CFOs alcançarem objetivos ambientais, como a redução das emissões de CO2.

Os acordos de compra de energia limpa ajudam as empresas a atingir suas metas ESG – o que pode proporcionar maior acesso a instrumentos financeiros e, em muitos casos, melhorar a reputação junto aos consumidores. Além disso, eles também oferecem economia duradoura, pois são acordos estáveis, de longo prazo e com preços competitivos.

Este artigo foi criado em parceria com a Castleberry Media. Na Castleberry Media, estamos dedicados à sustentabilidade ambiental. Ao comprar Certificados de Carbono para o plantio de árvores, combatemos ativamente o desmatamento e compensamos nossas emissões de CO₂ três vezes mais.

Com o declínio contínuo do custo da energia renovável, as empresas estão aproveitando contratos de fornecimento flexíveis e estruturas de acordos personalizadas para aumentar a competitividade e alinhar a aquisição de energia com seus perfis de consumo únicos

O cenário da energia renovável passou por uma notável transformação nos últimos anos, com a geração eólica e solar fotovoltaica emergindo como as fontes de eletricidade mais rentáveis globalmente. Apesar das pressões inflacionárias que impactaram todos os setores da economia em 2022, o Custo Nivelado de Energia (LCOE) para essas tecnologias limpas manteve sua trajetória descendente conforme esperado.. 

Um relatório da Agência Internacional para Energia Renovável (IRENA) relata que o LCOE médio global para parques eólicos comissionados em 2022 caiu 5% em relação ao ano anterior, atingindo US$ 33 por MWh, enquanto projetos solares fotovoltaicos registraram uma queda de 3%, chegando a US$ 49 por MWh.

A IRENA destaca a notável progressão de custos dessas tecnologias ao evidenciar que, em 2010, o LCOE médio global da energia eólica era 95% superior ao custo mais baixo da geração baseada em combustíveis fósseis. No entanto, em 2022, a mesma métrica para novas usinas eólicas despencou para 52% abaixo das soluções mais baratas baseadas em combustíveis fósseis. É crucial observar que essa comparação considera apenas fatores econômicos, excluindo os benefícios ambientais associados à produção de energia limpa e seu papel na mitigação das emissões de CO2.

Impulsionados por essa economia favorável e por um compromisso crescente com a sustentabilidade, os atores do setor privado na América Latina estão cada vez mais recorrendo a Acordos de Compra de Energia Renovável (PPAs). Esses contratos de longo prazo normalmente oferecem preços mais baixos para os consumidores, além de estabilidade de fornecimento e taxas mais competitivas em comparação a acordos com distribuidoras de energia elétrica ou a volatilidade de preços inerente aos mercados à vista.De acordo com um relatório da Bloomberg NEF, empresas privadas e instituições públicas assinaram contratos garantindo um recorde de 36,7 GW de energia renovável para alimentar suas operações em 2022, representando um aumento de 18% em relação ao ano anterior. Os países das Américas desempenharam um papel de liderança nesse aumento, assinando contratos para 24,1 GW – 18% a mais que em 2021. Na América Latina, empresas de mineração em busca de energia limpa para alimentar operações em áreas remotas do Chile e do Brasil têm sido um impulsionador fundamental da atividade de PPAs.

Diferentes modelos e estruturas com base nas necessidades

Os PPAs estabelecem os termos, volumes de energia e critérios comerciais do acordo, como a flexibilidade da curva de consumo, permitindo ajustes operacionais com base nas flutuações de demanda sazonais do comprador.

Esses contratos oferecem vários benefícios às empresas: assegurar preços mais competitivos em comparação com as ofertas de mercado, garantir segurança e continuidade do fornecimento e aprimorar a imagem corporativa por meio do consumo de energia limpa.

Embora esses aspectos sejam comuns em todos os PPAs renováveis, existem vários modelos e tipos de contratos disponíveis para atender às necessidades específicas das empresas. A estrutura de um PPA pode variar com base em fatores como a moeda da compra de energia (dólar americano ou moeda local), o arranjo de fornecimento (slots de tempo específicos ou 24 horas por dia, 7 dias por semana) e a natureza física ou financeira do acordo.

Normalmente podemos falar de um contrato PPA físico quando a energia gerada por uma central de energia renovável é entregue diretamente ao comprador, através da rede de transmissão, e de um PPA financeiro ou virtual, que não envolve a entrega física de eletricidade, mas sim, ocorre quando as partes acordam um preço contratual e os pagamentos são trocados com base na diferença entre o preço contratual e o preço de mercado da electricidade.

Existem também estruturas de contratos que variam em função da necessidade energética do cliente, localização, decisão de depender de rede elétrica tradicional, entre outros fatores..

Modelos de PPAs e Estruturas de Acordos

Além das condições padrão, vários modelos de contratação inovadores e estruturas de acordos de energia surgiram para se alinhar melhor com as metas de mercado e os requisitos de energia dos consumidores. Veja abaixo:

  • Autogeração por Equiparação: neste modelo de PPA, a parte contratante assume um papel mais ativo ao formar uma associação com o vendedor de energia para o desenvolvimento de um parque solar ou eólico. Ambas as partes compartilham os benefícios e os encargos financeiros, e a empresa consumidora de energia se torna investidora do projeto. As economias de custo podem chegar a 80%: em vez de pagar por 90 MW, o autoprodutor pagará por 12 a 15 MW.

Outra forma de contratação é quando a empresa consumidora assume 100% do ativo renovável, como acontece com o modelo BOT (construir, operar e transferir).

  • Build, Operate, and Transfer (BOT): neste modelo, o gerador de energia se compromete a construir e operar o ativo renovável por um determinado período antes de transferir a propriedade para a contraparte. Essa abordagem permite que o comprador de energia evite os riscos econômicos e financeiros associados à construção de um parque eólico ou solar fotovoltaico.

