O cenário da transição energética no Brasil

No Brasil, a transição energética caminha a passos largos. Com o intuito de expandir o uso de fontes renováveis de energia e reduzir as emissões de gases poluentes, o país segue apostando em novas tecnologias, políticas públicas e investimentos no setor de energia. A seguir, vamos conhecer mais sobre a transição energética, seus desafios e perspectivas para o futuro.

Panorama atual da matriz energética brasileira

A matriz energética brasileira é considerada uma das mais limpas do mundo devido à diversidade de fontes renováveis que possui, uma característica que se fortalece a cada ano.

Segundo o mais recente Balanço Energético Nacional (BEN), em 2022, cerca de 47,4% de toda a energia consumida no Brasil era proveniente de fontes renováveis. Em 2021, esse percentual era de 45%.

Por outro lado, 52,6% da produção energética ainda é resultado da exploração de fontes não renováveis, como petróleo, gás natural e carvão mineral. 

Os dados mostram a evolução da transição energética, uma movimentação que está, aos poucos, fortalecendo e valorizando as fontes de energia sustentáveis.

Desafios e oportunidades na transição energética 

A posição privilegiada da energia hidrelétrica tem sido alvo de muitas reflexões entre especialistas do setor. Apesar do grande potencial para a produção desse tipo de energia, não é considerado viável que o país seja tão dependente de uma única fonte.

Além da dificuldade na criação de novas usinas, o período de seca reduz a produção energética e abre espaço para as fontes não renováveis, que elevam a produção de gases poluentes e ainda são muito fortes no segmento.

Esses percalços impediriam, a longo prazo, o fornecimento seguro e adequado de energia. Além disso, poderiam travar os avanços na busca pela implantação de ações mais sustentáveis.

Outro desafio é o alto consumo energético do setor de transporte, que chegou a 33%, primeira posição do ranking. Já a indústria consome cerca de 32%, de acordo com o levantamento, ocupando o segundo lugar.

No transporte, algumas estratégias para driblar esse impacto incluem o avanço da mobilidade elétrica com a adesão aos veículos elétricos e a ampliação do uso de biocombustíveis e hidrogênio verde em substituição aos combustíveis fósseis.

Já na indústria, o investimento em automação e em ativos mais eficientes são fatores importantes na gestão do consumo de energia. 

Apesar de todos os desafios encontrados, a transição energética avança, porém ainda longe do seu potencial máximo e na velocidade necessária para atingimento das metas de redução de emissões. O Brasil tem uma oportunidade única de liderar essa transição e ser o grande provedor de energia limpa para o mundo.

No setor privado, o investimento em sustentabilidade também é crescente. Segundo pesquisa divulgada pelo Portal da Indústria, 6 em cada 10 indústrias possuem um setor específico para tratar sobre sustentabilidade.

Além disso, 45% dos gestores afirmam que exigem de seus fornecedores certificados que atestem o seu compromisso com o meio ambiente.

Leia também: Licença social: a base para garantir uma transição energética justa

Políticas governamentais para transição energética 

Criado pelo Governo Federal em 2002, o Proinfa (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica) foi um dos primeiros programas de incentivo à produção de energia limpa. Ele acabou em 2014 e consistia na oferta de incentivos financeiros, linhas de crédito e custeio de pesquisas e projetos voltados para o segmento.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) desenvolve um papel importante na expansão da transição energética. De 2004 até 2022, o órgão já liberou cerca de U$ 35 bilhões em crédito como incentivo à produção de energia solar e eólica. 

A Atlas Renewable Energy recebeu o maior empréstimo em dólares fornecido pelo BNDES, de US$ 447,8 milhões. O valor vai ser usado para a construção da usina solar Vista Alegre, que evitará a emissão de 2,4 milhões de toneladas de CO2 durante seus 20 anos de operação. Saiba mais sobre essa parceria aqui.

Em 2015, o governo brasileiro sancionou a lei 13.097, que garantiu a isenção de impostos embutidos na comercialização de aerogeradores, dispositivos essenciais na produção de energia eólica. A medida foi importante para o avanço do setor.

O mercado livre de energia é uma medida mais recente que oferece ao consumidor a possibilidade de escolher o seu fornecedor através de livre negociação. É, sem dúvida, um dos propulsores atuais mais efetivos no estímulo à produção de energia renovável.

O desconto na Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (TUSD) e na Tarifa de Uso do Sistema de Transmissão (TUST) também é um importante incentivo. Ele é aplicado a consumidores especiais e livres, que compram energia elétrica diretamente de geradores ou comercializadores, não através da distribuidora local.

Esse desconto é um incentivo regulatório para promover a migração desses consumidores para o mercado livre de energia.

Energias renováveis em ascensão 

Apesar de ainda ser a maior fonte de energia elétrica, as hidrelétricas vêm ganhando a companhia de fontes renováveis como solar e eólica, que já representam 15,8% da geração no país.

Energia solar

A energia solar é um dos pilares da matriz energética brasileira e seus avanços são visíveis. Segundo dados do Ministério de Minas e Energia, atualmente, existem 18 mil usinas solares no Brasil.

A expansão dos parques solares fez com que a capacidade de produção chegasse a 37 Gigawatts em 2023. Atualmente, o país é o 6° maior produtor de energia solar em todo o mundo.

Consequentemente, o país experimenta uma redução na produção de GEE (Gases de Efeito Estufa), objetivo global, discutido e buscado incessantemente pelos grandes líderes mundiais.

Hoje, o Brasil ainda está entre os 10 países que mais produzem GEE, mas em uma posição melhor em comparação com anos anteriores. Estamos no 9° lugar, mas já estivemos entre os 5 maiores produtores de gases poluentes. Sem dúvidas, um progresso considerável e que ainda está em construção.

Energia eólica 

No Brasil, temos cerca de 954 usinas eólicas, de acordo com dados do Ministério de Minas e Energia. Sua participação na matriz energética chega a 2,3%, segundo o BEN de 2023.

A energia eólica tem um desempenho muito satisfatório na economia e deve acelerar ainda mais a transição energética, em razão do enorme potencial do país na produção de energia gerada pelo vento. Além disso, é uma fonte que está contribuindo para a redução de gases poluentes.

Transição energética e novas tecnologias

Os avanços em tecnologia têm sido fundamentais para impulsionar a transição energética, destacando-se novas soluções como o hidrogênio verde, o desenvolvimento de baterias avançadas e a eletrificação de processos industriais e da mobilidade.

O hidrogênio verde, produzido a partir de fontes renováveis como a energia solar e eólica, surge como uma alternativa promissora. Ele pode ser utilizado como combustível limpo em diversas indústrias, reduzindo significativamente as emissões de carbono. 

As baterias também têm evoluído rapidamente, tornando-se mais eficientes e acessíveis. Elas não apenas permitem o armazenamento de energia renovável para uso posterior, mas também são essenciais para a eletrificação de veículos e processos industriais.

A eletrificação de processos industriais é outro ponto-chave. Substituir combustíveis fósseis por eletricidade gerada a partir de fontes renováveis pode reduzir drasticamente as emissões de gases de efeito estufa. Por isso, novas tecnologias estão sendo integradas nas fábricas, promovendo uma produção mais limpa e eficiente.

Por fim, a eletrificação da mobilidade está transformando o transporte. Carros, ônibus, caminhões e trens elétricos estão se tornando cada vez mais comuns, impulsionados pela queda nos custos das baterias e pelo aumento da infraestrutura de recarga. Esses veículos não apenas reduzem a poluição do ar, mas também diminuem a dependência de combustíveis fósseis, contribuindo para uma matriz energética mais sustentável.

Além de aumentarem a sustentabilidade ambiental, essas tecnologias também apresentam vantagens econômicas e operacionais, contribuindo com a transição para uma economia de baixo carbono.

Leia também: Como as tecnologias inovadoras conduzem o futuro das energias renováveis

Perspectivas futuras para a transição energética

O Brasil possui condições favoráveis para ser uma potência mundial em energia verde, graças à sua vasta extensão territorial e abundantes recursos de vento e sol. Com esses atributos, o país tem o potencial de se estabelecer como o “green power house” do mundo, desenvolvendo uma indústria verde robusta e se tornando um fornecedor global de energia sustentável.

Para alcançar essa meta, o governo brasileiro planeja aumentar significativamente os investimentos em energias eólica e solar, visando que essas fontes renováveis representem 90% da expansão da geração de energia no país. Essa estratégia não apenas ajudará o Brasil a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa, mas vai melhorar sua posição nos rankings de produtores de GEE.

Além disso, o Brasil pode liderar novas indústrias emergentes, como a adoção de tecnologias de baterias e o desenvolvimento de hidrogênio verde.

A transição energética é uma transformação urgente, e o Brasil tem todas as condições para se destacar nesse cenário global, contribuindo para um futuro mais sustentável e competitivo.

Atlas Renewable Energy: soluções em energia limpa

A Atlas oferece diversas soluções para a produção e consumo de energia limpa, contribuindo para a transição energética tão almejada pelo Brasil e por outros países em todo o mundo.

Conheça as soluções que a Atlas pode oferecer para a transição energética do seu negócio.

Vista como solução por produtores de combustíveis fósseis, a captura de carbono não será suficiente para responder aos desafios climáticos globais. Mais do que gerenciar emissões, o mundo precisa de uma transição para fontes renováveis

O ano de 2023 foi o mais quente já registrado e 2024 caminha na mesma direção. Cientistas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas (IPCC) apontam que o mundo deve ultrapassar 2,8ºC de aumento de temperatura, até o fim do século, com as políticas atuais e pedem mais esforços para limitar o aquecimento a 1,5°C.

No centro do problema estão os combustíveis fósseis.

A queima de petróleo, gás e carvão lança na atmosfera toneladas de gases de efeito estufa. E quanto maior o consumo desses combustíveis, maior é a intensidade de emissões.

Para responder à crise climática que já está à porta, produtores investem em soluções de descarbonização, como captura e armazenamento de carbono. Mas isso não será suficiente para frear as emissões e o aquecimento do planeta. É preciso mudar as fontes de energia.

Por que há um limite na captura de carbono?

A tecnologia de captura e armazenamento de carbono (CCS, na sigla em inglês) é adotada por empresas de óleo, gás e carvão nas suas instalações para reduzir as emissões das operações. Algumas indústrias como cimento e aço, que precisam queimar muito combustível em seus fornos para gerar energia, também estudam a adoção do CCS como forma de mitigar seu impacto climático e fornecer produtos com menor pegada de carbono.