Por outro lado, devido à depreciação dos custos das baterias – que sofreram uma queda de 14% em 2023 face ao ano anterior – atingindo um mínimo histórico de $139/kWh – segundo a BloombergNEF (BNEF), inicia um terceiro modelo de contratação está ganhando espaço: Acordo de Pedágio – Tolling Agreement, em inglês.

  • Acordo de Pedágio (Tolling Agreement): consiste em uma espécie de contrato de compra e venda onde o consumidor aluga uma parte de seu bem ao gerador de energia.. 

É importante para o consumidor que a central de energia renovável seja gerenciável; daí a necessidade de ter armazenamento a partir de baterias, para poder assumir os compromissos de envio que chegam do operador da rede, seja em tempo real ou com um dia de antecedência.

Outra opção que podemos destacar tem a ver com associações entre empresas de consumo, conhecidas como “Autoprodução por Consórcio e Leasing”:

  • Autoprodução por Consórcio e Arrendamento: neste modelo, um grupo de empresas forma um consórcio para arrendar uma usina de geração renovável, compartilhando custos e benefícios. O arrendamento é pago mensalmente e corresponde ao custo da energia que o consumidor recebe.
  • Contratos Behind-the-Meter: essa modalidade envolve a instalação de uma central de produção de energia renovável (geralmente solar fotovoltaica) no local de operação de uma empresa, como telhados ou em suas proximidades. 

Nesta modalidade de contrato, a empresa paga apenas uma tarifa de eletricidade pré-determinada por um período de tempo

O fornecedor de energia é responsável pela compra, instalação e operação do projeto. Ele venderá a energia a um preço fixo ao comprador, que é mais barato do que o da rede. É uma situação onde ambos ganham – onde a empresa fornecedora consegue amortizar o projeto e obter rentabilidade durante os anos de contrato, e o consumidor acaba pagando uma tarifa de energia elétrica menor. Ao final do contrato, a contraparte poderá ter a opção de compra do equipamento.

Certificados de Carbono: Uma Abordagem Alternativa

Outra forma de adquirir energia limpa é através dos Certificados de Energia Renovável (I-RECs), que surgiram como uma maneira prática para as empresas compensarem sua pegada de carbono com base no consumo de energia, sem se comprometer com um contrato de longo prazo. 

Cada I-REC equivale a 1 MWh de energia e visa neutralizar as emissões de carbono, ajudando as empresas a atingir a meta de escopo 2 do Protocolo de Gases de Efeito Estufa (GHG). 

O I-REC Service é um sistema global para monitoramento de atributos de energia ambiental que foi desenvolvido para facilitar a compensação fiável da pegada de carbono emitida pelas empresas, apoiado por padrões internacionais de contabilização de emissões de carbono.Essa modalidade vem ganhando cada vez mais presença em países como Argentina, Chile, Colômbia, México e Brasil.

A análise é fundamental para tomada de decisão

Para tomar decisões informadas sobre a aquisição de energia renovável, as empresas devem avaliar minuciosamente seus padrões de consumo e entender claramente qual tipo de contrato e estrutura melhor atende às suas necessidades.

A Atlas Renewable Energy, com sua presença global, combina as melhores práticas de diferentes países com um profundo conhecimento das especificidades do mercado local para fornecer consultoria abrangente aos seus clientes.

Exemplos notáveis dos sucessos da Atlas Renewable Energy em PPAs incluem um contrato de 15 anos com a estatal chilena de cobre CODELCO, que receberá 375 GWh por ano de um parque solar com armazenamento em bateria a partir de 2026, por um período de 15 anos a fim de garantir estabilidade e confiabilidade no fornecimento de energia elétrica. 

No Brasil, foi fechado um acordo inovador com a fabricante de alumínio Albras. Este é o maior acordo de fornecimento de energia solar da América Latina. Para a sua construção, a empresa obteve um empréstimo de USD 447,8 milhões (equivalente a R$ 2.180 milhões) do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o maior empréstimo em dólares concedido pela entidade para energias renováveis ​​até o momento.

O acordo consiste na montagem da central solar Vista Alegre, com capacidade de 902 MWp, que terá capacidade para produzir em média 2 TWh por ano. O contrato com a Albras será prorrogado por um período de 21 anos e o fornecimento de energia elétrica terá início em 2025. Este é o maior PPA assinado até hoje.

A novidade é que este é o segundo PPA que a fabricante de alumínio assina com a Atlas Renewable Energy. Anteriormente, celebrou um contrato de energia de 20 anos que será abastecido com a usina solar Boa Sorte de 438 MW, que irá gerar 815 GWh anualmente.

Conclusão

A crescente adoção de PPAs renováveis em todo o mundo pode ser atribuída ao seu triplo impacto: preços mais competitivos em comparação com as ofertas de mercado, fornecimento assegurado por um período determinado e uma imagem corporativa aprimorada por meio do consumo de energia limpa, que compensa a pegada de carbono e reforça a reputação ambiental e social.

No entanto, dadas as características únicas do consumo de eletricidade e da estratégia de fornecimento de energia de cada empresa, buscar orientação adequada sobre o tipo de PPA mais adequado é crucial. 

Este artigo foi criado em parceria com a Castleberry Media. Na Castleberry Media, estamos dedicados à sustentabilidade ambiental. Ao comprar Certificados de Carbono para o plantio de árvores, combatemos ativamente o desmatamento e compensamos nossas emissões de CO₂ três vezes mais.

Mais do que gerar energia renovável, empreendimentos eólicos e solares têm o potencial de promover uma verdadeira revolução em diversas áreas da economia brasileira. Desde a descarbonização da indústria e posicionamento do país no mercado global de produtos verdes até a geração de emprego e distribuição de renda, os efeitos diretos e indiretos dos investimentos renováveis vão muito além do que se imagina.

Adicionar mais energia limpa não seria mais caro para o Brasil do que os planos atuais para expandir a geração com combustíveis fósseis. Um aumento nos investimentos em energias renováveis teria custos iniciais mais elevados para geração, transmissão e armazenamento de energia. No entanto, de acordo com um relatório do Banco Mundial, esses custos seriam totalmente recuperados com a economia nos gastos com combustíveis e custos operacionais. Da mesma forma, uma transição no transporte e na indústria em direção a uma maior eletrificação e hidrogênio verde e outros combustíveis verdes, produzido com energia eólica e solar em vez de gás, não aumentaria os custos para a economia.

Os projetos de geração eólica e solar estão em plena expansão no Brasil, correspondendo atualmente a pouco mais de 21% da capacidade de geração de energia do país. A abundância de recursos naturais e as áreas que permitem a instalação de grandes usinas têm atraído investimentos privados em diversas regiões.

Mais do que gerar eletricidade renovável, esses empreendimentos promovem efeitos diretos e indiretos em diversas áreas: infraestrutura, economia local, geração de emprego e distribuição de renda.

Fabio Bortoluzo, diretor geral da Atlas Renewable Energy no Brasil, conta que a expansão de renováveis, solar e eólica, está transformando diferentes segmentos da economia brasileira, desde o setor primário, como extração mineral e agropecuária, até a indústria pesada, passando também pelo setor de serviços.

“As energias renováveis são impulsionadoras de novos investimentos em todos os setores que dependem de energia, seja os intensos em energia, como mineração, seja os de consumo de energia mais baixo. Antes dependiam muito de subsídios para competir com as fontes fósseis, mas hoje, elas já têm capacidade para chegar em preço mais competitivo”, afirma.

Além de essa energia competitiva se traduzir em custos mais baixos para os clientes, também existem outros benefícios associados.

Ao contratar energia direto de um gerador, como a Atlas, o cliente – seja ele uma grande indústria, um datacenter, uma rede de supermercados ou um produtor rural – assina um contrato de fornecimento personalizado, que vai trazer segurança e flexibilidade, deixando mais tempo para dedicar ao próprio negócio.

“ O principal objetivo da Atlas é apoiar os seus clientes na transição energética. Os clientes querem energia renovável e competitiva. Além do preço, eles querem uma estrutura contratual que se adeque aos seus outros riscos, como exposição cambial e à curva horária. A Atlas busca desenvolver os melhores projetos em questão de produtividade da energia gerada, custo de implantação, custo de estruturação financeira, estrutura de comercialização e gestão, e operação dos ativos. Ao trabalhar em todas essas frentes, criamos o melhor produto para o cliente: a energia mais eficiente. E o apoiamos nos seus objetivos de transição energética e descarbonização”, detalha o diretor da Atlas. 

Oportunidades e desafios

O avanço dos projetos renováveis estão ajudando a baratear a transição energética e podem deixar a indústria brasileira cada vez mais competitiva, inclusive no cenário internacional, onde mercados como o da União Europeia estão criando mecanismos para precificar a sustentabilidade dos produtos que entram em seu território.

Enquanto isso, novas demandas energéticas vão surgindo todos os dias. Um exemplo são os projetos de produção de hidrogênio e amônia verdes, que precisarão de novas capacidades eólicas e solares para o processo de eletrólise. 

De acordo com a análise do Banco Mundial, o Brasil possui uma grande vantagem competitiva no crescente mercado mundial de bens e serviços mais ecológicos. Seu setor privado já é competitivo em vários segmentos necessários para a transição de combustíveis fósseis para energias renováveis. Ou seja, o país tem todas as condições de ingressar nos mercados de produtos de energia solar, expandir-se em direção ao hidrogênio verde e se beneficiar de seus importantes depósitos de minerais relevantes para a transição energética.

As oportunidades são muitas, mas os desafios também. Bortoluzo pontua que é preciso superar questões como custo de capital, infraestrutura de transmissão e planejamento energético. 

“Transmissão e distribuição de energia são fatores vitais no custo total de energia para os consumidores. Há um desafio muito grande de otimizar o sistema elétrico, especialmente na transmissão, e ter uma capacidade de abrangência no território que é vasto,  uma capacidade de intercâmbio entre as regiões para que a energia flua e a gente não tenha tanta restrição. O próprio planejamento é vital para podermos alocar melhor os projetos, e para que essa energia chegue nas regiões consumidoras de maneira mais barata possível”, explica. 

Além disso, ele observa que o crescimento das renováveis, especialmente na geração distribuída, está aumentando os desafios do planejamento do setor elétrico, que precisa passar por mudanças para otimizar a capacidade de despacho das plantas, tanto de geração centralizada quanto distribuída.

Neste sentido, as baterias para armazenamento de energia renovável prometem ser “game changers”, ajudando a aliviar a pressão das infraestruturas de transmissão.  

Como as fontes renováveis são intermitentes, ou seja, dependem de condições climáticas para fornecer eletricidade, a integração de sistemas de armazenamento, como a bateria, para regular essa intermitência e potencializar ainda mais o papel da eólica e solar no mix energético, vem ganhando mais destaque. 

Segundo Bortoluzo, embora promissoras, há um longo caminho até que as baterias estejam disponíveis no mercado brasileiro. Primeiro, é necessário criar uma regulação que facilite a importação e fabricação desses sistemas por aqui. 