Mas segundo a Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês), o ritmo de implantação dos projetos de CCS está praticamente estagnado – a capacidade total segue em aproximadamente 40 milhões de toneladas há três anos.

No cenário da agência para que o mundo alcance emissões líquidas zero e limite o aquecimento a 1,5ºC, a capacidade de captura deveria alcançar cerca de 400 milhões de toneladas de CO2 até 2030, ou seja, ser 10 vezes maior já nos próximos seis anos. 

Além de não estarem no ritmo, há um outro problema: o CCS ataca as emissões da produção de combustíveis fósseis e apenas uma parte do consumo, nas grandes indústrias.

Mas é justamente o consumo que tem o maior impacto ambiental e ele está disperso: nas indústrias, mas também nos carros que circulam pelas ruas, nos aviões, navios e caminhões, na eletricidade que alimenta casas, comércios e produção agrícola.Para se ter uma ideia, o mundo emite cerca de 55 bilhões de toneladas de gases de efeito estufa por ano. A captura de carbono só consegue resolver uma pequena fração dessas emissões.

É caro e consome mais energia

Adotar o CCS também significa um alto investimento e consumo de energia. Esse é um dos principais motivos para os atrasos nos projetos ao redor do mundo.

Nos Estados Unidos, por exemplo, para viabilizar a integração da captura de carbono às usinas de combustíveis fósseis, a Lei de Redução da Inflação (IRA, em inglês) do presidente Joe Biden precisou turbinar o crédito fiscal em julho de 2023, para US$ 60/tonelada de CO2 utilizado na recuperação avançada de petróleo ou outras operações industriais e para US$ 85/t para CO2 armazenado permanentemente, de US$ 35/t e US$ 50/t, respectivamente, de acordo com a S&P Global.

Os custos da captura de carbono variam muito em relação ao tipo de atividade e à necessidade de energia que precisa ser consumida no processo: quanto menor for a concentração de CO2 no gás, maior será a procura de energia necessária para separar o CO2, resultando em custos mais elevados, explica um estudo do Instituto Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (IISD).

De acordo com o IISD, em centrais elétricas a carvão, indústrias de aço e cimento e na produção de hidrogênio, os fluxos de CO2 são mais diluídos, o que aumenta o consumo de energia e eleva o custo de captura.

Se a energia usada no processo for fóssil, há também uma emissão de CO2.

Rumo à transição para renováveis

Em dezembro de 2023, a 28ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP28) deu o tom de como deve ser a matriz energética do futuro.

Os mais de 190 países membros da conferência concordaram em triplicar a participação de renováveis no mix global de energia até 2030, e fazer uma transição para longe dos combustíveis fósseis.

Já estamos a caminho. Fontes como solar fotovoltaica e eólica, e soluções como veículos elétricos estão batendo recordes de expansão: em 2023, a capacidade de energia renovável adicionada aos sistemas energéticos em todo o mundo cresceu 50%, atingindo quase 510 gigawatts (GW), com a energia solar fotovoltaica representando 3/4 das adições em todo o mundo. 

Estimativas da agência também indicam que o consumo de combustíveis fósseis deve atingir o pico antes de 2030, com a participação das de fontes limpas na geração de eletricidade se aproximando de 50%, em comparação com cerca de 30% em 2023.

Essa mudança chegará a todos os setores econômicos, inclusive aqueles que mais dependem dos fósseis.

Isso porque a combinação de energia renovável, eficiência energética e eletrificação das operações tem potencial de reduzir em mais de 90% as emissões de CO2 necessárias para que a indústria cumpra suas metas até 2050, calcula o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

O Brasil tem ótimos exemplos de como a parceria entre empresas intensivas e geradores de energia renovável pode promover uma verdadeira transformação. Os benefícios são ambientais, econômicos e sociais.

Um deles vem da parceria da Atlas Renewable Energy com a  Hydro Rein e Albras, maior produtora de alumínio primário do Brasil. Com a formação de uma joint venture para desenvolver, construir e operar a usina solar Boa Sorte (438 MW) no estado de Minas Gerais, as empresas adicionam capacidade renovável no Brasil ao mesmo tempo em que tornam a produção de alumínio mais sustentável.

Com um investimento estimado em US$320 milhões, a Albras firmou um PPA em dólar, no modelo de autoprodução, para o fornecimento anual de 815 GWh de 2025 a 2044 e para suprir parte do seu consumo de energia.

A energia prevista para ser gerada pelo parque evitará a emissão de 154 mil toneladas de CO2 por ano, o que equivale a tirar mais de 61,8 mil carros movidos a gasolina e diesel das ruas.

Mais do que gerar energia, esses empreendimentos renováveis também promovem desenvolvimento econômico nas regiões onde são instalados, contratando profissionais e fornecedores locais, além de promover projetos de capacitação e inclusão.

Descarbonização com hidrogênio verde

Outra forma de aproveitar o potencial renovável de um país como o Brasil na descarbonização da indústria é através da produção de hidrogênio verde, produzido a partir da eletrólise de água com energias como solar e eólica.

Ao redor do mundo, com destaque para a América Latina, países desenham seus planos para estabelecer uma cadeia de valor e desenvolver clusters industriais onde será produzido e consumido o novo energético.

O hidrogênio verde é uma das formas mais eficientes de armazenar a energia que é produzida pelos parques solares e eólicos e seu potencial de aproveitamento pela indústria vai desde a produção de combustíveis sustentáveis como SAF (aviação), amônia e metanol verde (transporte marítimo), como fertilizantes, aço e alumínio verdes.

Na siderurgia, por exemplo, uma pesquisa da BloombergNEF calcula que o uso de hidrogênio verde nos fornos pode ser a opção mais barata para a obtenção de aço com zero emissões em 2050.

O Brasil é um dos candidatos. Sua matriz elétrica com cerca de 83% de participação renovável é todo o seu potencial eólico e solar tornam o país atrativo para o desenvolvimento de cadeias industriais mais verdes e competitivas.

Um futuro de oportunidades

Descarbonizar a economia global, dependente de combustíveis fósseis, não será fácil. É um desafio que precisa ser encarado com seriedade e pesar os prós e contras de cada opção tecnológica.

Soluções como a captura e armazenamento de carbono terão seu lugar, mas devem ser observadas com os pés no chão, sem desviar o foco para o que realmente vai modificar o consumo de energia.

A demanda por energia vai continuar crescendo e precisamos atendê-la com eficiência, preços baixos e sustentabilidade. Por isso, a expansão renovável é um caminho sem volta: é o que o mundo dispõe de mais eficaz com as tecnologias e recursos naturais acessíveis hoje.

Este artigo foi criado em parceria com a Castleberry Media. Na Castleberry Media, estamos dedicados à sustentabilidade ambiental. Ao comprar Certificados de Carbono para o plantio de árvores, combatemos ativamente o desmatamento e compensamos nossas emissões de CO₂ três vezes mais.

E

O Acordo de Dubai propõe triplicar a instalação de energia renovável até 2030. As empresas serão fundamentais no cumprimento das metas de descarbonização com contratos de aquisição de energia (PPAs) limpos e a preços competitivos.

Na última Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 28), realizada de 30 de novembro a 12 de dezembro de 2023 em Dubai, Emirados Árabes Unidos, 198 países assinaram o Acordo de Dubai. No documento final, pela primeira vez, foi explicitado o papel dos combustíveis fósseis: estabelece-se o “início do fim” da era dessas fontes de energia poluentes.

Durante a conferência, foi acordado triplicar a capacidade global de energia renovável para 11 terawatts e dobrar (de 2 para 4%) a taxa média anual de melhoria da eficiência energética até 2030; Além disso, também foi acordado acelerar a diminuição do uso de carvão para produzir energia, substituí-lo por tecnologias de zero e baixa emissão e acelerar a descarbonização por meio da rápida adoção de veículos com emissão zero e baixa.

O acordo também compromete os países signatários a eliminar os subsídios aos combustíveis fósseis que não abordam a pobreza energética nem as transições justas, e a acelerar as ações nesta década para alcançar emissões líquidas zero até 2050.

No entanto, nenhum acordo específico foi alcançado sobre a redução do uso de petróleo, gás ou carvão, levantando dúvidas sobre a eficácia dos compromissos, que devem apoiar a meta estabelecida no Acordo de Paris, que determina limitar o aquecimento global a 1,5°C até o final do século. 

O Pacto Global da ONU estima que alcançar essa meta exigiria reduzir as emissões globais de gases de efeito estufa em 43% até 2030 e em 60% até 2035 em relação às emissões de 2019, e atingir emissões líquidas zero de dióxido de carbono até 2050.

No entanto,  a organização norte-americana sem fins lucrativos World Wildlife Fund (WWF) alertou que, conforme as últimas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) apresentadas pelos países, projeta-se uma redução de apenas 14% até 2030, três vezes menos do que o necessário. Estes dados revelam o desafio colocado pelo ritmo proposto de descarbonização.

Além disso, a OPEP espera que o consumo de petróleo aumente nos próximos anos. Ele estima que em 2024 o mundo consumirá 2,2% a mais do que em 2023, ou seja, uma média de 104,4 milhões de barris por dia, ante 102,1 milhões em 2023.

Para os Estados Unidos, os analistas da OPEP preveem uma taxa de crescimento do consumo de petróleo de 1% em 2024 e 1,5% em 2025, enquanto para a zona euro estimam um aumento de cerca de 0,5% e 1,2%, respetivamente.

A China, um dos maiores consumidores mundiais de petróleo, que requer entre 15 milhões e 16 milhões de barris de petróleo bruto por dia, não só está a produzir petróleo em quantidades recordes, como também o está a importar a um ritmo sem precedentes, revelando uma estratégia clara de acumulação de reservas para os próximos anos.

A necessidade de financiamento

Uma das principais discussões na COP 28 girou em torno do financiamento para impulsionar a luta contra as mudanças climáticas.

Nesse sentido,  o Fundo Verde para o Clima (GCF) recebeu um novo impulso:  seis países se comprometeram a colaborar em seu financiamento, elevando o total de um recorde de US$ 12,8 bilhões em promessas de financiamento de 31 países, também são esperadas novas contribuições. 

Além disso, oito governos anunciaram US$ 174 milhões em doações ao Fundo para Países Menos Desenvolvidos e ao Fundo Especial para Mudanças Climáticas; contribuições adicionais para o Fundo de Adaptação no valor de quase US$ 188 milhões também foram prometidas.

No entanto,  a ONU alerta que ainda está longe dos bilhões de dólares necessários para apoiar os países em desenvolvimento na transição para a energia limpa. Para garantir esse financiamento, o Pacto Global destaca a importância de reformar a arquitetura financeira multilateral e acelerar a criação de novas e inovadoras fontes de financiamento. 

A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), em seu estudo intitulado “Economia das Mudanças Climáticas na América Latina e no Caribe 2023: Necessidades de Financiamento e Ferramentas Políticas para a Transição para Economias de Baixo Carbono e Resilientes ao Clima”, indica que o cumprimento dos compromissos de ação climática requer um investimento entre 3,7% e 4,9% do PIB regional por ano até 2030. Para efeito de comparação, em 2020 o financiamento climático na América Latina e no Caribe foi de apenas 0,5% do PIB regional. Portanto, fechar a lacuna de financiamento climático requer aumentar a mobilização de recursos nacionais e internacionais em sete a dez vezes.

A contribuição do setor privado para a transição energética

O apoio financeiro ao setor privado pode ser uma opção para impulsionar a descarbonização. O objetivo é que as empresas geradoras de energia limpa avancem com os seus projetos e ofereçam fornecimento de eletricidade renovável a preços competitivos. Instrumentos como o Fundo Verde para o Clima, linhas de crédito verde de bancos ou a emissão de títulos verdes podem ser usados para esse fim.

Nesse sentido, em 2021 a Atlas Renewable Energy obteve 253 milhões de dólares em formato de título verde, o que lhe permitiu desenvolver o seu projeto ‘Ananuca Financing’, que refinanciou a Usina Solar Javiera (69,5 MW) e promoveu a construção do Projeto Solar Sol del Desierto (230 MW), ambos no Chile. A planta de Javiera fornece energia limpa para 15% das necessidades energéticas de uma das minas da Antofagasta Minerals (AMSA), uma das maiores empresas de cobre do mundo. 

Outro caso emblemático é o da Albras, maior produtora de alumínio primário do Brasil. Em novembro passado, a empresa recebeu o maior financiamento em dólares do BNDES para o maior PPA solar da América Latina com a Atlas Renewable Energy: a partir de 2025, e por 21 anos, a fabricante receberá energia limpa e competitiva da usina solar Vista Alegre, de 902 MWp, o que evitará a emissão de 2,4 milhões de toneladas de CO₂. Como ponto de comparação, a energia contratada entre a Atlas Renewable Energy e a Albras é suficiente para abastecer mais de três milhões de pessoas.

Ambos os casos têm a ver com uma tendência que vem crescendo ano após ano no mundo. Conforme a BloombergNEF, em 2022 empresas privadas e instituições públicas assinaram contratos recordes de fornecimento de energia (PPAs): 36,7 GW, 18% a mais do que em 2021.

A BloombergNEF observa que, desde 2008, 167 organizações celebraram acordos de PPA em 36 mercados em todo o mundo para 148 GW de energia limpa, um número significativo que excede a capacidade total de geração de energia da França.

Entre as organizações que assinaram acordos de energia limpa em 2022, a Amazon lidera a lista, com 10,9 GW de PPAs assinados, seguida por Meta (2,6 GW), Google (1,6 GW) e Microsoft (1,3 GW), ilustrando a necessidade de as empresas de tecnologia obterem energia limpa e competitiva para atender à sua crescente demanda por eletricidade.

Nas Américas, os contratos assinados aumentaram 18%, para um recorde de 24,1 GW, com aumentos nos EUA e na América Latina.

Portanto, promover maiores linhas de financiamento para que as empresas possam embarcar rapidamente no seu caminho para a descarbonização será fundamental para reverter as mudanças climáticas. Ao mesmo tempo, é necessário que os países ofereçam melhores incentivos e condições para o investimento.

Por outro lado, em 2022, os subsídios aos combustíveis fósseis dispararam para US$7 bilhões históricos. Estima-se que a eliminação dos subsídios aumentaria as receitas públicas em 4,4 bilhões de dólares, além de tornar as energias poluentes menos competitivas em relação às limpas.

Consoante o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o setor energético global é responsável por 73% das emissões anuais de gases de efeito estufa, quando as emissões anuais de dióxido de carbono relacionadas à energia devem diminuir em 70% até 2050. Nesse sentido, as energias renováveis, a eficiência energética e um aumento substancial da eletrificação podem proporcionar mais de 90% da redução necessária das emissões de poluentes.

O desafio das próximas cimeiras

Os próximos dois anos serão cruciais. Na COP29, no Azerbaijão, os governos devem definir uma nova meta de financiamento climático que reflita a escala e a urgência do desafio ambiental. E na COP30, que será sediada pelo Brasil, eles devem vir preparados com novas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs).

“Devemos começar a trabalhar para implementar plenamente o Acordo de Paris”, disse Simon Stiell, secretário-executivo de Mudanças Climáticas da ONU. Stiell lembrou que “até o início de 2025, os países devem apresentar novas Contribuições Nacionalmente Determinadas. Todo e qualquer compromisso sobre finanças, adaptação e mitigação deve nos alinhar com um mundo de 1,5 grau.

Conclusão

A COP28 estabeleceu metas resumidas por seus protagonistas como “o começo do fim” da era dos combustíveis fósseis, que envolve, entre outras medidas, triplicar a capacidade de geração de energia renovável. Mas para que a transição energética corra a tempo, como exigem as metas ambientais, será fundamental aumentar vigorosamente o financiamento global para energia limpa. 

Com esse financiamento, as empresas poderão acessar empréstimos de longo prazo e taxas baixas que lhes permitirão desenvolver projetos de geração de energia renovável. Isto incentivará mais empresas consumidoras de energia a celebrar contratos de fornecimento (CAE) a preços competitivos.

O compromisso das empresas públicas e privadas com a descarbonização é uma tendência que cresce ano a ano, mas a aceleração da descarbonização dependerá dos incentivos, regras e condições estabelecidas pelos governos.

Este artigo foi criado em parceria com a Castleberry Media. Na Castleberry Media, estamos dedicados à sustentabilidade ambiental. Ao comprar Certificados de Carbono para o plantio de árvores, combatemos ativamente o desmatamento e compensamos nossas emissões de CO₂ três vezes mais.

A Inteligência Artificial transforma as energias renováveis: modelos preditivos de alta precisão, novas formas de monitoramento e diagnóstico, melhorias no armazenamento de energia e redução de custos são apenas o começo.

A inteligência artificial (IA) tem a capacidade de realizar análises complexas e tomar decisões rápidas e precisas com grandes quantidades de dados em tempo real.

Os benefícios da IA se estendem a diversos setores. Um deles é o das energias renováveis. Para esse setor, a IA fornece informações relevantes para o desenvolvimento, construção, operação e manutenção de projetos.

Graças aos algoritmos de aprendizado de máquina e à crescente capacidade de cálculo dos sistemas de computação, cinco áreas-chave de parques eólicos e usinas fotovoltaicas foram aprimoradas

  • Projeto de modelos preditivos de geração de energia. 
  • Monitoramento e diagnóstico da operação
  • Desempenho e eficiência. 
  • Armazenamento e distribuição de energia com baterias.
  • Redução de custos.

A IA melhora o desempenho dos ativos de energias renováveis, tornando os processos mais rápidos e eficientes. O resultado são preços mais competitivos e uma oferta de energia limpa confiável para geradores e clientes.

 Modelos preditivos

A Atlas Renewable Energy utiliza inteligência artificial principalmente na operação e manutenção (O&M) de suas plantas de energias renováveis.

De fato, a IA ajuda a desenvolver modelos preditivos que visam prever a quantidade de energia que uma usina eólica ou solar fotovoltaica pode gerar.

As fontes de energia renovável são intermitentes: a eletricidade é produzida apenas se houver vento ou sol. Portanto, é fundamental prever o volume de energia que uma central poderia gerar. Entre outros benefícios, essa previsão garante o cumprimento dos contratos de fornecimento (PPA).

Thiago Girard, gerente de projetos de inovação da Atlas Renewable Energy, explica que machine learning e deep learning são utilizados para projetar modelos de geração de energia que permitem detectar falhas nos equipamentos e prever resultados com margens de erro muito baixas.

Atualmente, a Atlas pode fazer previsões de geração com uma precisão superior a 95%. Para isso, utiliza sistemas de dados que se adaptam às mudanças a uma velocidade muito maior do que os métodos convencionais. “Isso garante maior eficiência e produtividade de nossos ativos”, diz Girard.

Monitoramento e diagnóstico

A inteligência artificial também melhora o monitoramento e o diagnóstico da operação da usina. Para isso, são realizadas medições em tempo real para identificar as variações sazonais, diurnas e anuais.

A IA aplicada no monitoramento e diagnóstico reduz a necessidade de realizar inspeções físicas em locais complexos, como a gôndola de uma turbina eólica instalada a uma altura de mais de 100 metros. 

Usando sensores e dispositivos de coleta de dados instalados em usinas de energias renováveis, os algoritmos de IA podem analisar continuamente o desempenho dos equipamentos. Essa capacidade de monitoramento remoto economiza tempo, reduz custos e aumenta a segurança, minimizando a exposição dos técnicos a ambientes perigosos.

Uma das técnicas de monitoramento é a manutenção preditiva. Assim como a modelagem preditiva (que permite prever as flutuações na geração de energia), a manutenção preditiva utiliza a análise de dados para prever a ocorrência de anomalias no funcionamento e possíveis defeitos nos equipamentos e processos.

A inteligência artificial não é empregada apenas no monitoramento dos equipamentos, suas aplicações no diagnóstico de falhas também são notáveis. 

Por exemplo, usando sistemas de inteligência artificial, a empresa Suncast detectou que a usina solar São Pedro, da Atlas, no Brasil, sofria uma perda anual de 3,6% de energia devido à sujeira nos painéis. Quando os cronogramas de limpeza foram ajustados de acordo com o diagnóstico feito com IA, a Suncast conseguiu aumentar a produção em 0,7%, equivalente a 1.000 MWh por ano, de acordo com o estudo premiado no desafio “Atlas Open Innovation Challenge”.