“Isso vai, com certeza, destravar muitos investimentos em projetos renováveis e vai destravar a competitividade de toda a economia brasileira, não só da indústria, no  quesito de custo de energia renovável. É uma  economia que estará bem servida de energia  competitiva e limpa. Acho que, se vencermos esses desafios de custo, aceleramos esse processo e tornaremos o Brasil ainda mais competitivo”. 

Além da energia: os benefícios sociais

As pessoas que vivem nas regiões que abrigam os grandes parques solares também sentem os impactos dos projetos da Atlas. Só a fase de construção de um parque emprega cerca de três mil pessoas, podendo chegar a cinco mil postos de trabalho se considerar os empregos indiretos.

Além de dar preferência à contratação de profissionais e fornecedores locais, todos os projetos da Atlas têm critérios ESG (ambiental, social e de governança elevados). Através do Estudo de Impacto Social e Ambiental, a empresa mapeia as oportunidades para promover benefícios de longo prazo na região e desenvolve diversas iniciativas de capacitação para que, mesmo após o encerramento das obras, a geração de valor continue. 

Um exemplo vem do município de Juazeiro, Bahia, onde está instalado o parque solar Jacarandá. A empresa desenvolveu o projeto Ed-Mundo para capacitar meninos e meninas entre 13 e 17 anos em tecnologia da informação e empreendedorismo.

“Muda a vida de jovens, dá oportunidades não só relacionadas a trabalhos em obra civil e eletromecânica, mas também em digitalização e empreendedorismo. Entendemos que esses trabalhos têm impactos mais perenes e duradouros nessas regiões, que usualmente são menos desenvolvidas economicamente”, conta Bortoluzo.

Outro exemplo é a iniciativa de profissionalização feminina “Somos Parte da Mesma Energia”, que já está em sua quinta edição no complexo solar Vista Alegre, em Minas Gerais.

Criado em 2019 para oferecer treinamentos especializados e preparar mulheres para oportunidades de emprego nas regiões onde moram, o programa já treinou mais de 700 profissionais no Brasil, México e Chile. A meta da Atlas é potencializar a representação feminina nas construções solares, que em geral é de 2%, para 15%. 

“A gente entende que trazer as mulheres para esse mercado de trabalho é vital não só para elas, mas para todos da região”.

Esses projetos são amostras de como todo este trabalho em conjunto com a comunidade, os fornecedores locais e o governo gera impacto econômico e desenvolvimento a longo prazo para as comunidades, inclusive com a inserção de novas pessoas no mercado de trabalho.

Ou seja, os investimentos em energia renováveis carregam efeitos que vão muito além do fornecimento de eletricidade descarbonizada. Eles se traduzem em mais competitividade para a indústria, comércio e prestação de serviços; em inclusão social e distribuição de renda; em investimentos em infraestrutura e tecnologia; além, é claro, de uma matriz mais limpa e amigável ao clima global. 

Este artigo foi criado em parceria com a Castleberry Media. Na Castleberry Media, estamos dedicados à sustentabilidade ambiental. Ao comprar Certificados de Carbono para o plantio de árvores, combatemos ativamente o desmatamento e compensamos nossas emissões de CO₂ três vezes mais.

 A Colômbia avança rumo às energias limpas com a rota da Transição Energética Justa. É um caminho repleto de desafios e oportunidades, onde o objetivo é alcançar um desenvolvimento justo e sustentável para todos.

A Colômbia está em um processo de transição para fontes de energia mais limpas e sustentáveis. 

A geração de eletricidade no país depende em 70% de fontes hidrológicas, consideradas fontes renováveis não convencionais. No entanto, quando se observa a matriz energética como um todo, os hidrocarbonetos, como petróleo, gás natural e carvão, ainda desempenham um papel predominante.

Em 2022, o setor petrolífero contribuiu com $18,16 bilhões aos cofres da nação, representando 1,3% do PIB, com previsão de aumentar  para 2,2% em 2023, graças à reforma tributária e a um cenário favorável para as vendas desse combustível. Além disso, segundo a Associação Colombiana de Petróleo e Gás (ACP), as exportações do setor representaram 40% das vendas totais ao exterior.

Esses números evidenciam a dependência econômica do país em relação aos hidrocarbonetos, um desafio significativo para a transição para as energias renováveis.

Apesar dessa dependência, a capacidade instalada de geração de energia renovável tem crescido de forma constante.

Segundo a Associação de Energias Renováveis SER Colômbia, em 2023, a entrada de 25 projetos solares em funcionamento impulsionou em 70% a capacidade instalada em comparação aos anos anteriores.

Esses avanços são um passo positivo em direção à sustentabilidade, mas a Colômbia ainda enfrenta desafios importantes em seu esforço para transformar sua matriz energética em opções mais limpas e sustentáveis.

Essa transformação não só implica mudar a mistura das fontes de energia, como também aumentar a produção energética total de maneira sustentável e respeitosa ao meio ambiente.

Para guiar esse processo de transformação, o governo elaborou uma série inicial de quatro documentos que compõem a rota para a Transição Energética Justa (TEJ) na Colômbia. Esse conjunto de documentos, alinhados com o Plano Nacional de Desenvolvimento 2022-2026, detalha os compromissos e ações para alcançar o ambicioso objetivo de ter 50% do suprimento energético do país proveniente de fontes renováveis até 2030.

Transição Energética Justa: eixos e princípios

A Transição Energética Justa (TEJ) é um objetivo fundamental do governo colombiano. A meta é avançar para o uso de energias sustentáveis, garantir a soberania energética e assegurar o acesso à energia para todos os cidadãos, além de enfrentar o desafio das mudanças climáticas.