Melhor desempenho e eficiência

Ao monitorar e analisar dados continuamente, a inteligência artificial pode otimizar o desempenho e a eficiência de turbinas ou painéis eólicos.

De fato, os algoritmos de IA podem ajustar as configurações dos equipamentos em tempo real e fazê-los operar em alta capacidade, aumentando assim a produção de energia. Além disso, os programas de manutenção otimizados minimizam o tempo de inatividade e maximizam a disponibilidade dos equipamentos.

“Os sistemas orientados por dados são extremamente adaptáveis e se ajustam às mudanças em um ritmo muito mais rápido do que os métodos convencionais. Isso garante uma maior eficiência e produtividade de nossos ativos”, resume Girard.

A IA também oferece benefícios quando empregada no funcionamento do sistema elétrico, pois evita perdas de energia elétrica renovável (também chamadas de derramamento ou curtailments). Este fenômeno ocorre quando, em certas horas do dia, há um excesso de eletricidade que o sistema não consegue utilizar. 

“A integração de geradores de energia renovável no sistema automático de controle de oferta e demanda reduziria os custos de energia em geral e melhoraria a eficiência dessae geradores”, diz Girard.

O Chile, por exemplo, é um dos países da América Latina com maior utilização de energias renováveis variáveis em sua matriz elétrica. Assim, a energia solar fotovoltaica é a principal fonte de geração (25%), e a eólica é a terceira (13%), sendo apenas superada pelo carvão (14%). 

Em outubro de 2023, o Chile teve descargas de energias renováveis de 307,8 GWh, com um acumulado em 2023 de 1.493 GWh, de acordo com o último boletim divulgado pelas geradoras. O que ocorreu em outubro de 2023 representou um aumento de 93% em relação a outubro do ano anterior, quando a energia solar diminuiu 146,8% e a eólica 22,4%.

A IA pode ser a resposta para essas falhas de desempenho. Por um lado, melhora a eficiência, pois os algoritmos de IA podem otimizar a geração, transmissão e distribuição de energia, reduzir perdas e melhorar a eficiência geral da rede.

Por outro lado, a IA reduz os custos. Ao minimizar as perdas de energia e otimizar a alocação de recursos, a IA pode ajudar a reduzir as despesas operacionais das operadoras de redes e, em última instância, reduzir as tarifas de energia dos clientes.

A detecção de anomalias e a manutenção preditiva feitas com IA também podem ajudar a identificar falhas na rede, garantindo um fornecimento de energia confiável e ininterrupto.

Armazenamento e custos mais baixos

As baterias são uma das principais tecnologias para minimizar o desperdício e superar os riscos da intermitência energética. A inteligência artificial pode otimizar os sistemas de acordo com variáveis como demanda, preço e recursos.

A IA pode ajudar a otimizar as operações dos sistemas de armazenamento de energia renovável: por meio do uso de análises preditivas, pode-se prever a demanda de energia e distribuir a energia armazenada em horários mais convenientes.

A IA também possibilita o monitoramento do desempenho e da eficiência dos sistemas de armazenamento e a detecção de possíveis problemas. Como resultado, os custos operacionais podem ser reduzidos e a velocidade e a precisão da manutenção e do reparo podem ser melhoradas.

Da mesma forma, a inteligência artificial pode ajudar a reduzir os custos associados às baterias e tornar as soluções de armazenamento de energia renovável mais acessíveis.

Conclusão

A inteligência artificial está sendo progressivamente integrada a todos os setores da economia. No setor de energias renováveis, ela está promovendo mudanças fundamentais no desenvolvimento de fontes eólicas e solares fotovoltaicas e em todos os seus processos internos.

Por meio do uso de algoritmos de aprendizado de máquina e análise em tempo real de grande quantidade de dados, a inteligência artificial possibilita a tomada de decisões corretas nos processos de geração, produção, armazenamento e distribuição de energia.

Em última análise, a IA amplia as capacidades das energias renováveis para que se tornem a matriz energética do futuro e acelerem a transição energética.

Em parceria com a Castleberry Media, temos o compromisso de cuidar do nosso planeta, portanto, este conteúdo é responsável com o meio ambiente. Compensamos isso x3 através da compra de Certificados de Carbono para o plantio de árvores para prevenir o desmatamento e compensar as emissões de CO₂.

A transição energética chegou para empresas além dos grandes consumidores de energia no Brasil, expandindo as diversas opções de aquisição de eletricidade renovável para abastecer as operações de empresas de distinto porte e consumo de energia.

Da gestão hospitalar à rede de supermercados, passando por data centers, empresas de telefonia, construção civil, comércio, shopping centers, manufatura, indústrias de alimentos e bebidas – entre tantas outras que movimentam a economia brasileira – esse segmento de mercado deve impulsionar os contratos de energia renovável no Brasil.

Os motivos são muitos: economia com os gastos de energia, flexibilidade e previsibilidade nos acordos, além, é claro, de competitividade em um mercado global e clientes cada vez mais exigente em relação à sustentabilidade e pegada de GHGs de suas cadeias de valor.

“Não vai ser só um fator de competitividade, e sim um fator de sobrevivência e permanência no mercado que essas empresas estão. Hoje, diversos países, ou mesmo blocos de países como a União Europeia, estão pedindo cada vez mais requisitos para os fornecedores e os produtos que eles importam. Ter a garantia de que você está comprando energia renovável direto do gerador oferece muita segurança”, explica Lucas Salgado, diretor de Estratégia e Planejamento Comercial na Atlas Renewable Energy.

Com quase 4,5 gigawatts (GW) instalados e em operação no Brasil, a Atlas Renewable Energy tem uma vasta experiência atendendo clientes eletrointensivos, cujo consumo de eletricidade chega a responder por cerca de 45% dos custos operacionais.

Salgado conta que essa expertise ajudou a companhia a desenvolver opções de contratação de energia renovável para o segmento de cargas médias, onde a demanda por energia é menor, mas que não deixa de ser um gasto importante para o empresário

Para cada negócio, uma solução

O trabalho desenvolvido entre a Atlas e os clientes olha para as melhores práticas de mercado e adapta para a realidade da empresa e do seu segmento.

“Às vezes é o prazo de contratação que ao invés de ser 20 anos, será de 7 a 15 anos. Em vez de ser uma curva de consumo flat, será uma curva modulada ao consumo do cliente, dando uma flexibilidade operacional a mais. Às vezes é um cliente que tem operações em diferentes submercados  , com cada ponto de consumo com perfil e volume distinto e nós conseguimos atender cada carga da melhor forma possível mitigando qualquer exposição ao mercado”, exemplifica Salgado. 

A seguir, resumimos tudo o que você precisa saber para tomar uma decisão informada sobre a aquisição de energia renovável para sua empresa.

  • Quem é o  middle-market da energia no Brasil?
  • Por que contratar energia renovável?
  • Quais são as formas de contratação?
  • Como escolher a melhor opção?
  • Posso emitir créditos de carbono?
  • O que devo observar na hora de escolher o fornecedor de energia?
  • Quero fazer um contrato de energia renovável. Qual é o primeiro passo?

O que é o middle-market?

Quando falamos em cargas médias, nos referimos a empresas de grande porte que consomem entre 1 a 20 MW/médios e com gastos mensais com eletricidade que chegam a R$100-150 mil. 

São organizações que, embora não estejam no ranking dos 50 maiores consumidores de energia, têm um gasto significativo com a conta de energia, que chega a representar mais de 40% de seus custos operacionais – é por isso que elas buscam eficiência e descarbonização.

Por que contratar energia renovável?

Um dos motivos é financeiro. “Hoje, ter um contrato de compra de energia de longo prazo (PPA) se tornou uma opção economicamente viável para as empresas de diferentes portes. Inclusive para aquelas que estão migrando para o mercado livre”, afirma o diretor Comercial da Atlas.

De acordo com Salgado, ao fazer um PPA, é possível conseguir um desconto de 50% no custo da tarifa de energia no modelo de autoprodução, além da própria economia proporcionada pelas fontes solar e eólica.

Além disso, a contratação de energia renovável assegura estabilidade e previsibilidade de custos, fortalece a competitividade internacional das empresas e contribui para a descarbonização, fatores de sobrevivência em um mercado cada vez mais alinhado aos objetivos ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança).

“Essas empresas conseguem reduzir as emissões de carbono, atender suas metas internas e também setoriais. No caso da Atlas, normalmente, comercializamos energia dos novos parques que estamos construindo, então nossos clientes conseguem provar que estão trazendo adicionalidade através de certificações como créditos de carbono e RECs (sigla em inglês para certificado de energia renovável)”, destaca o executivo. 

Quais são as formas de contratação?

PPA (Power Purchase Agreement): é um contrato de compra de energia de longo prazo, que proporciona estabilidade e redução de gastos. Nele, são definidos prazos, volume e alguns critérios comerciais, como flexibilidade de curva. Ou seja, as flexibilidades operacionais podem ser geradas sazonalmente, dependendo da demanda e individualidade da operação da empresa interessada.

Autoprodução por equiparação: também é um PPA, com a diferença que o cliente torna-se sócio do projeto, obtendo benefícios financeiros e de encargos. Além de ser um consumidor de energia, passa a ser também um investidor. As economias de custos com encargos setoriais, chegam até 90%, que representam até 30% do custo de energia.

Autoprodução por consórcio e arrendamento: empresas se unem para arrendar uma planta de geração renovável, compartilhando custos e benefícios. Uma espécie de clube de energia, em que é pago mensalmente e equivale ao custo da energia que o cliente vai receber.

E os atributos ambientais que a Atlas oferece?

Os projetos da Atlas, por cumprirem com os requisitos de adicionalidade, terem projetos de impacto social e ambiental atrelados a sua construção e operação, e serem de energia renovável, são elegíveis para comercialização de produtos de compensação de emissões como:

Certificados de Energia Renovável (RECs): é um modelo que ficou muito conhecido no Brasil e tem bastante procura. Cada MWh de energia renovável gera um REC, e com ele, a empresa consegue compensar seu consumo nos seus inventários.
Créditos de carbono: Os projetos da Atlas podem ser certificados a partir de metodologias internacionais como a do Global Carbon Council (GCC) para que eles possam gerar créditos de carbono no mercado voluntário.

Como escolher a melhor opção?