A Transição Energética Justa se baseia em quatro princípios:

  • Equidade: a TEJ busca democratizar o acesso e a gestão dos recursos energéticos com modelos associativos que garantam preços justos. Além disso, fundamenta-se no respeito aos ecossistemas e em uma gestão energética que minimize o impacto na sociedade e no meio ambiente.
  • Gradualidade, soberania e confiabilidade: o objetivo é substituir gradualmente as fontes de energia poluentes por alternativas mais limpas, como as renováveis. A meta é diversificar a matriz energética, alcançar a autossuficiência energética nacional e garantir um fornecimento confiável que atenda à crescente demanda interna.
  • Participação social vinculante: incentiva a criação de comunidades energéticas baseadas em características culturais, étnicas, territoriais e produtivas, para que os cidadãos participem como consumidores e geradores na cadeia de valor elétrica.
  • Transição energética intensiva em conhecimento: a transição deve ser guiada por critérios científicos, técnicos e sociais a fim de garantir sua eficiência, sustentabilidade e justiça, e para evitar efeitos prejudiciais à sociedade e ao meio ambiente.

Esses princípios visam garantir que a TEJ seja justa, equitativa e sustentável, e que ninguém fique para trás no processo da mudança energética.

Rota da Transição Energética Justa

Em um documento dividido em quatro partes, o Ministério de Minas e Energia da Colômbia apresenta uma estratégia detalhada para alcançar uma Transição Energética Justa.

Além disso, comprometido com a transparência e a inclusão, o governo convidou a população a participar do desenvolvimento dessas políticas. Para isso, ofereceu esses documentos à opinião pública, permitindo que os cidadãos fizessem observações, comentários e propostas em um formulário, cujo prazo terminou em 24 de setembro de 2023.

Após o encerramento desse período, trabalha-se em uma nova versão dos documentos, que incorporará as contribuições das comunidades.

Os quatro componentes do roteiro incluem:

  1. Sistematização dos diálogos sociais nacionais

Os resultados das 27 sessões de consulta social e cidadã sobre a estratégia e os objetivos da transição energética são registrados, com a participação de mais de 2.000 pessoas. Essa participação é crucial para que a transição energética seja justa e equilibrada, e para que considere as necessidades e expectativas da sociedade.

  1. Diagnóstico base para a TEJ

O contexto da transição energética na Colômbia é descrito. Estrutura-se em várias seções: uma introdução à Transição Energética Justa, as tendências globais da transição energética e suas implicações para a Colômbia, e o marco normativo do projeto. Também aborda o crescimento das energias renováveis e sua importância na transição energética.

  1. Cenários nacionais para a TEJ

Aqui, o foco é identificar as ações-chave para realizar uma transição energética justa na Colômbia até 2050. Vários eixos estratégicos voltados ao setor industrial são abordados, incluindo a transição para energéticos de baixas e zero emissões, o desenvolvimento e a promoção de políticas públicas para impulsionar a eficiência energética e o incentivo à reindustrialização.

O documento também considera variáveis econômicas como o PIB e a intensidade energética (a relação entre consumo de energia e atividade econômica). Além disso, as estratégias e os planos relacionados à mobilidade sustentável e elétrica, o desenvolvimento ferroviário e a estratégia climática de longo prazo da Colômbia para cumprir o Acordo de Paris são apresentados.

  1. Potencial energético subnacional e oportunidades de descarbonização em usos de energia final

O documento aborda temas como a demanda de energia no setor industrial, a participação e os principais usos dos energéticos na indústria, a eficiência energética e os distritos energéticos no setor industrial.

Ele também aborda a descarbonização da indústria; para isso, propõe-se substituir os combustíveis fósseis por matérias-primas com baixo teor de carbono ou sem carbono, como os Padrão de Combustível de Carbono Baixo (LCFS, sigla em inglês). Nesse sentido, propõe-se o uso de combustíveis e matérias-primas flexíveis ou à base de hidrogênio, biocombustíveis, alimentos, energia solar, nuclear e geotérmica.

Programas Estratégicos para a Transição Energética Justa

Após a apresentação do roteiro, o plano é executar uma série de programas para avançar na transição energética. De acordo com o documento apresentado pelo Ministério de Energia, os programas são os seguintes:

  1.  Comunidades Energéticas

Projetos de energia solar, eólica e bioenergia serão incentivados para abastecer comunidades energéticas. Além disso, serão criados distritos energéticos industriais.

  1. Expansão das Energias Renováveis

A interconexão elétrica nacional e regional na América Latina será promovida, juntamente com o desenvolvimento de tecnologias de energia solar, eólica, bioenergia, geotérmica, pequenas centrais hidrelétricas e sistemas de armazenamento de energia. O desenvolvimento do hidrogênio verde e a produção de amônia e fertilizantes verdes também serão promovidos.

  1. Gás Natural para a Transição Energética

Serão desenvolvidas infraestrutura de suporte para o gás natural e seu fornecimento, juntamente com a implantação de tecnologias de captura, uso e armazenamento de carbono (CCUS).

  1. Mobilidade Sustentável

Serão promovidos o transporte terrestre de massa, o transporte fluvial e o uso de biocombustíveis avançados para o transporte marítimo e a aviação.

  1. Eficiência Energética

Serão implementadas medidas para melhorar a eficiência energética em todos os setores econômicos e para os usuários finais.

  1. Intensificação do Conhecimento e da Indústria Nacional no Setor Minerador-Energético

Será criado o Instituto Nacional de Transição Energética, dedicado à pesquisa aplicada e ao desenvolvimento industrial, com núcleos regionais focados em energias renováveis, eficiência energética, implantação de hidrogênio e minerais estratégicos (principalmente, cobre).