A escolha entre essas opções depende das necessidades específicas de cada empresa. 

Um PPA oferece estabilidade, enquanto a autoprodução é ideal para quem busca uma economia adicional com a redução de encargos, seja através da participação em projetos ou consórcio. O consórcio é vantajoso para clientes com diversos pontos de consumo, e não querem ter uma participação acionária no projeto. Produtos como os RECs e créditos de carbono são ideais para compensação de emissões.

É por isso que a Atlas trabalha junto com o cliente para descobrir o modelo que traz mais economia e segurança em relação aos custos de energia e com base nas necessidades operacionais e estratégicas da empresa.

“A equiparação funciona bem para aqueles clientes que têm consumo individual acima de 3 MW. Abaixo dos 3 MW, o arrendamento faz mais sentido porque, além da autoprodução, o cliente pode ter outros benefícios. Redes de varejo, por exemplo, podem ter redução dos custos com encargos, com distribuição e outras otimizações de custo. Ou seja, também é uma vantagem de otimização de despesas, além da redução de emissões e maior previsibilidade de custos”, explica Salgado.

Posso emitir créditos de carbono?

Sim. Além de ter um PPA de energia renovável, o cliente tem certificados de mercado que são usados para comprovar que está reduzindo emissões de Escopo 2 (consumo de energia) no seu inventário.

Os RECs podem ser usados nos inventários com metodologia do GHG Protocol, e podem ser adquiridos pelo restante da cadeia de valor. 

No caso da Atlas, os RECs têm uma certificação adicional: são os RECs Brasil, que comprovam que os projetos que geram a eletricidade limpa estão atrelados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

Já no caso do mercado voluntário de carbono, a Atlas certifica os projetos a partir de metodologias internacionais como a do Global Carbon Council (GCC) para que eles possam gerar créditos.

“Com esse crédito de carbono, a empresa consegue compensar suas emissões de todos os escopos 1, 2 e 3”, afirma Salgado.

O que devo observar na hora de escolher o fornecedor de energia?

Proteja-se dos riscos: seja de mercado, ou de crédito. Uma dica do Lucas Salgado é observar se o gerador tem os ativos físicos que vão entregar a energia contratada e quais são as garantias de fornecimento.

Conheça a sua contraparte: procure empresas que tenham um histórico no mercado de geração e capacidade financeira de atender os compromissos. Estude os balanços e pesquise a fundo quem é esse fornecedor e como ele consegue oferecer aquele preço.


Busque opiniões especializadas: diversos gestores independentes de energia trabalham muito próximo e a favor do cliente, e podem dar suporte ao processo de contratação.

Quero fazer um contrato de energia renovável. Qual é o primeiro passo?

Para iniciar esse processo, o primeiro passo é entrar em contato com especialistas, como a Atlas, que oferecem suporte desde a análise de viabilidade até a elaboração do contrato. Canais de comunicação como o site atlasrenewableenergy.com, e-mail comercial@atlasren.com e redes sociais estão disponíveis para facilitar esse contato.

E fica o convite do Lucas Salgado para um café. “As portas da Atlas estão abertas para receber e conversar com todo mundo interessado em participar da transição energética para um mundo mais sustentável”.

Em parceria com a Castleberry Media, temos o compromisso de cuidar do nosso planeta, portanto, este conteúdo é responsável com o meio ambiente. Compensamos isso x3 através da compra de Certificados de Carbono para o plantio de árvores para prevenir o desmatamento e compensar as emissões de CO₂.

A Atlas Renewable Energy planeja desenvolver 1.000 MW de projetos solares em várias regiões da Colômbia durante os próximos cinco anos. Estes projetos contribuirão para a diversificação da matriz energética colombiana.

As energias renováveis não convencionais estão ganhando espaço em vários países da América Latina. De acordo com o relatório Latin American Successes in the Energy Transition da Zero Carbon Analytics: “O investimento em energias renováveis aumentou exponencialmente na região (América Latina) na última década, o que permitirá que o seu mercado eólico e solar duplique até 2027 em relação ao nível atual”.

Países como a Colômbia são um dos principais beneficiários. A vontade política para o desenvolvimento destes projetos por parte dos últimos governos, a necessidade de um mercado e de uma política pública com bons incentivos são algumas das razões pelas quais este país se posiciona como um local adequado para os investidores do setor.

Empresas locais e estrangeiras estão desenvolvendo projetos eólicos e solares ou fotovoltaicos em vários departamentos do país andino. Atualmente, estão instalados 500 megawatts de energia, aos quais se juntarão 1.240 megawatts que estão prestes a entrar em funcionamento.

No momento, a matriz energética colombiana está distribuida com 68% da produção de energia proveniente de grandes centrais hidroelétricas, 28% de centrais térmicas, que funcionam a carvão e combustíveis fósseis, e menos de 2% de energias renováveis não convencionais, como a eólica e a solar. Quando ocorrem fenômenos climatológicos como  El Niño, caracterizado por verões fortes, a quota de produção hidroelétrica desce para 35% e as centrais térmicas, cuja energia é mais cara, entram em pleno funcionamento.

Por isso, é importante diversificar a matriz energética para que cerca de 10 a 15% da geração seja proveniente de fontes não convencionais que possam dar maior sustentação e confiabilidade ao sistema energético do país.

A Atlas Renewable Energy é uma das empresas dedicadas a este compromisso energético. A empresa foi fundada em 2017 e hoje é a Produtora Independente de Energia (IPP) que mais cresce na América Latina em PPAs corporativos – estando presente no Brasil, Chile, Uruguai, México e mais recentemente Colômbia e Espanha.

Rubén Borja, Country Manager da Atlas para a Colômbia, falou sobre os projetos previstos pela empresa no país, inicialmente na área da energia solar, e os benefícios da aliança com a Isagen, um dos principais produtores e comercializadores de energia.

Uma aliança estratégica

A aliança com a Isagen permitirá à Atlas desenvolver o seu potencial no setor. O objetivo é construir projetos equivalentes a 1.000 megawatts nos próximos cinco anos na Colômbia. “Estamos trabalhando em projetos de grande escala, superiores a 100 megawatts, e identificando as regiões onde queremos estar”, diz Borja.

A empresa procura iniciar a sua atividade em departamentos da Costa Atlântica, bem como em Tolima, Valle del Cauca, Caldas e Risaralda que têm grande potencial devido à sua radiação solar. A empresa também busca boas vias de acesso, uma localização afastada de áreas protegidas ou de reserva e que não possa ser afetada por problemas de ordem pública.

As expectativas são muito positivas, tendo em conta a experiência da Atlas e da Isagen no setor da energia e das energias renováveis não convencionais. A Atlas tem mais de 5.600 MW de projetos solares e eólicos contratados no México, Chile, Brasil, Uruguai e Colômbia. Destes, 2.700 MW estão em funcionamento. A Isagen, por sua vez, tem 19 centrais hidroelétricas e uma capacidade de produção de 3.000 MW. Recentemente, aventurou-se nas energias renováveis não convencionais com o parque eólico Guajira I, de 20 MW. 

“Sobressaímos nos países onde estamos presentes devido à nossa criatividade e inovação, que nos permitiu crescer e expandir, mas também devido às nossas alianças com os mais importantes intervenientes no setor da energia e à procura de soluções de financiamento eficientes, que permitem que os nossos projetos sejam competitivos e forneçam a melhor energia ao utilizador final”, sublinha Borja.

Experiência na aquisição de licenças sociais e normas ESG

Outra área de especialidade da Atlas é o trabalho nas regiões e a aquisição de licença social. Para tal, a empresa tem uma vasta experiência no desenvolvimento de projetos sociais e ambientais, com enfoque na educação e empregabilidade, envolvendo a comunidade e uma equipe de especialistas na aplicação de critérios ESG.

Rubén Borja salienta que a empresa está trazendo os elevados padrões que a distinguiram internacionalmente e até excedem as normas e requisitos dos países onde operam. “Trazemos uma grande experiência, um padrão muito elevado que nos permitiu ser reconhecidos com mais de 18 prêmios pelas nossas iniciativas com as comunidades”, afirma.

Alguns dos programas implementados nos países da América Latina incluem a construção de salas de aula digitais, o fornecimento de computadores e tablets a crianças e jovens, o apoio a bibliotecas e hospitais públicos e programas que promovem a diversidade de gênero e o aumento da participação das mulheres em funções técnicas na construção de projetos.

Conclusões

A Colômbia tem uma grande aposta no desenvolvimento de fontes de energia renováveis não convencionais, como a eólica e a solar, para diversificar a sua matriz energética e não depender tanto da produção hídrica, que pode ser afetada por fenômenos climáticos como o El Niño, que geram grande estresse.

O objetivo é que, em poucos anos, o país passe de uma quota de menos de 2% de produção de energias renováveis não convencionais para mais de 10%. Para tal, é necessária a chegada de investidores nacionais e estrangeiros para desenvolver e explorar esses projetos.

A Atlas Renewable Energy é um desses investidores. A aliança com a Isagen permitiu-lhe tornar-se um interveniente ativo no setor na Colômbia e começar a desenvolver os primeiros projetos equivalentes a 1 GW de produção. A partir de agora, a empresa poderá operar de forma independente e expandir o seu alcance para novos locais, clientes e mercados no país.

Para Rubén Borja, Country Manager da Atlas Renewable Energy na Colômbia, as empresas resilientes, que entendem o mercado, que decidirem ficar e apostar no desenvolvimento de projetos renováveis não convencionais, contribuirão para o processo de transição energética para ultrapassar os obstáculos e fechar o fosso entre a oferta e a procura, de modo a fornecer um serviço energético mais fiável e eficiente a todos os utilizadores.

Pontos importantes:

  •  A Atlas Renewable Energy planeja desenvolver projetos solares de 1.000 megawatts de energia nos próximos cinco anos em aliança com a Isagen.
  • A empresa quer contribuir para a diversificação da matriz energética colombiana, para o processo de transição e para fechar a brecha entre a oferta e a demanda.
  • A participação das energias renováveis ​​não convencionais na matriz energética da Colômbia não excede 2%, mas com a chegada de investidores nacionais e estrangeiros espera-se que alcance 10% até 2028.

Em parceria com a Castleberry Media, temos o compromisso de cuidar do nosso planeta, portanto, este conteúdo é responsável com o meio ambiente. Compensamos isso x3 através da compra de Certificados de Carbono para o plantio de árvores para prevenir o desmatamento e compensar as emissões de CO₂.