Além disso, será promovida a indústria nacional vinculada à transição energética. Isso incluirá a criação de um quadro geral de qualificações específicas para a Transição Energética Justa, além de incentivar a prospecção e extração de minerais como cobre, lítio, níquel, cobalto, manganês e outros metais preciosos.

Esses minerais são considerados estratégicos devido ao seu papel no desenvolvimento de tecnologias associadas às energias renováveis não convencionais, como baterias, turbinas eólicas e painéis solares.

Além disso, o Plano Nacional de Geologia será consolidado para a tomada de decisões de investimento na extração de recursos do subsolo.

O Papel das Empresas de Energias Renováveis no Caminho para a TEJ

As energias renováveis desempenham um papel central no roteiro da Transição Energética Justa, dada sua capacidade de oferecer soluções sustentáveis e acessíveis aos desafios energéticos e climáticos do país.

As energias solar e eólica, por exemplo, não só reduzem a dependência dos combustíveis fósseis e as emissões de gases de efeito estufa como também promovem a soberania energética e o acesso democrático à energia, aspectos cruciais das políticas de transição energética da Colômbia.

Além disso, o custo das tecnologias de energias renováveis tem diminuído, e embora nem sempre sejam mais baratas, a redução de seus custos as tornam alternativas viáveis e atraentes em comparação aos combustíveis fósseis.

Nesse contexto, empresas como a Atlas Renewable Energy, com sua experiência no desenvolvimento, construção e operação de projetos de energia renovável na América Latina e Europa, se posicionam como fontes de conhecimento especializado no setor energético.

Sua participação na transição energética da Colômbia pode se manifestar de várias maneiras:

  • Desenvolvimento de Projetos: Com projetos de energia renovável que aproveitem o vasto potencial do país, a Atlas pode ajudar a aumentar a capacidade instalada de energias limpas na Colômbia.
  • Transferência de Conhecimento e Capacitação: Graças à sua ampla experiência internacional, a empresa pode capacitar a força de trabalho colombiana nas competências essenciais para a instalação e o manejo das energias renováveis. Ela também pode melhorar os padrões de trabalho em todas as fases dos projetos de energia renovável, superando as expectativas das entidades reguladoras locais, como a Autoridade Nacional de Licenças Ambientais (ANLA) da Colômbia.
  • Inovação e Tecnologia: A introdução de tecnologias inovadoras em eficiência energética e geração de energia renovável pode acelerar a transição energética, reduzir custos e aumentar sua acessibilidade. A Atlas Renewable Energy é pioneira na integração de baterias para o armazenamento de energia. A empresa espera alcançar 1 GW operacional até 2028 com uma combinação de energia solar, eólica e, de forma inovadora, baterias. Esse enfoque não só destaca sua liderança na adoção de tecnologias avançadas, mas também reflete seu compromisso com o desenvolvimento sustentável e a eficiência energética.
  • Colaboração com as Comunidades Locais: Ao trabalhar de perto com as comunidades onde opera, a Atlas pode garantir que os projetos de energia renovável se desenvolvam de maneira sustentável e com benefícios compartilhados. Um aspecto crucial desse enfoque é o relacionamento precoce com as comunidades, mesmo antes do início da construção dos projetos, uma prática que a Atlas realiza para se integrar harmonicamente como um ‘novo vizinho’. Essa abordagem antecipada permite à empresa entender as dinâmicas comunitárias e adquirir a licença social necessária para operar.

 Impacto do Roteiro da TEJ nas Empresas Colombianas: Desafios e Oportunidades

O roteiro da Transição Energética Justa (TEJ) na Colômbia e sua futura implementação podem ter um impacto positivo nas empresas do país. Veja abaixo alguns desses benefícios:

  • Oportunidades de Investimento em Energias Renováveis [H3]

A expansão planejada das energias renováveis, como solar, eólica, bioenergia, geotérmica e pequenas centrais hidrelétricas, abre oportunidades de investimento para empresas nacionais e internacionais no setor energético e promete transformar radicalmente a matriz energética do país.

À medida que aumenta o investimento nesses projetos, a capacidade de geração de energia renovável se expande. Isso ajuda a diversificar a oferta energética e a reduzir os custos associados à sua produção e consumo.

Esse incremento na capacidade e a consequente redução de custos abrem portas para que mais empresas, desde grandes corporações até empresas de médio porte, possam se comprometer a comprar energia renovável por meio de Acordos de Compra de Energia (PPA, sigla em inglês). Além disso, o fluxo de investimentos em energias limpas promove um mercado energético mais competitivo e sustentável, impulsionando a Colômbia em direção a um futuro de baixas emissões de carbono.

  • Promoção da Indústria Nacional

O plano inclui a promoção da indústria nacional relacionada à transição energética, o que pode impulsionar o desenvolvimento de empresas locais em áreas como fabricação de componentes, e construção e operação de projetos renováveis. Isso pode criar novas cadeias de valor e oportunidades de negócios para as empresas colombianas.

Adicionalmente, os projetos de energia renovável ativam significativamente a economia local, desde a construção (que demanda mão de obra, materiais, serviços de alojamento e alimentação), até a operação (que promove a empregabilidade local mediante capacitações em manutenção e supervisão).

Esse dinamismo não só enriquece as comunidades locais, como também fortalece a licença social, criando uma base sólida para o desenvolvimento sustentável e a participação comunitária.

  • Acesso a Incentivos Tributários

O governo oferece diversos incentivos tributários para promover as energias renováveis. Esses incentivos são regulados pela Lei 1715 de 2014 e se aplicam a projetos de energia solar, biomassa, eólica, geotérmica e outros tipos de energias renováveis.

Alguns desses incentivos incluem a dedução especial no imposto de renda, a isenção de IVA para a aquisição de bens e serviços usados em projetos de energia renovável, e a isenção do imposto de importação para equipamentos, maquinário e serviços nacionais ou importados destinados à produção e utilização de energia renovável.

  • Desenvolvimento de Infraestrutura e Redes Inteligentes

A interconexão elétrica nacional e regional, assim como a implantação de sistemas de armazenamento de energia, podem exigir que as empresas adaptem suas operações e sistemas às novas redes elétricas inteligentes e à integração de fontes renováveis de energia.

  • Desenvolvimento de Novas Tecnologias e Conhecimento

A criação do Instituto Nacional de Transição Energética pode promover a pesquisa e o desenvolvimento de novas tecnologias relacionadas com as energias renováveis, a eficiência energética e o hidrogênio verde. Isso pode criar oportunidades para que as empresas colombianas entendam, invistam e participem da transformação energética do país.

 Conclusões

Transitar para as energias limpas na Colômbia é muito mais do que mudar a geração de energia: é uma grande oportunidade para construir um futuro onde o crescimento econômico e a proteção ambiental andam de mãos dadas.

Com a Transição Energética Justa, o país não só busca reduzir sua dependência dos combustíveis fósseis e combater a mudança climática com também traça um caminho para um desenvolvimento mais justo e sustentável.

Esse esforço para mudar a forma como se produz e se consome energia implica uma grande aposta na inovação e no crescimento verde para assegurar que os colombianos tenham acesso a energia limpa e confiável. É um grande desafio, mas também uma oportunidade única para que a Colômbia se posicione como líder em sustentabilidade no cenário global.

A colaboração entre governo, indústria, comunidades e indivíduos é fundamental para realizar essa visão. Empresas com experiência em energias renováveis, como a Atlas Renewable Energy, têm um papel crucial, pois podem aportar seu conhecimento e capacidade para desenvolver projetos que não são só verdes, mas também economicamente viáveis.

À medida que avança nesse caminho, a Colômbia trabalha por um futuro mais limpo, mas também impulsiona sua economia, cria empregos em novas indústrias e assegura um ambiente mais saudável para as próximas gerações.

Este artigo foi criado em parceria com a Castleberry Media. Na Castleberry Media, estamos dedicados à sustentabilidade ambiental. Ao comprar Certificados de Carbono para o plantio de árvores, combatemos ativamente o desmatamento e compensamos nossas emissões de CO₂ três vezes mais.

A Colômbia está enfrentando uma das secas mais severas da sua história, interrompendo o fornecimento de eletricidade e elevando os preços da energia – uma crise que exige a integração massiva de energia eólica e solar.

O fenômeno El Niño precipitou uma seca alarmante em toda a Colômbia. O impacto foi tão severo que, no início de abril, as autoridades em Bogotá iniciaram um plano de racionamento de água potável para determinadas áreas. Os níveis dos reservatórios, que mal ultrapassam 32% em comparação com 70% em dezembro de 2023, estão entre os mais baixos em quatro décadas, prejudicando significativamente a capacidade de produção de energia. A rede elétrica do país é composta por 66,3% de energia hidrelétrica, seguida por 31,2% de usinas termelétricas, enquanto as energias renováveis não convencionais representam apenas 2,5%: 2,4% de energia solar fotovoltaica e 0,1% de energia eólica.

Em resposta, o governo implementou 15 medidas urgentes para evitar apagões, incluindo o monitoramento e controle das usinas, a promulgação de regulamentações específicas para incentivar a produção de eletricidade, a melhoria do fluxo de caixa para os varejistas, a proteção dos usuários finais contra aumentos de preços, a expansão da capacidade de geração com fontes térmicas e renováveis não convencionais adicionais (1.029 MW em teste, dos quais 31,9 MW são eólicos e 997,1 MW são solares) e a promoção da conservação de energia. A suspensão das exportações de eletricidade para o Equador foi outra medida adotada.

A situação é agravada pela crescente demanda por eletricidade, que aumentou 7,5% em março em comparação ao mesmo mês do ano passado, triplicando a taxa média de crescimento anual de 2,5%. Esse aumento é impulsionado por um incremento de 10,5% no consumo na região do Caribe, que tem sofrido com as altas temperaturas provocadas pelo El Niño, exigindo mais uso de energia para refrigeração.

Os atuais níveis de precipitação permitem a geração de apenas 60 GWh de eletricidade por dia a partir da água, uma fração dos 232 GWh diários necessários para operar o sistema. Consequentemente, as usinas térmicas a diesel – uma das tecnologias mais poluentes e caras do sistema – devem ser utilizadas, contribuindo com mais 110 GWh. Os 60 GWh restantes necessários para atender à demanda são extraídos dos reservatórios, esgotando essas reservas.

Esse cenário provocou um aumento acentuado nos preços da energia. Segundo a XM, em março o preço médio na Bolsa de Energia foi de 622,33 pesos colombianos por kWh, um aumento de 8,56% em relação aos 573,22 pesos por kWh do mês anterior. Esse valor continua a subir, com o preço médio em abril alcançando 988,59 pesos por kWh, em comparação com 231,53 pesos por kWh em 2023.

Renováveis: uma matriz mais competitiva

O aumento nos preços da eletricidade prejudica diretamente a competitividade das empresas e indústrias, operando a custos mais altos, e a competitividade geral do país. Além disso, a dependência de usinas termelétricas mais caras e mais poluentes contradiz os compromissos ambientais. Na recente COP28, a Colômbia defendeu o Tratado de Não Proliferação de Combustíveis Fósseis, visando interromper todas as novas explorações de petróleo, carvão e gás natural e gradualmente eliminar a produção e o consumo atuais. Além disso, o país se comprometeu a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 51% até 2030 e alcançar a neutralidade de carbono até 2050.