Com DNA social, a Atlas Renewable Energy se alia aos melhores padrões internacionais a fim de entender as comunidades que serão suas vizinhas e envolvê-las na transição energética

Em 2024, o Brasil ultrapassou a marca de 39 gigawatts (GW) de potência instalada da fonte fotovoltaica. Só nos três primeiros meses do ano, de acordo com dados da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), foram adicionados 2 GW em uma demonstração da velocidade que as instalações estão ocorrendo no país.

Na geração centralizada, categoria que incorpora os grandes parques de energia renovável, são cerca de 12,2 GW de potência instalada.

Mais do que gerar energia, esses complexos mudam realidades nas regiões onde são construídos.

Segundo as estimativas da Absolar, desde 2012, os empreendimentos fotovoltaicos de grande porte já movimentaram cerca de R$ 54,3 bilhões em novos investimentos e mais de 366,6 mil empregos.

Para a Atlas Renewable Energy, que possui um portfólio de projetos contratados de cerca de 3,7 GW no Brasil, um projeto de geração fotovoltaica é também uma oportunidade de envolver a comunidade.

“A implementação de um projeto de geração centralizada requer uma infraestrutura grande. O que enxergamos como oportunidade, e buscamos potencializar, é nos utilizar deste momento para socializar o conhecimento e alguma forma de acesso a essa energia renovável para o nosso entorno”, conta Sandro Ramos, gerente de ESG da Atlas Renewable Energy no Brasil..

Ramos explica que o envolvimento das comunidades é um trabalho ativo e constante que faz parte de todos os empreendimentos da companhia, indo muito além de disseminar conhecimento. As ações buscam empoderar as pessoas, gerar oportunidades de trabalho e renda, fortalecer a cultura local e, claro, identificar possibilidades de inserir a energia renovável no dia a dia das comunidades próximas aos empreendimentos.

“Todas as nossas ações relacionadas a educação ambiental, a comunicação, a explicação do que o empreendimento é, já traz a veia o que é a energia renovável. Em alguns casos, temos a oportunidade de levar a energia renovável fisicamente para essas pessoas. Seja um bombeamento solar ou um abastecimento elétrico de uma sede comunitária, por exemplo”, diz Sandro..

Somos Parte da Mesma Energia

Uma das estratégias da Atlas Renewable Energy para garantir que a transição energética seja mais justa é promover a diversidade.

Historicamente, a participação de mulheres na implementação de parques solares no Brasil é mínima: cerca de 2%. 

Já a Atlas Renewable Energy tem meta de pelo menos 15% de participação, que exige muito planejamento para realizar programas de capacitação, acompanhamento e acolhimento para formar profissionais mulheres que vão atuar nesses empreendimentos e até mesmo em outros. 

Isso é o que acontece com o Somos Parte da Mesma Energia, o programa carro-chefe da companhia que já conseguiu superar a meta e alcançar 22% de contratação de profissionais mulheres em um dos seus empreendimentos.

O eixo principal é capacitar e contratar mulheres para trabalhar nos parques de geração renovável. E como os momentos de maior contratação são implementação e operação, o foco é nessas fases.

Sandro explica que, quando chega em uma região, a companhia primeiro faz um diagnóstico do contexto e programas sociais que já existem ali, para que a ação seja complementar e traga novas possibilidades às realidades do território.

Após esse mapeamento, são definidas, junto com o cronograma de execução das obras, quais são as profissionais necessárias e que tipo de treinamento as mulheres precisarão receber.

“São contratações relacionadas à montagem de módulos, montagem eletromecânica, atividades relacionadas à construção civil. Nós enxergamos as etapas da nossa obra, quando que cada área precisará contratar profissionais e realizamos os cursos para as mulheres para que elas estejam prontas nesse momento”, detalha o engenheiro. 

Com o Somos Parte da Mesma Energia, a Atlas Renewable Energy já levou esse treinamento e contratação para mais de mil mulheres pela América Latina afora.

+ Meninas nas Ciências

Segundo o Banco Mundial, apenas metade das mulheres participa da força de trabalho global, em comparação com quase três em cada quatro homens. Isso se reflete no setor de energia, onde apenas 16% das vagas tradicionais são ocupadas por mulheres.

As renováveis estão ajudando a melhorar esse cenário. Dados da Agência Internacional de Energias Renováveis (IRENA, sigla em inglês) mostram que elas já ocupam 32% dos cargos nas indústrias renováveis.

Mas ainda há muito que avançar. E a mudança precisa começar a ocorrer já na fase escolar. É o que propõe o programa + Meninas nas Ciências, desenvolvido pela Atlas Renewable Energy em todas as suas instalações. 

Por meio de formação em STEM (sigla em inglês para Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática), o projeto + Meninas nas Ciências busca preencher justamente uma lacuna apontada pela IRENA como crucial para promover maior diversidade no setor.

A iniciativa busca abrir novos horizontes para meninas brasileiras, que futuramente podem vir a ocupar as vagas que serão geradas pela indústria renovável.

“Lá na frente, ela pode ter uma opinião muito distinta do tipo de carreira que quer ter. O programa está fortemente apoiado em longo período de planejamento e execução de ​ atividades, e contando a história​ de mulheres que anteriormente já fizeram isso. Claro que elas não precisam seguir aquela carreira, mas passam a ter conhecimento de que podem seguir a carreira. Que mulheres fizeram isso antes e que, hoje, existem empresas e políticas voltadas a garantir essa possibilidade”, explica Sandro.

Ele conta que, uma das etapas obrigatórias do programa é a visita à nossa planta em construção, para que elas tenham contato com os trabalhadores. 

“Nós implementamos isso em uma obra nossa em Paracatu (MG) e o retorno que tivemos em relação ao programa já estava maravilhoso com as meninas, mas foi muito bacana junto aos trabalhadores. Podemos ver como aqueles trabalhadores, homens e mulheres, se interessaram em mostrar qual era o serviço para aquelas meninas. Houve uma motivação muito grande entre todos os envolvidos”, relata.

Ecoar: Cinema com pertencimento

Também em Paracatu, em Minas Gerais, onde a Atlas Renewable Energy opera o complexo solar Boa Sorte, a empresa encontrou uma oportunidade de fomentar a cultura regional.

“Quando chegamos a Paracatu, percebemos que havia uma tradição audiovisual muito grande, relacionada a cinema, documentários e jornalismo. Além disso, Paracatu tem uma tradição histórica relacionada à comunidade negra, por uma questão de ocupação histórica. Então nós enxergamos a oportunidade de juntar esses dois elementos”, diz Sandro.

Assim nasceu o “Ecoar: Cinema com Pertencimento”, uma iniciativa que oferece cursos técnicos de audiovisual para que as pessoas possam contar a sua própria história. A intenção é dar visibilidade a grupos historicamente marginalizados, ampliando a abrangência para todo o município, 

“Nós selecionamos grupos relacionados à comunidade negra e LGBTQIAPN+ de Paracatu e demos um treinamento para pelo menos uma pessoa de cada grupo, para que eles tivessem todos os elementos relacionados a roteiro, manejo de câmera, tudo para eles elaborarem documentários contando a própria história. Temos grupos de capoeira, comunidade quilombola, de acolhimento a pessoas LGBTQIAPN+, entre outros”, completa.

Rumo à transição justa

A substituição de combustíveis fósseis por energia limpa é um caminho sem volta. Na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2023 (COP28), o mundo concordou em triplicar a capacidade renovável e fazer uma transição para longe dos fósseis.

Atualmente, essa mudança na matriz precisa ser acompanhada de ações para mitigar os impactos dos projetos no meio ambiente e na vida das pessoas.

Para Sandro Ramos, os projetos da Atlas Renewable Energy mostram que é possível fazer uma transição energética justa, respeitando, principalmente, os mais vulneráveis. 

“Observando a mudança climática, impacto à biodiversidade, e às pessoas. A nossa energia tem que impulsionar a transformação das pessoas. Energizar para transformar. Essa é a nossa ideia”, completa o engenheiro.

E

Em parceria com a Castleberry Media, temos o compromisso de cuidar do nosso planeta, portanto, este conteúdo é responsável com o meio ambiente. Compensamos isso x3 através da compra de Certificados de Carbono para o plantio de árvores para prevenir o desmatamento e compensar as emissões de CO₂.

O progresso da transição para fontes de energia renováveis e mais limpas está aumentando em paralelo com uma vasta gama de novas tecnologias, desde a inteligência artificial até às ferramentas que permitem a adoção de energias renováveis. O crescimento das tecnologias atuais e a transição para um consumo de energia sustentável estão intrinsecamente ligados. Na Atlas, acreditamos que, ao reconhecer e aceitar estas ligações, podemos promover um ambiente que apoie e agilize a adoção de energias renováveis.

As tecnologias renováveis estão consolidadas

O desenvolvimento de fontes de energia renováveis, como a solar e a eólica, é um dos avanços tecnológicos mais significativos da história moderna. Outrora considerada inviável devido ao seu elevado custo, o investimento e os avanços tornaram a energia solar a fonte de energia menos dispendiosa em muitas partes do mundo.

Parte desta mudança deve-se simplesmente ao aumento da procura, que conduz a economias de escala, mas grande parte deve-se também ao aumento da eficiência dos próprios painéis. Em 2010, os painéis solares disponíveis no mercado tinham uma eficiência média de 14,7%, o que significa que era essa porcentagem da energia solar que chegava ao painel e era convertida em eletricidade. Atualmente, a eficiência varia entre 17% e 22%, com uma média de 19,2%, e alguns painéis solares experimentais de última geração ultrapassam 40% de eficiência. A melhoria contínua dos próprios painéis significa custos mais baixos e a possibilidade de adotar a produção de energia solar numa escala ainda maior.

Embora tenha registrado melhorias menos drásticas do que a energia solar nos últimos anos, a tecnologia eólica também continua a progredir. O aumento da eficiência e as economias de escala significaram que a energia eólica também registrou um declínio significativo dos preços.