Embora a matriz elétrica da Colômbia seja relativamente limpa devido à sua substancial contribuição hidrelétrica, fenômenos como o El Niño minam criticamente o fornecimento de eletricidade, exigindo o uso de fontes térmicas altamente poluentes e economicamente dispendiosas, como o diesel. Portanto, é imperativo que o país incorpore um volume maior de energias renováveis não convencionais em sua matriz energética, como a energia eólica e solar fotovoltaica, que estão entre as mais competitivas em termos de custo globalmente.

Um relatório de 2023 da Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA) indica que o custo nivelado médio global de energia (LCOE) para parques eólicos em 2022 foi de $33 por MWh (128 pesos por kWh), enquanto os projetos solares fotovoltaicos custaram uma média de $49 por MWh (191 pesos por kWh).

Assim, a Colômbia garantiu contratos para quase 3.000 MW de energia eólica e solar a preços abaixo de 200 pesos por kWh em dois leilões de energia renovável de longo prazo. Em outubro de 2019, 2.085 MW em 14 projetos foram concedidos a um preço médio de 95 pesos por kWh, e em 2021, outros 11 projetos totalizando 796,3 MW, todos solares fotovoltaicos, foram concedidos a um preço médio de 155,81 pesos por kWh. Apesar de uma Taxa de Confiabilidade adicional de cerca de 60 pesos por kWh, essa energia ainda é significativamente mais barata do que os mais de 900 pesos por kWh registrados em abril deste ano.

No entanto, apenas uma fração desses projetos entrou em operação devido a diversos impedimentos, principalmente a complexidade de obtenção das licenças ambientais necessárias.

Portanto, é crucial que a Colômbia acelere a diversificação de sua matriz elétrica a fim de garantir um sistema confiável capaz de fornecer energia limpa a preços competitivos, mesmo durante contingências como o El Niño.

Armazenamento como complemento às renováveis

Dada a sua riqueza em recursos eólicos e solares, a Colômbia poderia emergir como uma potência de energia renovável, atendendo toda a crescente demanda projetada de 263,4 GWh por dia até 2028, um aumento de 13,5% em relação ao consumo atual de 232 GWh/dia.

De acordo com o mapa de zonas adequadas para geração de energia eólica e solar desenvolvido pela Energética 2030, uma aliança interinstitucional liderada pela Universidade Nacional da Colômbia (UNAL) e composta por 11 organizações, incluindo universidades e empresas privadas, o país possui um potencial de 35.000 MW em energia eólica, com condições ótimas nas regiões do Caribe norte (departamentos de La Guajira, Magdalena e Atlântico), enquanto o potencial solar é praticamente incalculável devido à proximidade do equador, garantindo luz solar quase vertical durante todo o ano.

Com base nesse potencial, a Unidade de Planejamento Minero Energético (UPME) projetou um mapa de todos os projetos de energia atribuídos e aprovados, totalizando cerca de 23.500 MW, divididos em 16.329,71 MW fotovoltaicos, 3.991,5 MW eólicos, 1.018,54 MW térmicos e 2.527,55 MW hidrelétricos.

Essas plantas de energia estão previstas para entrar gradualmente em operação até 2032. Se concretizado, a energia solar na Colômbia saltaria dos atuais 2,5% da matriz elétrica para 40%, com capacidade operacional subindo de 486 MW para 16.815,71 MW, superando a energia hidrelétrica. A energia eólica representaria 9%, atingindo 4.009,92 MW.

Uma matriz elétrica tão diversificada reduziria drasticamente os preços da energia no mercado. A transformação seria tão profunda que surgiriam dois novos desafios, semelhantes aos enfrentados pelo Chile – um país com 44% de sua capacidade instalada em energia eólica e solar.

Primeiramente, durante as horas de pico de produção de energia renovável, os preços no mercado de energia caem para $0 por MWh em várias regiões. Embora isso seja benéfico para os consumidores, não é favorável para os desenvolvedores de projetos de energia que investem no desenvolvimento contínuo do sistema elétrico. Além disso, em outras horas sem geração renovável, os preços disparam, causando disparidades significativas de preços intradiários.

Em segundo lugar, o Chile enfrenta o desafio de gerenciar volumes substanciais de energias variáveis (eólica e solar fotovoltaica) que devem ser consumidas à medida que são geradas porque são não gerenciáveis. Ou seja, são geradas na presença de vento ou luz solar, respectivamente, e devem ser consumidas naquele momento. Isso leva a situações de “excesso” de energia onde muitas plantas devem reduzir a produção durante certas horas.

Para enfrentar ambos os desafios, o Chile está avançando com incentivos para armazenamento em baterias. Esta tecnologia permite armazenar excedentes de energia renovável e injetá-los na rede durante as horas de maior demanda, evitando cortes e distorções de preços, criando harmonia na rede elétrica.

Portanto, é essencial que a Colômbia adote medidas que facilitem a rápida incorporação de fontes de energia renovável não convencionais. Diversificar sua matriz elétrica com energia eólica e solar fotovoltaica garantirá o fornecimento e preços competitivos durante contingências climáticas.

Conclusão

A transição para energias renováveis permitirá que o país resista a fenômenos climáticos como o El Niño, que se intensificam a cada ano, e mitigue potenciais impactos no sistema elétrico decorrentes de novos eventos ou condições climáticas imprevisíveis causadas pela degradação ambiental.

Além disso, a mudança para energias limpas, como a eólica e solar fotovoltaica, incluindo a integração de armazenamento em baterias, permitirá que a Colômbia capitalize seus abundantes recursos renováveis, transformando seu sistema elétrico em um sistema mais resiliente, regulador de custos, atraente para investidores e com um caminho mais rápido para a descarbonização.

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