Uma tecnologia em desenvolvimento particularmente importante para a incorporação da energia eólica e solar no nosso consumo diário de eletricidade é o armazenamento de energia. Sendo as energias renováveis inerentemente intermitentes (o sol nem sempre brilha e o vento nem sempre sopra), a sua utilização 24 horas por dia é complicada. Por exemplo, a produção de energia solar alcança o seu pico à tarde, enquanto a procura de eletricidade chega ao seu pico à noite. Isto significa que uma parte da produção potencial de energia solar não será realizada, um fenômeno conhecido como “restrição”, que se traduz em limitações regulamentares impostas à produção, em vez de uma restrição natural da fonte de energia. Atualmente, com a melhoria da tecnologia das baterias, o excesso produzido nos períodos de pico de produção pode ser armazenado para mais tarde.

A aplicação do armazenamento de energia em grande escala implica na construção de instalações com enormes conjuntos de baterias. A maioria destas instalações atualmente em funcionamento é constituída por baterias íon-lítio de curta duração. São baterias desenvolvidas para armazenar energia durante cerca de quatro horas, para transferir o excesso de produção da tarde para o excesso de procura da noite.

No entanto, serão necessárias baterias de maior duração para uma transição completa para a energia verde. As baterias íon-lítio de maior duração não são ideais em todas as situações, e que outras tecnologias de armazenamento de energia de longa duração se encontram em várias fases de desenvolvimento.

As baterias de fluxo são uma tecnologia em desenvolvimento que se baseia em células eletroquímicas para armazenamento. Existem várias composições químicas de baterias de fluxo (ou de fluxo redox) e o seu grau de comercialização varia. As baterias de fluxo de ferro, por exemplo, são fabricadas a partir de materiais facilmente disponíveis, como ferro, água e sal, o que evita algumas das críticas ambientais das tecnologias de íon-lítio e outras. Atualmente, algumas instalações de fluxo de ferro estão sendo construídas, mas a sua viabilidade comercial em grande escala ainda está por ser determinada.

O acúmulo hidroelétrico por bombagem é uma tecnologia antiquada que pode ser mais útil. Com base na física básica da gravidade, o excesso de energia é utilizado para bombear água de um reservatório inferior para um reservatório superior e, em seguida, de volta para o reservatório inferior através de uma central hidroelétrica, quando a energia é necessária. O armazenamento de energia por ar comprimido é outra solução potencial, em que o ar é bombeado para uma caverna, mina abandonada ou outro espaço confinado e depois emitido quando a energia é necessária.

Todas estas opções de armazenamento de energia a longo prazo podem atualmente funcionar como previsto. Resta saber quais serão as opções mais rentáveis e adaptadas ao mercado. Atualmente, não existe um líder claro.

Dos chatbots à previsão energética: a oportunidade da IA para as energias renováveis

Quando a maior parte das pessoas pensa em inteligência artificial, imagina robôs sensíveis ou algoritmos generativos como o ChatGPT. Mas a IA está encontrando muitas aplicações além dessas. A utilização da IA nas energias renováveis, em particular em empresas como a Atlas, está se tornando crucial para o funcionamento do mundo com energia limpa. Estes algoritmos baseiam-se numa vasta gama de dados, principalmente para prever a geração, ao contrário da previsão da procura, que é normalmente do domínio dos reguladores, e respondem às alterações das condições numa fração de segundo.

Na verdade, a integração da IA no setor das energias renováveis é um importante desenvolvimento emergente. A análise baseada na IA e os algoritmos de aprendizagem automática já estão sendo utilizados para otimizar a produção e a distribuição de energia. Ao examinar grandes quantidades de dados provenientes de padrões meteorológicos atuais e previstos, registros climáticos históricos, imagens de satélite e outras fontes relevantes, a IA ajuda principalmente a prever a produção a fim de reduzir os cortes e melhorar a eficiência. Em caso de falha, a IA pode também encaminhar a eletricidade dentro da rede e ajudar a diagnosticar o problema.

As energias renováveis tornam a rede mais complicada. Diferentes fontes de energia serão utilizadas em períodos diferentes, consoante a sua disponibilidade e conveniência num dado momento. Além disso, parte da eletricidade terá de ser redirecionada para baterias a fim de ser utilizada posteriormente, e essa energia será extraída quando necessário. Para complicar ainda mais a situação, a produção distribuída de energia acrescenta complexidade à gestão da rede. Cada casa ou empresa com os seus próprios painéis solares ou baterias deve ser coordenada dentro da rede. Uma rede renovável necessita de armazenamento a curto e longo prazo, provavelmente com base em diferentes tecnologias em instalações separadas. Além disso, envolverá serviços auxiliares essenciais para a estabilidade da rede, como a regulação da tensão e a reserva giratória, entre outros.

Este tipo de articulação complexa, com aparentemente inúmeras partes móveis, por vezes exigindo uma reação numa fração de segundo, é uma utilização perfeita para as tecnologias de IA. Por outro lado, se esta organização for mal conduzida, aumenta a possibilidade de apagões que perturbam a vida das pessoas e fazem com que a opinião pública se oponha a uma dependência cada vez maior da energia limpa.

De fato, o Departamento de Energia dos EUA coordenou com a IBM a criação de uma IA que prevê a capacidade de produção das centrais solares. Descobriram que eram capazes de aumentar a precisão da previsão solar em 30%, um enorme salto para a utilização eficiente e eficaz da energia solar.

Unidos pelo futuro

Mais uma vez, estes avanços demonstram a relação simbiótica entre a inovação de vanguarda e o crescimento das energias renováveis, permitindo às empresas e aos governos aumentar a adoção de energias limpas em todo o mundo.

A Atlas Renewable Energy possui a sustentabilidade em sua essência. Desenvolve, constrói, financia e gerencia projetos de energia limpa em todo o continente americano, permitindo às empresas a alimentarem as suas operações de forma sustentável.

Com uma grande variedade de serviços, desde contratos de compra de energia renovável (PPAs) a certificados de energia renovável (RECs), a Atlas ajuda grandes consumidores de energia em todos os setores a realizar a transição energética, estabelecendo alianças com especialistas de todos os setores para se manter na vanguarda dos avanços tecnológicos.

Para saber mais sobre a abordagem da Atlas Renewable Energy para inovação e colaboração, entre em contato conosco.

Em associação com a Castleberry Media, estamos empenhados em cuidar do nosso planeta, e é por isso que este conteúdo é ambientalmente responsável.

Os projetos de energia renovável são fundamentais para a transição energética. Seu desenvolvimento adequado requer a aplicação de critérios ESG, a socialização antecipada e a licença social das comunidades onde operam.

A cada dia, as pessoas estão mais conscientes da necessidade de substituir os combustíveis fósseis como fonte primária de energia e do papel das energias renováveis na futura matriz energética.

Por exemplo, em países como a Espanha, 79% das pessoas favorecem as energias renováveis como núcleo central da luta contra as mudanças climáticas.

De fato, esse país tem um alto grau de penetração dessas fontes renováveis: em 2023, elas geraram metade de toda a energia consumida.

Além disso, prevê-se a implementação de centenas de projetos eólicos e solares fotovoltaicos nos próximos anos. Esse cenário é semelhante ao cenário latino-americano, em que se prevê um aumento de mais de 460% na capacidade eólica e solar graças a novos projetos.

Para que os projetos de energia sejam desenvolvidos com sucesso, as comunidades próximas à sua área de influência devem participar de seu planejamento e execução. É assim que as empresas geradoras obtêm uma “licença social” para operar.

Aquisição de uma licença social em projetos de energia renovável

“Hoje, um dos grandes desafios é que os cidadãos estão cada vez mais interessados em questões ambientais; eles estão mais informados e têm mais ferramentas”, diz Javier Palacios, diretor de ESG da Atlas Renewable Energy no Chile.

Essa nova forma de pensar nas comunidades incentivou empresas como a Atlas Renewable Energy a desenvolver cada vez mais processos de relacionamento e ação voltados para o bem-estar das comunidades e do território onde os projetos de energia renovável serão instalados. Todos os processos são realizados conforme os critérios ESG.

Trabalhar com as comunidades desde o início é o primeiro passo para obter a licença social. Essa abordagem inicial cria um sentimento de confiança e permite uma compreensão profunda das comunidades e de sua dinâmica. Como diz Palacios, as empresas que chegam tornam-se os “novos vizinhos”.

O projeto de instalações de energia renovável leva geralmente de três a quatro anos, mais dois anos para a construção. Após instaladas e funcionando, as instalações operam por 30 a 35 anos. “Se você não tiver um bom relacionamento com a comunidade desde os primeiros estágios, provavelmente terá dificuldades para obter acesso à área do projeto. Isso afetará sua capacidade de desenvolver estudos ambientais ou estudos de engenharia. Essas questões estão interligadas”, observa Palacios.

Uma relação inadequada com as comunidades leva a atrasos na construção do projeto, o que pode resultar no não cumprimento dos termos de fornecimento de energia aos clientes ou das metas financeiras.

Embora esse raciocínio pareça evidente, as boas práticas nem sempre são adotadas. De acordo com uma pesquisa recente do Sistema de Avaliação Ambiental (SEA) do Chile, 62 projetos estão sendo processados pelas comunidades (26% correspondem a projetos de energia).

As reclamações são feitas tanto porque os projetos deterioram os níveis de vida quanto porque não respeitam as boas práticas ecológicas durante a construção (estágio em que os projetos causam o maior impacto sobre o meio ambiente) ou a operação (seja devido ao não cumprimento das promessas de reflorestamento ou compensação do terreno, à emissão de ruídos incômodos ou de material particulado).

“Nem todas as empresas estão dispostas a investir em questões sociais ou comunitárias desde os estágios iniciais. A Atlas está”, enfatiza o diretor de ESG da Atlas Renewable Energy no Chile.

Programas voltados para a promoção produtiva

A obtenção da licença social é apenas o início do trabalho da Atlas diretamente com os cidadãos. O trabalho conjunto entre a comunidade e a empresa se estende desde a socialização do projeto até a criação de programas que melhoram o desenvolvimento da comunidade em termos de educação, infraestrutura ou oportunidades de emprego.

Assim, no México e no Brasil, a Atlas criou o programa “Somos Parte da Mesma Energia”, cujo objetivo é ampliar as oportunidades de emprego para as mulheres da comunidade na planta de energia renovável.

Com treinamento em montagem de módulos, gerenciamento de licenças, coordenação logística, operação de máquinas e supervisão de qualidade, saúde, segurança e meio ambiente, foi demonstrado que a licença social é apenas o começo de um trabalho conjunto que torna o desenvolvimento do projeto sustentável e lucrativo.

Esse projeto foi replicado no Chile em 2020 durante a construção da planta solar Sol del Desierto de 230 MW na comuna de María Elena, Antofagasta. Lá, 95 mulheres, representando 14% da força de trabalho, foram contratadas e promovidas a cargos técnicos e de liderança.

Outro setor em que a Atlas trabalhou com a comunidade foi a educação: em colaboração com The Pale Blue Dot (uma organização mexicana que promove projetos educacionais), um programa de sala de aula digital foi implementado em oito escolas e uma biblioteca pública foi construída.

“Esses tipos de projetos têm uma visão de longo prazo. Não se trata de executar um projeto específico, mas sim de formar associações válidas de longo prazo durante as fases de construção e operação”, enfatiza o diretor de ESG da Atlas Renewable Energy no Chile.

Benefícios para o comprador de energia

Essa relação “ganha-ganha” construída com as comunidades afeta positivamente o cliente final: o comprador de energia.

O benefício para o comprador é duplo, independentemente do incentivo para consumir energia limpa. Primeiro, ao adquirir a licença social e ter um bom relacionamento com as comunidades, o projeto pode avançar mais rapidamente em sua construção e cumprir a promessa de fornecimento de energia. Em segundo lugar, devido à melhoria da imagem corporativa.

O fato de uma empresa que vende energia ser social e ambientalmente correta apoia a reputação corporativa de quem compra energia limpa.

“Se houver empresas que tenham boas práticas e bons parâmetros, que trabalhem com as comunidades desde os estágios iniciais e durante toda a fase de desenvolvimento e construção dos projetos, acho que, sem dúvida, isso é uma vantagem para os compradores de energia, que vão preferir comprar energia desses tipos de empresas”, conclui Palacios.

Conclusão

As energias renováveis estão liderando a transição energética e são a chave para o abandono gradual dos combustíveis fósseis. Nos últimos anos, o número de projetos de energia renovável cresceu exponencialmente em todo o mundo e espera-se que continue a crescer no futuro.

As empresas de energia renovável devem construir relações de confiança e de trabalho com as comunidades próximas a seus projetos. Para isso, elas devem se envolver com as comunidades nos estágios iniciais dos projetos e investir em iniciativas que promovam o desenvolvimento.

Isso permitirá que elas adquiram licença social, melhorem as condições das pessoas e do meio ambiente e tornem os projetos sustentáveis a longo prazo.

Em parceria com a Castleberry Media, temos o compromisso de cuidar do nosso planeta, portanto, este conteúdo é responsável com o meio ambiente.

No ano passado, vimos até que ponto as lutas geopolíticas podem causar instabilidade nos mercados de energia. Considerando que 80% da energia mundial provém de combustíveis fósseis, o setor está em um momento crucial: um momento em que as considerações de sustentabilidade ambiental e energética estão convergindo com as preocupações sobre o acesso à energia e sua viabilidade econômica. 

Há muito tempo, a segurança energética tem sido um problema para os mercados emergentes. Agora, é um problema para todos. Empresas de todo o mundo estão sendo forçadas a considerar novos sistemas de energia, e é o momento certo para os investidores prestarem atenção nas energias renováveis como uma opção confiável na busca de estabilidade e crescimento.

O custo da instabilidade

Enquanto a Europa está prestes a ver sua demanda de energia superar a oferta em 21% até o final de 2023, espera-se que as empresas americanas paguem mais de US$41 bilhões a mais pelos custos de energia.

A escassez de fornecimento de energia resulta em um aumento de custos para todos. Além disso, empresas que estão gastando demais com energia aumentarão seus preços para repassar esses custos adicionais aos consumidores. No final, a população é quem arca com grande parte do ônus quando o custo de todos os produtos aumenta, desde alimentos até produtos eletrônicos – e o aumento da inflação alimenta ainda mais os temores de recessão. 

Além desse impacto imediato, há uma segunda rodada de efeitos relacionada à produção de produtos com uso intensivo de energia. Para gerenciar a rentabilidade desses produtos, os níveis de produção podem diminuir, gerando escassez ou interrupções na cadeia de suprimentos. 

O aumento dos preços do petróleo e do gás afeta tudo, desde os gastos do consumidor e o crescimento do emprego até os investimentos empresariais e a alocação de recursos.

Sustentabilidade além do meio ambiente

Em vez de esperar que os preços do petróleo e do gás caiam, chegou a hora de imaginar uma nova dinâmica do mercado de energia e acelerar a transição para energias limpas. 

A implementação de energias renováveis para alimentar diferentes processos de produção pode ajudar os países na redução dos custos de energia e, ao mesmo tempo, combater as mudanças climáticas, além de criar resiliência. 

De fato, se a segurança energética é a construção de um acesso duradouro e acessível a fontes de energia, as atuais realidades geopolíticas e do mercado de energia estão exigindo que nos afastemos de fornecedores não confiáveis. 

O objetivo final é que a segurança energética seja sustentável – em todos os sentidos. A sustentabilidade não deve mais ser associada ao sacrifício dos lucros, pois a recompensa final é criar resiliência contra a volatilidade. Além da necessidade urgente de cuidar do meio ambiente, também é importante reconhecer que as estratégias energéticas são mais benéficas quando adotam uma abordagem diversificada.

Do ponto de vista econômico, a dependência de uma única fonte de combustível não é uma solução de longo prazo e isenta de riscos.

“Os governos devem impulsionar o investimento em fontes de energia renováveis que são cada vez mais competitivas, afastando-se de uma vez por todas do atual modelo econômico obsoleto, insustentável e intensivo em carbono.”
Lord Nicholas Stern, co-presidente da Comissão Global sobre Economia e Clima (fonte)

Como ser proativo ao garantir Contratos de Compra de Energia (PPAs)

Uma forma de mitigar a incerteza dos preços da energia é garantir um contrato de compra de energia  (PPA) renovável. Como os fornecedores podem aumentar suas tarifas a qualquer momento, a compra de energia fora de um contrato de tarifa fixa deixa as empresas vulneráveis às flutuações de preços. Os PPAs oferecem o benefício de adquirir energia com tarifas contratualmente estáveis, que funcionam como uma rede de segurança contra a inflação.

No entanto, a força dos PPAs também está em sua capacidade de oferecer portfólios de energia diversificados, de modo a atender às necessidades de cada cliente de acordo com seus padrões específicos de uso de energia.

Como já discutimos anteriormente, os PPAs podem ser adaptados a necessidades específicas. Afastar-se de uma mentalidade de “um tamanho para todos” em relação à aquisição de energia permite que as empresas tomem decisões estratégicas baseadas em dados, sendo esta uma forma de tornar a energia um custo mais fixo e controlável.

Os PPAs são amplamente aceitos nos mercados dos EUA, Europa e Escandinávia. Recentemente, houve uma tendência crescente na América Latina, com o apoio de parceiros corporativos, comprometendo-se com PPAs de longo prazo.
Embora os PPAs privados tenham sido originalmente criados por centros de dados que precisavam de grandes quantidades de energia e recursos para operar, os PPAs não estão mais limitados a um determinado tipo de negócio ou área geográfica. De fato, agora é comum que empresas de diversos setores estejam conscientes de suas fontes de energia, custos e pegada de carbono. Grandes indústrias, bancos, varejistas, cadeias de restaurantes e empresas de telecomunicações já divulgaram amplamente os detalhes de seus PPAs.
Leia mais aqui

Esforço coletivo, soluções globais

Em um primeiro momento, o afastamento das fontes de energia convencionais pode gerar hesitação. Afinal de contas, a maior parte da infraestrutura de energia do mundo é movida a gás, petróleo e carvão, e as tecnologias de energia renovável ainda estão em desenvolvimento. No entanto, na situação atual, as energias renováveis já são as mais viáveis economicamente. Mais do que o petróleo, o gás e o carvão, e mais do que a energia nuclear.

O nível de investimento necessário para criar um acesso mais forte às energias renováveis exige uma colaboração dedicada entre as empresas e as nações. A colaboração entre os setores público e privado será necessária, pois é a única maneira de garantir a inovação e o crescimento na escala e velocidade necessárias para atingir as metas globais de sustentabilidade.

Sem mencionar que as tecnologias aprimoradas também levam à redução de custos e nos permitem dar um passo adiante no desenvolvimento de projetos maiores e de grande escala que funcionam além das fronteiras, nos aproximando da criação de um cenário energético seguro.

Como o modelo de sustentabilidade da Atlas oferece retornos crescentes

De acordo com uma pesquisa realizada pela Accenture, “as empresas de energia que alcançam melhor desempenho financeiro parecem ser aquelas que dão mais atenção às métricas ambientais, sociais e de governança (ESG). Embora seja muito cedo para atribuir causalidade, parece estar surgindo uma correlação entre o desempenho de ESG e melhores preços de ações, menor custo de capital e maiores retornos para os acionistas”.

Nosso compromisso com a sustentabilidade ambiental não pode ser visto como algo separado de nosso compromisso com o desenvolvimento social. É claro que, a linha de base tripla pela qual operamos coloca o lucro ao lado das pessoas e do planeta. No entanto, é somente considerando as métricas de ESG como um todo que podemos medir o verdadeiro aumento nos retornos, e nós, na Atlas, acreditamos que é possível criar um modelo de negócios que gere lucro e, ao mesmo tempo, seja uma força para o bem.

Quando investimos nas pessoas, sabemos que estamos criando uma base estável que sustentará nossa visão de longo prazo e nossas operações diárias. Os benefícios intangíveis da criação de credibilidade não podem ser negligenciados. E nenhuma outra forma de energia, a não ser a renovável, pode contar com um nível de credibilidade entre os consumidores que, em todo o mundo, estão cada vez mais interessados em fontes de energia sustentáveis.

O caminho para a estabilidade

Embora a resposta atual à crise tenha se concentrado em soluções de curto prazo, que incluem o aumento da produção de petróleo e gás para enfrentar a escassez de combustível, acreditamos que é imperativo começar a pensar em estratégias de longo prazo.

A Atlas está sempre disposta a apoiar empresas que estejam prontas para avançar em direção a novos processos de energia, focados na diversificação como forma de promover a sustentabilidade e a segurança.

Em parceria com a Castleberry Media, estamos comprometidos em cuidar do nosso planeta, portanto, este conteúdo é responsável com o meio ambiente.